Ibovespa fecha estável, de olho em marco fiscal no Congresso e commodities; dólar cai a R$ 5,04
Principal índice da bolsa brasileira encerrou pregão com queda de 0,40%, aos 103.946 pontos
O Ibovespa fechou praticamente estável nesta segunda-feira (24), pressionado por empresas ligadas a commodities metálicas após novos recuos nos preços do minério de ferro na Ásia, enquanto investidores observaram com cautela a tramitação da nova regra fiscal no Congresso Nacional.
O principal índice da bolsa encerrou o dia com queda de 0,40%, aos 103.946 pontos. O dólar seguiu a mesma direção e fechou com queda de 0,39%, cotado a R$ 5,040 na venda.
O mercado manteve o foco nos próximos passos do novo marco fiscal, entregue ao Congresso pelo governo Lula na semana passada. O texto deve passar por alterações durante o processo de tramitação, mas, segundo o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, terá sua essência mantida.
O relator da proposta já foi escolhido na última quinta-feira pelo presidente da Câmara, Arthur Lira: o deputado Claudio Cajado (PP-BA). A ideia é que o projeto seja aprovado na Casa até metade de maio, quando deve seguir para o Senado.
Enquanto isso, acontece a viagem do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) à Europa. Nesta manhã, o mandatário voltou a criticar o atual patamar da taxa de juros do país, em 13,75% desde agosto passado, durante um fórum empresarial em Portugal.
“Nós temos um problema no Brasil, primeiro-ministro, que Portugal não sei se tem. Nossa taxa de juros é muito alta, é muito alta. No Brasil, a taxa Selic, que é a taxa referencial, está 13,75%. Ninguém toma dinheiro emprestado a 13,75%. Ninguém”, afirmou o presidente, referindo-se ao primeiro-ministro de Portugal, António Costa, que participou do evento no Porto.
O mercado também digeriu o último boletim Focus, que elevou, pela terceira semana consecutiva, a projeção para a inflação em 2023, agora em 6,04%. Na semana anterior, a previsão era de 6,01%, ultrapassando a marca dos 6% pela primeira vez no ano.
Para 2024 e 2025, os economistas mantiveram suas projeções em 4,18% e 4%, respectivamente.
A agenda de indicadores também pauta a semana dos investidores. Na terça-feira pela manhã, o IBGE divulga os dados das vendas no varejo do mês de fevereiro, enquanto, na quarta-feira, é a vez do IPCA-15 de abril. Quinta-feira é dia da divulgação da pesquisa mensal de serviços e os números de emprego formal do Caged. Fechando a semana, na sexta-feira, o Banco Central anuncia o IBC-Br de fevereiro.
Os balanços do Santander, Gol, Azul e Vale também entram em foco nos próximos dias.
Já no exterior, os contratos futuros de minério de ferro na China caíram para o nível mais baixo em quatro meses, devido à fraca demanda chinesa por aço e a ampla oferta do ingrediente siderúrgico entre as principais mineradoras.
O minério de ferro mais negociado para setembro na bolsa de Dalian fechou em queda de 3,1%, a US$ 104,69 a tonelada, derrubando ações de empresas ligadas a commodities metálicas ao redor do mundo. No Brasil, os papéis da CSN Mineração puxavam a fila de maiores quedas pela manhã.
Os mercados globais também se preparam para uma semana carregada de dados econômicos dos Estados Unidos e balanços corporativos de gigantes de tecnologia como Microsoft, Alphabet, Meta Platforms, e Amazon.
A leitura inicial do Produto Interno Bruto (PIB) dos EUA, prevista para quinta-feira, pode oferecer mais detalhes sobre os impactos da elevação da taxa de juros do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano), um termômetro para a economia global.
No último pregão, antes do feriado de Tiradentes, o dólar fechou em queda de 0,52%, a R$ 5,059. Já o Ibovespa teve alta de 0,44%, aos 104.366,82 pontos.
Publicado por Tamara Nassif e Gabriel Bosa. Com informações da Reuters.