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    Ibovespa fecha em alta com PEC dos Precatórios e juros nos EUA; dólar vai a R$ 5,70

    Moeda norte-americana registrou a maior alta desde 13 de abril, quando encerrou a R$ 5,716

    Artur Nicocelido CNN Brasil Business* São Paulo

    O Ibovespa encerrou esta quarta-feira (15) com alta de 0,63% aos 107.431,18 pontos. O mercado refletia a aprovação da PEC dos Precatórios no 2º turno da Câmara dos Deputados e a sinalização do Fed (Federal Reserve, BC norte-americano) de que a meta de inflação nos Estados Unidos foi cumprida e que encerrará em março suas compras de títulos adotadas durante a pandemia.

    O dólar fechou em alta de 0,21%, cotado a R$ 5,707. Essa é a maior alta desde 13 de abril (R$ 5,716).

    PEC dos Precatórios

    A Câmara dos Deputados aprovou em segundo turno o texto principal da PEC dos Precatórios na tarde desta quarta-feira (15) por 332 votos a favor, 141 contra e 1 abstenção. Agora, a matéria precisa ser promulgada, em sessão conjunta do Congresso Nacional, para entrar em vigor.

    De acordo com o texto aprovado, para 2022, a aplicação dos recursos economizados com o limite de pagamento de precatórios deverá ser exclusivamente em seguridade social e no programa Auxílio Brasil. A PEC também coloca na Constituição, como direito da população vulnerável, o acesso a uma renda básica familiar, que será permanente.

    Fed

    Nos Estados Unidos, o Fed comunicou que vê a inflação em 2,6% no próximo ano, em comparação com a taxa de 2,2% projetada em setembro. Além disso, a taxa de desemprego deve cair para 3,5%.

    Como resultado, a mediana das projeções dos integrantes do Fed mostra que a taxa de juros de um dia de referência do Fed precisaria ser elevada de seu nível atual, próximo de zero, para 0,90% até o fim de 2022, com aumentos contínuos em 2023 (para 1,6%) e 2024 (para 2,1%) para levar a inflação de volta à meta de 2% do banco central.

    Eventuais aumentos nas taxas de juros, disse o Fed, agora dependeriam exclusivamente da trajetória do mercado de trabalho.

    “Com a inflação ultrapassando 2 por cento por algum tempo, o FOMC acredita que será apropriado manter” as atuais taxas de juros próximas de zero até que os mercados de trabalho voltem ao pleno emprego, disse o Fed em comunicado que começou a definir mais detalhadamente a “normalização” da política monetária do banco central após quase dois anos de esforços extraordinários para cuidar da economia em meio às consequências da pandemia.

    Étore Sanchez, economista-chefe da Ativa Investimentos, declarou que o “Fed ainda pisou mais forte no freio para a expansão do Balance Sheet. A partir de janeiro a injeção será de US$ 60 bilhões por mês, reduzindo ao ritmo de US$ 30 bilhões por mês. Em outras palavras, no final do terceiro mês do primeiro trimestre teremos o balance sheet estável”.

    O chair do Federal Reserve (Fed, banco central norte-americano), Jerome Powell, disse ainda que a economia dos Estados Unidos está melhorando rapidamente e não precisa mais do “apoio crescente” fornecido por suas compras de ativos, o que torna apropriado concluir o programa antes do anteriormente projetado.

    “A economia não precisa mais de quantidades crescentes de apoio da política monetária”, afirmou ele.

    Moeda norte-americana

    O dólar devolveu perdas iniciais e passou a subir nesta quarta-feira, conforme investidores aguardavam a decisão de política monetária do Federal Reserve.

    Na véspera, foi negociada no mercado interbancário teve alta de 0,37%, a R$ 5,695.

    “Acho que foi bem antecipada a reunião de hoje, então, às vezes, acontece de [o dólar] subir antes dela e, no dia, ter uma reação mais tímida, mas nada impede uma reversão desse comportamento nos próximos dias”, explicou Gustavo Cruz, estrategista da RB Investimentos, à Reuters.

    Juros mais altos nos Estados Unidos elevam a rentabilidade de se investir nos títulos soberanos dos EUA, considerados o ativo mais seguro do mundo, o que tenderia a aumentar o ingresso de recursos no país e, consequentemente, apoiar o dólar.

    Cenário doméstico

    No Brasil, participantes do mercado também digeriam a leitura pior do que o esperado do IBC-Br (Índice de Atividade Econômica do Banco Central-Brasil, ou prévia do PIB), que caiu 0,40% em outubro sobre setembro.

    A queda nos dados é o mais recente sinal de tropeço da atividade econômica brasileira, após leituras decepcionantes do Produto Interno Bruto (PIB) do terceiro trimestre e dos setores de varejo e serviços.

    No trimestre até outubro sobre o trimestre até julho, o IBC-Br recuou 0,94%, aprofundando a queda após recuar 0,65% nessa base de comparação em setembro e 0,26% em agosto.

    Na comparação entre o trimestre móvel (até outubro contra três meses até setembro) – uma medida de tendência-, o índice recuou 0,44%, contra baixas de 0,34% em setembro, 0,16% em agosto e 0,14% em julho.

    O dado de outubro de 2021 sobre um ano antes mostrou retração de 1,48%, uma reviravolta ante altas de 0,69% em setembro e de 4,06% em agosto.

    Pelos números do BC, o IBC-Br está 1,90% abaixo do patamar pré-pandemia e 7,91% aquém do pico do ciclo, alcançado em dezembro de 2013.

    “Nossa projeção preliminar para o IBC-Br de novembro indica crescimento de 0,4% em comparação a outubro. Por ora, temos as seguintes estimativas: crescimento de 0,3% para as receitas reais do índice geral do setor de serviços (PMS); ligeiro recuo de 0,1% para as vendas reais do varejo ampliado (PMC); e elevação de 0,5% para a produção industrial”, diz Rodolfo Margato, economista da XP.

    Embargo na China

    Outros ponto no radar dos investidores é as ações de frigoríficos que subiram após a China liberar a compra de carne bovina do Brasil.

    O Ministério da Agricultura disse à CNN Brasil na manhã desta quarta-feira (15) ter recebido a informação de que a China derrubou o embargo à carne bovina brasileira.

    A assessoria de imprensa da pasta informou que não tem detalhes da decisão do governo chinês, mas especificou que foi informada de que as exportações ao país asiático voltaram ao normal, com a certificação e embarque da proteína animal.

    O Brasil ficou mais de 3 meses sem poder exportar para o seu principal cliente, e isso teve um impacto nos preços da carne e do arroba, que saíram de máximas históricas.

    Adriano Castro, analista do Setor de Alimentos da Genial Investimentos acredita que “os preços devem voltar a subir, lá pelos patamares de máximas históricas, e isso pode até ter impacto nos custos dos frigoríficos, mas o preço da carne deve acompanhar isso. De modo geral é uma notícia positiva porque voltam a ter o principal cliente e podem exportar pelo Brasil.”

    “Mas vale destacar que os principais frigoríficos listados já têm uma pauta ampla de clientes na exportação e plantas fora do Brasil. Com isso, eles conseguiram manejar a origem das vendas, de tal forma que a restrição por parte da China tivesse um efeito menos pronunciado”, disse Phil Soares, chefe de análise de ações na Órama.

    Sobe e desce da B3

    Veja quais foram os principais destaques do pregão desta quarta-feira:

    Maiores altas

    • Minerva (BEEF3) +11,19%
    • Magazine Luiza (MGLU3) 7,49%
    • Americanas (AMER3) 7,46%
    • Lojas Americanas (LAME4) 7,41%
    • Méliuz (CASH3) 6,44%

    Maiores baixas

    • Iguatemi (IGTI11) -2,32%
    • Dexco (DXCO3) -2,32%
    • Ecorodovias (ECOR3) -2,10%
    • Brasil (BBAS3) -1,72%
    • Marfrig (MRFG3) -1,32%

    *Com informações da Reuters, de Priscila Yazbek e Larissa Rodrigues, da CNN, e de João Pedro Malar, do CNN Brasil Business

     

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