Dólar sobe 1,10% e fecha a R$ 4,80 com aversão ao risco; Ibovespa encerra estável
Principal índice da B3 teve encerrou praticamente de lado 0,01%, aos 111.359,94 pontos; moeda norte-americana tem maior alta percentual diária desde 9 de maio
O dólar fechou com valorização de 1,10% a R$ 4,806, nesta quarta-feira (1º), maior alta percentual diária desde 9 de maio, quando subiu 1,62%, refletindo uma disseminação do pessimismo entre investidores em relação à economia global.
Neste pregão, o sentimento foi semelhante. Houve um aumento na aversão ao risco por parte dos investidores após dados sobre a indústria dos Estados Unidos indicarem uma economia mais aquecida que o esperado, o que permitiria um ciclo de alta de juros mais intenso sem levar o país a uma recessão, beneficiando a moeda norte-americana.
Já o Ibovespa fechou na estabilidade, positivo em 0,01%, aos 111.359,94 pontos, em uma sessão volátil. O índice foi beneficiado pelo desempenho positivo de ações ligadas a commodities, seguindo a alta nos preços desses produtos, mas com desempenho limitado pelo exterior negativo e a cautela de investidores.
Tanto o petróleo quanto o minério de ferro estão em tendência de alta, o que atrai investimentos para grandes produtores mas também reforça preocupações de que os preços elevados exigirão juros maiores em economias relevantes, desacelerando ainda mais a economia mundial.
No caso do petróleo, o tipo brent ultrapassou os US$ 115 o barril após a União Europeia anunciar um embargo ao petróleo russo, complicando ainda mais a dinâmica de oferta e demanda da commodity.
Já o minério de ferro avançou na China, com o mercado esperando uma demanda maior enquanto o país sai de lockdowns e o governo tenta estimular a economia.
O Banco Central mantém os leilões diários de até 15 mil contratos de swap cambial tradicional para fins de rolagem do vencimento de 1° de julho de 2022. A operação do BC pode ajudar a dar liquidez na moeda, mas especialistas consultados pelo CNN Brasil Business apontam que o órgão poderia atuar mais para conter a volatilidade do câmbio.
Na terça-feira (31), o dólar operou na estabilidade, com leve alta de 0,02%, a R$ 4,754. Já o Ibovespa fechou em alta de 0,29%, aos 111.350,51 pontos.
Sentimento global
Semelhante ao mês de maio, junho começou com uma forte aversão global a riscos desencadeada por temores sobre uma possível recessão global.
Uma série de altas de juros pelo mundo, que tendem a desacelerar a economia global. A principal ocorreu nos Estados Unidos, anunciada pelo Federal Reserve em 4 de maio. Apesar de descartar altas de 0,75 p.p. ou um risco de recessão, a autarquia sinalizou ao menos mais duas altas de 0,5 p.p.
Os juros maiores nos Estados Unidos atraem investimentos para a renda fixa do país devido a sua alta segurança, mas prejudica as bolsas ao redor do mundo, inclusive as norte-americanas.
Por outro lado, com Xangai retomando as atividades nesta quarta-feira após dois meses de isolamento, a expectativa é que a demanda chinesa retorne aos níveis anteriores, o que voltou a favorecer exportadores de commodities e aliviou uma parte das pressões sobre o real.
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*Com informações da Reuters