Ibovespa recua e dólar sobe a R$ 5,17 com alta de juros nos EUA e Copom no radar
Principal índice da bolsa brasileira caiu 0,52% em dia de "Super Quarta", enquanto moeda norte-americana valorizou 0,39%
O Ibovespa fechou em queda de 0,52%, cotado aos 119.935,86 pontos, nesta quarta-feira (21), prejudicado por uma aversão a riscos no mercado após a decisão de juros nos Estados Unidos. As ações de bancos e as ligadas ao minério de ferro estão entre as principais quedas, superando o desempenho positivo de papéis de petroleiras e de varejistas.
Já o dólar fechou em alta de 0,39%, a R$ 5,173, com a moeda norte-americana mantendo um movimento de alta depois do Federal Reserve projetar uma taxa de juros final em 2022 maior que o esperado pelo mercado e realizar um novo aumento de 0,75 ponto percentual, para o intervalo entre 3% e 3,25%.
A mediana de estimativas para a taxa de juros ao fim de 2022 subiu de 3,4% em junho para 4,4%, indicando altas de juros em magnitudes ainda elevadas neste ano. Após o comunicado do Fed, as apostas em uma nova elevação de 0,75 ponto percentual em novembro ganharam ainda mais força.
O Brasil também definirá sua taxa de juros nesta quarta-feira, com reunião do Comitê de Política Monetária (Copom). A expectativa do mercado é que a Selic seja mantida em 13,75%, com fim do ciclo de alta, mesmo após falas de dirigentes da autarquia abrirem margem para apostas em uma última elevação de 0,25 p.p.
Na terça-feira (20), o dólar teve queda de 0,25%, a R$ 5,153. Já o Ibovespa subiu 0,62%, aos 112.516,91 pontos.
Sentimento global
A aversão global a riscos dos investidores, desencadeada por temores sobre uma possível desaceleração econômica generalizada devido a uma série de altas de juros pelo mundo para conter níveis recordes de inflação, tem variado de intensidade dependendo das expectativas sobre o ciclo de alta de juros nos Estados Unidos.
O processo de elevação da taxa norte-americana continuou em julho com uma nova alta de 0,75 ponto percentual.
Entretanto, o Federal Reserve sinalizou que poderia realizar altas menores conforme a economia do país já dá sinais de desaceleração, buscando evitar uma recessão.
Os juros maiores nos Estados Unidos atraem investimentos para a renda fixa do país devido a sua alta segurança, e favorecem o dólar, mas prejudicam os mercados e as bolsas ao redor do mundo, inclusive as norte-americanas.
Os investidores monitoram ainda a situação da economia da China, que também dá sinais de desaceleração ligados a uma série de lockdowns em cidades relevantes.
A expectativa é que o governo chinês intensifique um esforço para estimular a economia, enquanto enfrenta dificuldades para reverter um quadro de baixo consumo pela população, o que impacta a demanda do país por commodities.
Mesmo assim, o Ibovespa e o real encontraram recentemente espaço para recuperação com uma melhora de humor do mercado, apoiada nas perspectivas positivas para as commodities, um cenário econômico doméstico mais forte e uma redução da percepção de riscos em relação às eleições.
Esse quadro, entretanto, é limitado dependendo do grau de aversão a riscos no exterior.
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*Com informações da Reuters