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    Ibovespa fecha em baixa, pressionado pela queda das ações de bancos

    Índice chegou a operar em alta durante parte do pregão, seguindo bolsas internacionais que avançavam graças ao otimismo sobre o fim das restrições

    O Ibovespa fechou em queda nesta terça-feira (26). O índice chegou a subir durante boa parte do pregão, mas terminou no vermelho, pressionado pela queda de ações do setor bancário.

    O principal índice da bolsa brasileira encerrou o dia em baixa de 0,23%, a 85.468 pontos. O volume financeiro somou R$ 29,65 bilhões.

    As quedas de cerca de 4% de Bradesco e Itaú Unibanco, que têm grande peso na composição do índice, foram os principais vetores de pressão. Bradesco acumulou quase 15% de valorização nas últimas quatro sessões até a véspera, enquanto Itaú avançou mais de 10% no mesmo período, abrindo espaço para realização de lucros.

    Mais cedo, o Ibovespa chegou a superar os 87 mil pontos, subindo quase 2% diante do otimismo internacional com a reabertura econômica e novas notícias sobre potenciais vacinas para Covid-19, além de uma percepção de menor risco político no ambiente doméstico.

    “[Globalmente] os investidores estão com um estado de espírito francamente otimista, propensos a ignorar ou a minimizar os riscos”, afirmaram analistas da Levante Investimentos em nota, mencionando a reabertura das empresas e a volta da atividade econômica como principal catalisador da alta.

    Também animou o mercado a notícia de que grupo de biotecnologia Novavax entrou na corrida para testar em humanos sua vacina contra o novo coronavírus. A Organização Mundial da Saúde (OMS) afirmou na sexta-feira que 10 vacinas experimentais estão sendo testadas em humanos, incluindo a da Novavax.

    “As pessoas estiveram presas em casa, e, quando veem brilhos de esperança como vacinas, isso leva o otimismo provavelmente além de onde deveria estar, e claramente à frente da economia”, disse à Reuters Richard Steinberg, estrategista-chefe de mercado do Colony Group.

    Para Rafael Ribeiro, analista da Clear Corretora, porém, o otimismo internacional pode não durar por muito tempo. “O que pode frear esse clima favorável e virar esse quadro seria uma nova fase da guerra comercial entre China e EUA, o que está começando a ganhar força com a troca de farpas quase que diária entre autoridades chinesas e norte-americanas.

    No cenário doméstico, as tensões políticas continuaram no radar, apesar de terem sido amenizadas pela falta de elementos que intensifiquem a instabilidade em Brasília no vídeo da reunião ministerial de 22 de abril.

    Durante a tarde, o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), fez um pronunciamento em que pediu a “pacificação dos espíritos” e defendeu a harmonia entre os Poderes e a preservação da democracia. 

    “Entretanto, ainda é preciso ter cautela, uma vez que o Brasil tende a ser o novo epicentro do Covid-19 nos próximos meses, o que pode gerar instabilidade no campo político e maior retração da atividade econômica”, afirmou Pedro Paulo Silveira, economista-chefe da Nova Futura Investimentos em nota.

    Lá fora

    Nos Estados Unidos, as ações encerraram o dia em alta, com otimismo sobre o desenvolvimento de vacinas contra o coronavírus e a retomada da atividade empresarial, mas o S&P 500 não conseguiu se manter acima da marca psicológica de 3 mil pontos.

    As ações reduziram os ganhos no fim da sessão, depois que a Bloomberg News informou que o governo Trump estava considerando uma série de sanções contra autoridades, empresas e instituições financeiras chinesas, reforçando comentários feitos mais cedo pelo assessor da Casa Branca Larry Kudlow.

    Segundo dados preliminares, o Dow Jones subiu 2,17%, o S&P 500 ganhou 1,23%, e o Nasdaq valorizou-se 0,17%

    O mercado europeu também fechou em uma máxima de 11 semanas nesta terça, com as ações de viagens e lazer subindo em meio a esperanças de uma retomada no turismo, já que os países reabrem gradualmente após meses de paralisações. O índice FTSEurofirst 300 subiu 0,89%, a 1.359 pontos, enquanto o índice pan-europeu STOXX 600 ganhou 1,08%, a 349 pontos, seu maior nível para fechamento desde 9 de março. 

    Na China, os índices acionários também fecharam em alta após o presidente do banco central do país, Yi Gang, afirmar que o país vai fortalecer sua política econômica e continuar com os esforços para reduzir os juros de empréstimos. 

    O índice que reúne as maiores companhias listadas em Xangai e Shenzhen, subiu 1,13%, enquanto o índice de Xangai teve crescimento de 1,01%. Ambos registraram o maior ganho diário desde 30 de abril. 

    Destaques da B3

    Magazine Luiza ON saltou 6,75%, com executivos da empresa afirmando que esperam receitas e as margens subindo à medida que reabre gradualmente suas mais de mil lojas físicas fechadas devido à pandemia do coronavírus. Via Varejo subiu 3,2% e B2W ON disparou 9,2%. 

    Bradesco PN caiu 4,3% e Itaú Unibanco PN recuou 4%. Os papéis dos bancos, que exercem forte peso sobre o Ibovespa, ajudaram a mitigar a alta do índice, após acumularem forte valorização nas últimas quatro sessões.

    Vale ON perdeu 1,8%, também pressionando negativamente o Ibovespa. O preço do minério de ferro caiu na bolsa de commodities de Dalian, após dados mostraram aumento nos embarques de grandes mineradoras para o país na semana passada, o que aliviou preocupações sobre a oferta da matéria-prima. 

    Hypera ON subiu 7%. Uma investigação de um comitê independente da empresa encontrou R$ 110,55 milhões em pagamentos indevidos que serão ressarcidos pelo empresário João Alves de Queiroz Filho, o que retirou incertezas que pairavam sobre a companhia. 

    Petrobras ON e Petrobras PN subiram cerca de 1% cada, refletindo o desempenho positivo dos contratos futuros de petróleo.

    No setor aéreo, Azul PN recuou 3,85% e Gol PN caiu 2,5%. A Latam Airlines anunciou nesta terça-feira que entrou com pedido de recuperação judicial nos Estados Unidos, mas as operações do grupo no Brasil, Argentina e Paraguai não estão incluídas no pedido.  

    *Com Reuters

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