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    Em dia morno, Ibovespa fecha em queda de 0,22%; dólar encerra a R$ 5,25

    Principal índice da bolsa encerrou o dia aos 111.996,40 pontos, enquanto a moeda norte-americana termina o dia no menor valor desde 15 de setembro de 2021 e com desvalorização de 1,33%

    João Pedro Malardo CNN Brasil Business* , em São Paulo

    O Ibovespa fechou em queda de 0,22%, aos 111.996,40 pontos, nesta segunda-feira (7), após ficar praticamente toda a sessão próximo do zero, com a alta de ações de Vale, de siderúrgicas e de JBS contrabalançando a queda nos papéis dos setores de saúde, financeiro e de petróleo.

    O mercado foi influenciado pela alta expectativa de inflação no Relatório Focus – o que reforça a tendência de elevação de juros – e uma atenção maior sobre o risco fiscal no Brasil com as discussões sobre a PEC dos Combustíveis.

    A bolsa operou ainda sob expectativa para a ata do Copom, que na terça-feira deverá oferecer mais detalhes sobre a disposição do Banco Central em seguir elevando a taxa Selic.

    Já o dólar fechou com desvalorização de 1,33%, cotado a R$ 5,254, o menor valor desde 15 de setembro do ano passado (R$ 5,237), com o real liderando os ganhos no dia entre as principais moedas globais, repercutindo um movimento de ajuste e contínuos fluxos diante do atrativo juro brasileiro.

    Os investidores têm enxergado um ambiente local benigno para o real, embora temores de aumentos mais rápidos dos juros nos Estados Unidos continuassem no radar.

    Na semana anterior, o dólar fechou com queda de 1,24%, na 4ª semana consecutiva de recuo. Já o Ibovespa emendou a quarta semana seguida de alta, com avanço de 0,29%.

    Brasil

    No cenário doméstico, a atenção dos investidores está nos riscos de um descontrole fiscal por parte do governo federal, representado atualmente pela chamada PEC dos Combustíveis, que suspenderia impostos para esses produtos.

    Um analista de mercado define que a percepção é que o governo está partindo para o tudo ou nada, e deve caminhar para medidas mais populistas para elevar sua popularidade até as eleições.

    Segundo projeção da equipe de análise da XP, a PEC pode diminuir a arrecadação entre R$ 70 bilhões e R$ 100 bilhões. Entretanto, o governo já discute incluir apenas o diesel no texto, sem a gasolina.

    Se de fato a isenção se restringir ao diesel, a perda de arrecadação deve cair de R$ 70 bilhões para R$ 20 bilhões. A avaliação de analistas é que o mercado pode reagir bem com um subsídio mais modesto – mas não descartam a pressão por mais isenções.

    Duas PECs sobre o tema já foram protocoladas, uma no Senado e outra na Câmara, e devem ser discutidas nesta semana. Uma delas envolveria renúncias fiscais para reduzir o preço dos combustíveis. Segundo o analista de política da CNN Caio Junqueira, as propostas foram feitas pelo Centrão sem consultar o ministro da Economia, Paulo Guedes.

    Entre as propostas que mais preveem perda está a do senador Carlos Fávaro (PSD-MT), com impacto de até R$ 100 bilhões.

    Também no radar dos investidores, o Comitê de Política Monetária (Copom) divulgará na terça-feira (8) a ata da sua última reunião, quando a taxa Selic foi elevada em 1,5 ponto percentual, para 10,75%. O texto deve dar sinais sobre o futuro movimento do órgão, que já afirmou que vai desacelerar o ritmo de alta dos juros.

    O movimento de alta de juros favoreceu o real ante o dólar, ao mesmo tempo em que torna a renda fixa mais atrativa que a variável, prejudicando o mercado de ações.

    A agenda doméstica recheada de indicadores importantes na cena local deve movimentar a semana, incluindo o IPCA e o IBC-Br.

    Sobe e desce da B3

    Veja os principais destaques do pregão desta segunda-feira:

    maiores altas

    • BB seguridade (BBSE3) +5,74%;
    • JBS (JBSS3) +4,91%;
    • Yduqs (YDUQ3) +4,26%;
    • Usiminas (USIM5) +3,25%;
    • CSN (CSNA3) +3,15%

    maiores baixas

    • Intermedica (GNDI3) -4,67%;
    • Hapvida (HAPV3) -4,67%;
    • Via (VIIA3) -3,79%;
    • Cosan (CSAN3) -3,30%;
    • Ultrapar (UGPA3) -3,24%

    Exterior

    Na sexta-feira (4), a divulgação do relatório Payroll de emprego não-agrícola dos Estados Unidos surpreendeu o mercado com uma geração de vagas de emprego superior ao projetado, reforçando a previsão de que o Federal Reserve subirá os juros do país em março. A expectativa impacta a cotação da moeda norte-americana.

    Ao mesmo tempo, os investidores estrangeiros têm realizado um processo de migração para áreas ligadas a commodities e para os mercados emergentes, o que favorece o Brasil e o real, já que a bolsa brasileira possui uma grande quantidade de empresas ligadas ao setor.

    Expectativas de mais medidas pró-crescimento na China, enquanto pressões econômicas baixistas persistem, estão aumentando as esperanças de uma recuperação na demanda por metais, disseram analistas, o que leva a altas nos preços.

    No caso do petróleo, analistas do Goldman Sachs afirmam que os preços do petróleo Brent devem superar os US$ 100 por barril neste ano. Segundo eles, o mercado de petróleo continua em um “déficit surpreendentemente grande” já que o efeito da variante Ômicron do coronavírus na demanda pela commodity é, até agora, menor do que o que era esperado. Além disso, as tensões na Ucrânia afetam os preços.

    O movimento também está ligado à perspectiva de que o Fed elevará a taxa de juros no país na reunião de março, com os investidores migrando das ações do país para mercados e ativos vistos como mais resilientes e baratos.

    Qualquer alta de juros no país, porém, pode afetar os investimentos no Brasil, já que torna os títulos do Tesouro norte-americana ainda mais atrativos para os investidores.

    *Com informações da Reuters

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