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    Fila para IPO na bolsa conta com 50 empresas (muitas de pequeno e médio porte)

    As candidatas para abertura de capital planejam usar os recursos para investir no negócio e em tecnologia, além de expandir suas operações

    Fernanda Guimarães, do Estadão Conteúdo

    A bolsa brasileira tem sido espaço para captações de empresas de diversos tamanhos e setores, uma das novidades de um mercado de capitais aquecido, com o apetite dos investidores em buscar ações para compor suas carteiras, em um ambiente de juros baixos.

    Na fila para abertura de capital há quase 50 companhias já com documentação entregue à Comissão de Valores Mobiliários (CVM), o regulador de capitais do país.

    O corresponsável pelo banco de investimento do Bank of America, Hans Lin, aponta que, assim como neste ano, a carteira de ofertas para 2021 nos bancos é bastante diversificada, com destaque para os setores de commodities, consumo, varejo, tecnologia e infraestrutura.

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    Na próxima ‘leva’ de empresas que caminha rumo à abertura de capital há gigantes, caso da CSN Mineração, e empresas menores focadas em e-commerce e tecnologia, como a Westwing. A leitura é que a bolsa está mais democrática, algo possível com o juro baixo.

    As candidatas para abertura de capital planejam usar os recursos que serão captados para investir no negócio e expandir suas operações.

    Grande parte delas também quer acelerar os investimentos em tecnologia, ponto que virou mandatório com a pandemia.

    Outro uso previsto para o dinheiro é redução de dívidas. Abaixo, alguns exemplos das candidatas a IPO em 2021.

    CSN Mineração – IPO ajudará a reduzir dívida do grupo

    A abertura de capital da CSN Mineração promete movimentar mais de R$ 8 bilhões, sendo que R$ 7 bilhões devem ir para o caixa da CSN, pela venda de uma fatia minoritária na unidade – dinheiro prometido para ajudar a reduzir o endividamento da siderúrgica. Essa é uma velha cobrança do mercado, diante da dívida líquida da companhia, que está na casa dos R$ 30 bilhões.

    A empresa, que teve de janeiro a setembro deste ano um faturamento R$ 8,9 bilhões, terá como presidente Enéas Diniz, que comandava a área dentro da CSN.

    BV – Banco quer reforçar guinada digital

    Os sócios Banco do Brasil e família Ermírio de Moraes já bateram o martelo. Havendo condições de mercado, eles levarão o BV, ex-Votorantim, para a Bolsa em 2021, uma oferta que deve movimentar R$ 5 bilhões.

    A operação servirá para trazer caixa à instituição financeira e para a venda de ações do BB e dos Ermírio de Moraes.

    O BV está repaginado e tem se debruçado para se posicionar na nova onda digital que tem impulsionado e aumentado a concorrência no setor bancário.

    São Salvador Alimentos – Gigante de Goiás busca expansão

    Gigante do frango de Goiás, o grupo industrial São Salvador Alimentos (SSA), dono da marca SuperFrango, quer fazer uma oferta de R$ 1,5 bilhão. A empresa abate 350 mil aves por dia e abastece mercados de oito estados brasileiros e Distrito Federal, além de exportar para cerca de 70 países. A receita líquida no ano passado ficou em R$ 1,6 bilhão.

    A empresa quer captar dinheiro para seguir com sua rápida trajetória de expansão. Nesse movimento, tem sido feitas aquisições no sentido de diversificar o portfólio.

    Grupo Big – Ex-Walmart reestrutura operação

    Ex-Walmart do Brasil, o nome mudou após a operação passar para as mãos do fundo Advent, no processo de reestruturação da empresa. O faturamento do Grupo Big, que também é dono da marca Sams Club, é alto: a receita líquida no acumulado do ano até setembro deste ano chegou a R$ 15,7 bilhões. Os recursos também irrigarão o caixa da empresa.

    Na estratégia da companhia, estão a abertura de novas lojas de atacado e postos de combustível e a conversão de lojas de varejo em de atacado.

    Kalunga – Líder, empresa mira abertura de novas lojas

    Rede de lojas de papelaria com um faturamento anual de cerca de R$ 2 bilhões, a Kalunga é a líder em vendas com 13,1% de participação do mercado nacional no segmento de suprimentos para escritório e material escolar.

    Em 2020, a Kalunga fechou a compra da Spiral, indústria gráfica focada na produção e importação de cadernos e de toda a linha de papelaria para abastecimento exclusivo das lojas Kalunga. Dos recursos que irão para a empresa com o IPO, boa parte deve ir para a abertura de novas lojas. Hoje são 222.

    Grupo Cortel – Funerária pode ser a 1ª do setor na B3

    Fundado no Rio Grande do Sul em 1963, o Grupo Cortel trabalha com cremação (incluindo a de animais de estimação), funerais e serviços auxiliares e faturou quase R$ 84 milhões no ano passado.

    A empresa será a primeira desse setor a estrear na B3. O IPO deverá girar R$ 400 milhões, segundo uma fonte.

    A companhia possui dez cemitérios, todos próximos a centros urbanos, cinco crematórios, um crematório de animais, uma casa funerária, mais de 40 salas de velórios, oito capelas cerimoniais e duas capelas históricas.

    Westwing – Quarentena ajudou ganho de receita

    De olho no interesse do investidor nas empresas com pegada digital, o e-commerce de produtos de decoração e artigos para casa Westwing quer fazer um IPO de cerca de R$ 500 milhões, comenta uma fonte. Com mais pessoas em casa em função da quarentena, que foi mandatória para conter a disseminação da covid-19, a receita líquida foi de quase R$ 170 milhões, com crescimento da ordem de 80% nos nove primeiros meses do ano.

    Na empresa, o engajamento da clientela é palavra de ordem. São oito milhões de usuários cadastrados. Em setembro de 2020 eram mais de 1 milhão de seguidores no perfil do Instagram. A Westwing Brasil foi fundada em 2011, como subsidiária de uma multinacional alemã de mesmo nome.

    Tok & Stok – Investimento na operação digital

    A rede de lojas de móveis e decoração Tok & Stok nasceu de uma pequena loja na Avenida São Gabriel em São Paulo, e possui atualmente 59 lojas em quatro formatos diferentes.

    O fundo norte-americano Carlyle, que controla hoje a empresa, fez seu investimento em 2012. Ou seja: esse é um ativo bastante antigo na carteira da gestora, que tem atuação forte no Brasil.

    Com um faturamento de R$ 1,2 bilhão no ano passado, atualmente a empresa já tem cerca de 24% de seu faturamento vindo dos canais digitais, número que pode crescer.

    Um dos objetivos com o dinheiro que entrará no caixa do IPO será investir na sua transformação digital e em tecnologia.

    Havan – IPO de rede de Luciano Hang ficou para 2021

    Varejista de Santa Catarina, a Havan é do polêmico empresário Luciano Hang, que ficou conhecido nacionalmente pelo seu apoio irrestrito ao presidente Jair Bolsonaro, desde a época da campanha.

    A empresa suspendeu a operação que estava planejada para ocorrer em 2020, depois de investidores avaliarem a companhia abaixo de R$ 70 bilhões, valor colocado como “mínimo” por Hang para seguir com a operação.

    A varejista possui 147 lojas físicas, muitas com a “marca” de ter na fachada uma réplica da Estátua da Liberdade.

    Em interação com investidores, Hang sempre estava trajado com seu uniforme verde e amarelo. Por trás da oferta está um plano agressivo de expansão.

    Mobly – Loja de móveis online tem lado ‘tech’

    Loja online de móveis fundada em 2011, a companhia Mobly possui cerca de 925 mil usuários ativos. E vem crescendo na pandemia. No mundo físico possui duas megastores. Contando com elas, possui, no total, 11 lojas físicas.

    Nos nove primeiros meses do ano, a receita líquida da empresa cresceu 50% e atingiu R$ 420,8 milhões. As pessoas em casa, muitas de home office, buscaram pequenas mudanças em suas casas. A empresa tenta evidenciar seu perfil “tech”.

    Em sua operação, a Mobly utiliza, por exemplo, inteligência artificial que considera o comportamento do cliente, para mostrar os produtos mais relevantes com base em comportamentos semelhantes de outras pessoas que fizeram compras.

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