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    Dólar cai e fecha a R$ 4,87; Ibovespa sobe 1,39% após corte de juros na China

    Principal índice da B3 encerrou o pregão aos 108.487,88 pontos, enquanto a moeda norte-americana desvalorizou 0,98%

    João Pedro Malardo CNN Brasil Business* , em São Paulo

    O dólar fechou em queda de 0,98%, cotado a R$ 4,871, nesta sexta-feira (20), após refletir um otimismo maior por parte dos investidores depois que a China anunciou um corte na taxa de juros de referência para hipotecas maior que o previsto, em um esforço para estimular a economia do país.

    A baixa veio depois de a moeda já ter recuado 1,24% na véspera, ajudando a consolidar uma desvalorização de 3,69% em relação ao fechamento da última sexta-feira (13), o pior desempenho semanal do dólar desde o tombo de mais de 5% visto no período findo em 25 de março passado.

    A divisa norte-americana fechou abaixo de sua média móvel linear de 50 dias, de R$ 4,8919, um patamar técnico importante.

    O Ibovespa subiu 1,39%, aos 108.487,88 pontos, depois que as ações ligadas a commodities e bancos avançaram em meio a uma redução da aversão a riscos pelos investidores após a decisão chinesa.

    A medida tende a beneficiar países que exportam para a China, caso do Brasil, ao gerar um aumento na demanda por commodities e alta no preço dos produtos. Ao mesmo tempo, o esforço alivia a cautela nos mercados ao reduzir temores de uma possível recessão ou forte desaceleração nas maiores economias do mundo.

    Neste pregão, o Banco Central fez leilão de até 15 mil contratos de swap cambial tradicional para fins de rolagem do vencimento de 1° de julho de 2022. A operação do BC pode ajudar a dar liquidez na moeda, mas especialistas consultados pelo CNN Brasil Business apontam que o órgão poderia atuar mais para conter a volatilidade do câmbio.

    Na quinta-feira (19), o dólar 1,24%, a R$ 4,919. Já o Ibovespa teve alta de 0,71%, aos 107.005,22 pontos.

    China

    A China cortou sua taxa de referência para hipotecas por uma margem inesperadamente ampla na sexta-feira, sua segunda redução este ano conforme Pequim procura reanimar o setor habitacional para sustentar a economia.

    Autoridades prometeram novas medidas para combater a desaceleração na segunda maior economia do mundo, atingida pelos surtos de Covid-19 que provocaram medidas rigorosas e restrições de mobilidade, e causaram enormes interrupções na atividade.

    A China, em uma fixação mensal, reduziu a taxa primária de empréstimo (LPR) de cinco anos em 15 pontos base, para 4,45%, a maior redução desde que a China renovou o mecanismo de taxas de juros em 2019 e mais do que os cinco ou 10 pontos apontados pela maioria em uma pesquisa da Reuters. A LPR de um ano ficou inalterada em 3,70%.

    Muitos economistas do setor privado esperam que a economia da China encolha neste trimestre em relação ao ano anterior, em comparação com crescimento de 4,8% do primeiro trimestre. Indicadores recentes mostraram que as medidas rigorosas relacionadas à Covid-19 e as restrições de mobilidade têm um grande impacto.

    Pessimismo global

    O instigador mais recente da aversão global a riscos foi a alta de juros nos Estados Unidos, anunciada pelo Federal Reserve em 4 de maio. Apesar de descartar altas de 0,75 p.p. ou um risco de recessão, a autarquia sinalizou ao menos mais duas altas de 0,5 p.p.

    Os juros maiores nos Estados Unidos atraem investimentos para a renda fixa do país devido a sua alta segurança, mas prejudica as bolsas ao redor do mundo, inclusive as norte-americanas.

    Junto com uma série de elevações de juros pelo mundo, os lockdowns na China para tentar conter a Covid-19 aumentaram as projeções de uma forte desaceleração econômica, e até risco de uma recessão global, prejudicando os mercados e aumentando a aversão a riscos de investidores.

    O crescimento das exportações chinesas chegou a desacelerar a um dígito, nível mais fraco em quase dois anos, enquanto as importações mal mudaram em abril, ampliando as preocupações.

    Entretanto, com a perspectiva de que essas restrições possam ser retiradas entre maio e junho, a expectativa é que a demanda chinesa retorne aos níveis anteriores, o que voltaria a favorecer exportadores de commodities e aliviaria uma parte das pressões sobre o real.

    Sobe e desce da B3

    Veja os principais destaques do pregão desta sexta-feira:

    Maiores altas

    • IRB Brasil (IRBR3) +6,56;
    • Ecorodovias (ECOR3) +5,48%;
    • Hypera (HYPE3) +4,98%;
    • CSN (CSNA3) +4,97%;
    • Gerdau (GGBR4) +3,36%

    Maiores baixas

    • Petz (PETZ3) -5,17%;
    • Meliuz (CASH3) -5,34%;
    • Banco Pan (BPAN4) -3,64%;
    • Embraer (EMBR3) -1,86%;
    • Magazine Luiza (MGLU3) -1,61%

    *Com informações da Reuters

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