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    Ibovespa fecha em leve queda; dólar recua e fica abaixo dos R$ 5

    Moeda norte-americana chegou a operar abaixo dos R$ 4,90, para encerrar o dia aos R$ 4,93, terceiro dia seguido de desvalorização

    Da CNN*

    O Ibovespa fechou nesta quinta-feira (13) com variação negativa de 0,4%, aos 106.457,85 pontos, após três altas seguidas. O mercado repercute os dados da inflação ao produtor dos Estados Unidos, que caíram inesperadamente em março.

    Já o dólar recuou 0,27%, terceiro dia seguido de perdas, cotado a R$ 4,927, influenciado pela busca global de ativos de maior risco, como o real, e pela percepção de que o Brasil segue atrativo para investimentos em função do diferencial de juros.

    A moeda norte-americana recuou durante todo o dia, acompanhando o exterior, onde o dólar também cedia ante divisas como o peso mexicano, o peso chileno e o dólar canadense, após a divulgação de dados fracos de inflação nos Estados Unidos e de números fortes de exportação na China.

     

     

    Os dados fracos nos EUA penalizaram a moeda norte-americana e reforçaram a avaliação de que o Federal Reserve está próximo de encerrar seu ciclo de alta de juros.

    Por outro lado, os dados da China foram favoráveis. O país asiático reportou alta de 14,8% das exportações em março ante o ano anterior, sendo que economistas previam queda de 7%. Já as importações pela China caíram apenas 1,4%, ante previsão de baixa de 5,0%.

    “Tivemos indicadores de inflação fracos nos EUA, e isso acabou desvalorizando o dólar lá fora. Então, o dólar trabalha nesta quinta-feira fragilizado ante as divisas de exportadores de commodities”, comentou Jefferson Rugik, diretor da Correparti Corretora.

    “No Brasil, o que também ajuda é o fluxo contínuo de investimentos”, acrescentou, lembrando que o diferencial de juros entre Brasil e EUA segue atrativo aos estrangeiros.

    No melhor momento do dia, às 12h45, o dólar chegou a operar abaixo dos R$ 4,90, cotado na mínima de 4,8946 (-0,94%).

    Durante a tarde, a moeda norte-americana recuperou um pouco do fôlego, com importadores aproveitando as cotações baixas para comprar.

    Ainda assim, operador ouvido pela Reuters lembrou que as notícias mais recentes, incluindo as relacionadas ao novo arcabouço fiscal, ainda a ser implementado pelo governo, foram positivas, o que faz com que o dólar não tenha motivos para subir ante o real.

    No exterior, a moeda norte-americana seguiu em baixa no fim da tarde.

    Pela manhã, o Banco Central vendeu todos os 16.000 contratos de swap cambial tradicional ofertados na rolagem dos vencimentos de maio.

    Ibovespa

    O rali registrado nos últimos dias na bolsa brasileira tem como pano de fundo uma redução de temores inflacionários e fiscais domésticos, com investidores vendo o desenho na nova regra fiscal com bons olhos.

    Nesta quinta, a agenda de indicadores esvaziada levou as atenções do mercado a participações de autoridades em eventos no exterior, em especial a viagem do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) à China.

    Lula passou o dia em Xangai e teve uma série de compromissos, como reuniões com políticos e empresários e a posse da ex-presidente Dilma Rousseff no comando do Novo Banco de Desenvolvimento (NDB, da sigla em inglês), apelidado de “Banco dos Brics”. Ele ainda embarcou para Pequim mais tarde, para se encontrar, nesta sexta (14), com o presidente do Parlamento chinês, o primeiro-ministro Li Qiang e o presidente Xi Jinping.

    A agenda de Roberto Campos Neto, do Banco Central, também esteve no radar. O dirigente da autarquia está nos Estados Unidos para uma série de reuniões com chefes das instituições financeiras do G20 e do FMI ao longo do dia.

    No exterior, o destaque ficou com a inflação ao produtor dos Estados Unidos (PPI, na sigla em inglês), que, em queda de 0,5% em março, surpreendeu as expectativas do mercado. Nos 12 meses até março, o índice avançou 2,7% — o menor aumento na comparação anual desde janeiro de 2021. A taxa está arrefecendo à medida que as grandes altas do ano passado saem do cálculo.

    Também no radar, o número de pedidos semanais de auxílio-desemprego aumentaram nos EUA, em mais um sinal de que as condições do mercado de trabalho estão se afrouxando à medida que os custos de empréstimos mais altos afetam a demanda na economia.

    Os pedidos iniciais de auxílio-desemprego aumentaram em 11.000, para 239.000, em dado com ajuste sazonal na semana encerrada em 8 de abril. Economistas consultados pela Reuters previam 232.000 pedidos para a última semana.

    Os dados vêm na esteira da divulgação do Índice de Preços ao Consumidor (CPI, da sigla em inglês), um dos principais termômetros usados para a definição da taxa de juros norte-americana. A inflação ao consumidor dos EUA desacelerou pelo nono mês consecutivo em março. Na comparação anual, os preços subiram 5% nos 12 meses encerrados em março, ante 6% em fevereiro.

    Mensalmente, o CPI subiu 0,1% em relação a fevereiro, em comparação com um aumento anterior de 0,4%.

    Com a conjuntura econômica dos EUA mais clara, investidores agora tentam antecipar os próximos passos do Federal Reserve (Fed, o BC dos EUA) na definição da taxa de juros.

    De acordo com a ferramenta FedWatch do CME Group, a aposta é que a autoridade monetária deve aumentar os juros em mais 25 pontos-base na reunião de 2 a 3 de maio — provavelmente o último aumento na campanha de aperto mais rápida desde o final dos anos 1980.

    Na véspera, o dólar fechou em queda de 1,34%, a R$ 4,941 — menor cotação e também a primeira vez que a moeda fecha abaixo dos R$ 5 em dez meses, desde 9 de junho, quando estava em R$ 4,906. O Ibovespa, por sua vez, avançou 0,666%, aos 106.889,71 pontos.

    Publicado por Tamara Nassif e Ana Carolina Nunes. Com informações da Reuters.

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