Ibovespa fecha em alta de 0,4% e dólar fica quase estável à espera do Copom
Principal índice da B3 encerrou aos 103.774,68 pontos; moeda norte-americana valorizou 0,02%
O dólar operou com instabilidade nesta quarta-feira (3) e fechou em leve alta de 0,02%, a R$ 5,278. Já o Ibovespa terminou com ganhos de 0,40%, aos 103.774,68 pontos, renovando as máximas em quase dois meses.
O foco do mercado nesta sessão foi a reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central. A expectativa é de uma nova elevação de 0,5 ponto percentual na taxa básica de juros, a taxa Selic, mas com sinalização do fim do ciclo de elevações iniciado em março de 2021, conforme a inflação dá sinais de queda.
Ao longo do dia, a moeda norte-americana foi impactada pelos dados de serviços nos EUA que ficaram acima do esperado pelos analistas e por um reforço de apostas em um ciclo de alta de juros mais agressivo nos Estados Unidos após falas de dirigentes do Federal Reserve alertando para os níveis altos de inflação e a necessidade de uma política monetária restritiva.
O Instituto de Gestão de Fornecimento (ISM, na sigla em inglês) disse que seu PMI não manufatureiro acelerou para uma leitura de 56,7 no mês passado, de 55,3 em junho. O aumento encerrou três declínios mensais consecutivo
Ao mesmo tempo, Banco Central realizou neste pregão leilão de até 15 mil contratos de swap cambial tradicional para fins de rolagem do vencimento de 1° de setembro de 2022. A operação do BC ajuda a dar liquidez na moeda, mas especialistas consultados pelo CNN Brasil Business apontam que o órgão poderia atuar mais para conter a volatilidade do câmbio.
Por sua vez, o principal índice da B3 foi puxado pelas ações do ciclo doméstico que ganham impulso e espelhando o desempenho positivo das bolsas internacionais, em especial dos Estados Unidos.
Pela manhã, o Ibovespa foi prejudicado pela queda de ações ligadas ao petróleo, que reverteu uma valorização, e especialmente pelo recuo de papéis ligados ao minério de ferro, que fechou com forte queda na China.
Na véspera (2), o dólar subiu 1,93%, a R$ 5,277, na maior alta diária em três semanas e maior patamar em uma semana. Já o Ibovespa avançou 1,11%, aos 103.361,70 pontos, na sua maior cotação desde 10 de junho.
Sentimento global
A forte aversão global a riscos dos investidores, desencadeada por temores sobre uma possível desaceleração econômica generalizada devido a uma série de altas de juros pelo mundo para conter níveis recordes de inflação, aliviou nos últimos dias, refletindo a expectativa de um ciclo de alta de juros menos agressivo nos Estados Unidos.
O processo de elevação da taxa norte-americana continuou em julho com uma nova alta de 0,75 ponto percentual. Entretanto, o Federal Reserve sinalizou que pode realizar altas menores conforme a economia do país já dá sinais de desaceleração, buscando evitar uma recessão.
Os juros maiores nos Estados Unidos atraem investimentos para a renda fixa do país devido a sua alta segurança e favorecem o dólar, mas prejudicam os mercados de títulos e as bolsas ao redor do mundo, inclusive as norte-americanas.
Os investidores monitora ainda a situação da economia da China, que também dá sinais de desaceleração ligados a uma série de lockdowns em cidades relevantes. A expectativa é que o governo chinês intensifique um esforço para estimular a economia, o que deve ajudar a manter uma demanda alta por commodities.
No cenário doméstico, a PEC dos Benefícios, que cria ou expande benefícios sociais com custo estimado em R$ 41 bilhões, foi mal recebida pelo mercado, já que reforça o risco fiscal ao trazer novos gastos acima do teto.
O Ibovespa e o real foram prejudicados pelo cenário, mas um aparente otimismo maior no mercado permite uma recuperação, mesmo que distante dos níveis do primeiro trimestre de 2022, quando foram beneficiados pelo cenário internacional.
Sobe e desce da B3
Veja os principais destaques do pregão desta quarta-feira:
Maiores altas
- Locaweb (LWSA3) +11,90%;
- Via (VIIA3) +11,49%;
- Grupo Natura (NTCO3) +11,17%;
- Cielo (CIEL3) +9,73%;
- Yduqs (YDUQ3) +8,51%
Maiores baixas
- Gerdau (GOAU4) -4,32%;
- Gerdau (GGBR4) -4,06%;
- Vale (VALE3) -3,89%;
- Bradespar (BRAP4) -2,90%;
- Minerva (BEEF3) -2,43%
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*Com informações da Reuters