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    Dólar fecha em queda, no menor valor desde julho, a R$ 5,13; Ibovespa sobe

    Moeda norte-americana teve queda de 0,99%, enquanto o principal índice da B3 fechou com ganhos de 0,31%, aos 115.180,95 pontos

    João Pedro Malardo CNN Brasil Business* , em São Paulo

    O dólar fechou em queda de 0,99% nesta quarta-feira (16), cotado a R$ 5,129. Esse foi o menor valor desde 29 de julho de 2021 (R$ 5,079) e a terceira queda consecutiva da moeda. Já o Ibovespa encerrou em alta de 0,31%, aos 115.180,95 pontos – o maior patamar desde 14 de setembro de 2021 (116.181 pontos).

    A moeda brasileira e o principal índice da bolsa foram favorecidos pela ata do Fed, que indicou que o banco central deve subir os juros nos Estados Unidos na próxima reunião, mas com pouco direcionamento sobre o tamanho da alta.

    A Petrobras teve forte alta com petróleo e deu suporte ao índice, ainda que tenha diminuído os ganhos no fim do pregão após notícias de avanços nas conversas Irã-Estados Unidos. A Weg cedeu na outra ponta após divulgar balanço trimestral.

    Veja os principais destaques do pregão desta quarta-feira:

    Maiores altas

    • Assaí (ASAI3) +7,14%;
    • CVC (CVCB3) +5,96%;
    • Grupo Natura (NTCO3) +5,93%;
    • Carrefour (CRFB3) +5,31%;
    • Cielo (CIEL3) +5,06%

    Maiores baixas

    • Weg (WEGE3) -4,81%;
    • JBS (JBSS3) -3,88%;
    • Alpargatas (ALPA4) -3,32%;
    • Yduqs (YDUQ3) -2,53%;
    • Marfrig (MRFG3) -2,20%

    Na terça-feira (15), o dólar fechou em queda de 0,75%, a R$ 5,18. Já o Ibovespa subiu 0,82%, aos 114.828,18 pontos, maior patamar desde 15 de setembro de 2021.

    Exterior

    Na terça-feira, o Ministério da Defesa da Rússia afirmou que algumas tropas localizadas próximas à Ucrânia estão retornando para suas bases. O ministro de Relações Exteriores, Sergei Lavrov, sugeriu que Moscou deveria continuar na trajetória diplomática para resolver as tensões.​

    Uma possibilidade maior de invasão da Ucrânia pela Rússia – com uma resposta dos Estados Unidos e aliados – aumenta a aversão a riscos dos investidores e leva à busca pelo dólar.

    O cenário ainda não supera, porém, os benefícios para o real e para o Ibovespa de um ciclo de migração de investimentos para mercados ligados a commodities, com o Brasil beneficiado também pelos juros altos, que limita os efeitos das apostas em uma política de alta de juros agressiva pelo Federal Reserve.

    O ciclo está ligado, em partes, a expectativas de mais medidas pró-crescimento na China, enquanto pressões econômicas baixistas persistem, estão aumentando as esperanças de uma recuperação na demanda por metais, disseram analistas, o que leva a altas nos preços.

    No caso do petróleo, analistas do Goldman Sachs afirmam que os preços do petróleo Brent devem superar os US$ 100 por barril neste ano. Segundo eles, o mercado de petróleo continua em um “déficit surpreendentemente grande” já que o efeito da variante Ômicron do coronavírus na demanda pela commodity é, até agora, menor do que o que era esperado. Além disso, as tensões na Ucrânia fazem os preços subirem, já acima dos US$ 90.

    Outro fator que pesa nesse movimento é a expectativa de alta de juros nos Estados Unidos já no mês de março, de 0,5 ponto percentual, reforçada por dados de inflação levemente acima do esperado e de queda nos pedidos de auxílio-desemprego divulgados na quinta-feira.

    Com isso, investidores estrangeiros têm saído do mercado de ações norte-americano e migrado para outros vistos como mais resilientes ou baratos.

    Qualquer alta de juros no país, porém, pode afetar os investimentos no Brasil, já que torna os títulos do Tesouro norte-americana ainda mais atrativos para os investidores, pressionando negativamente o real.

    Com a inflação americana batendo recorde em quatro décadas, o Fed vem dando indicações mais duras aos mercados, mas a ata da última reunião do banco não deixou claro o tamanho e ritmo do aperto que o banco central americano fará, indicando que as decisões ocorrerão a cada reunião pelo contexto econômico.

    Brasil

    Na agenda doméstica, os olhos estão na agenda do presidente Jair Bolsonaro em Moscou. O governo diz que o motivo da viagem é o fortalecimento das relações comerciais do Brasil com a Rússia, já que o agronegócio nacional depende do fornecimento de fertilizantes da região.

    Em um encontro com o presidente da Rússia, Vladimir Putin, Bolsonaro afirmou que o Brasil prega a paz e respeita “quem age desta maneira”. Ele também destacou potenciais relações bilaterais na área de energia, sustentabilidade e desenvolvimento tecnológico com o país.

    No radar dos investidores também está a chamada PEC dos Combustíveis, que permitiria a suspensão de impostos para esses produtos. Representando um possível descontrole de gastos, o tema tem potencial para afetar negativamente o real e o Ibovespa.

    Duas PECs já foram protocoladas, uma no Senado e outra na Câmara, com cálculos de perda de arrecadação indo de R$ 18 bilhões até R$ 100 bilhões dependendo do conteúdo, mas o foco no momento são dois projetos de lei sobre o tema que podem ser votados na próxima semana.

    Um dos PLs determina um valor fixo de cobrança do ICMS para combustíveis, com o tributo estadual deixando de variar seguindo flutuações de preço do produto, e expande o chamado vale-gás para famílias brasileiras.

    Já o outro criaria um fundo de estabilização do preço do petróleo e derivados (diesel, gasolina e GLP), com uma nova política de preços internos de venda para distribuidores.

    O Banco Central fará neste pregão leilão de até 15 mil contratos de swap cambial tradicional para rolagem do vencimento de 1° de abril de 2022.

    *Com informações da Reuters

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