Empresa de cosméticos Revlon entra com pedido de falência nos EUA
Nos últimos anos, companhia perdeu espaço nas prateleiras e vendas para marcas apoiadas por celebridades, como Kylie Cosmetics e Fenty Beauty
A Revlon, gigante de cosméticos dos anos 1990, entrou com um pedido de proteção contra falência na quinta-feira (16) por causa de sua dívida incapacitante e da crescente competição de marcas de celebridades.
A fabricante de esmaltes e batons disse que a medida permitirá “reorganizar estrategicamente” suas finanças, apontando para “restrições de liquidez” provocadas por interrupções na cadeia de suprimentos e inflação. A Revlon está recebendo US$ 575 milhões em financiamento de devedor para ajudar a sustentar suas operações diárias.
“O pedido de hoje permitirá que a Revlon ofereça aos nossos consumidores os produtos icônicos que entregamos há décadas, ao mesmo tempo em que fornece um caminho mais claro para nosso crescimento futuro”, disse a CEO da empresa, Debra Perelman, em um comunicado. Ele acrescentou que sua “estrutura de capital desafiadora limitou nossa capacidade de lidar com questões macroeconômicas para atender a essa demanda”.
Nos últimos anos, a Revlon perdeu espaço nas prateleiras e vendas para companhias apoiadas por celebridades, como a Kylie Cosmetics, da influenciadora Kylie Jenner, e a Fenty Beauty, da cantora Rihanna.
A empresa foi atingida por problemas de abastecimento, agravados pela pandemia de Covid-19. A escassez de produtos resultante foi outro fator importante para levar a Revlon à falência, e analistas disseram que é improvável que sejam resolvidos no curto prazo.
A companhia foi fundada em 1932 pelos irmãos Charles e Joseph Revson e Charles Lachman. A Revlon abriu seu capital em 1996 e em 2016 foi comprada por Elizabeth Arden, em uma aposta de US$ 870 milhões na área de cuidados com a pele para afastar a concorrência.
A Revlon briga várias marcas importantes, incluindo a Britney Spears Fragrances e a Christina Aguilera Fragrances.
Também ganhou as manchetes dois anos atrás, quando o Citigroup acidentalmente enviou quase US$ 900 milhões de seu próprio dinheiro para os credores da Revlon. Um juiz decidiu que o banco não poderia recuperar o dinheiro.
As vendas da Revlon ficaram para trás ao longo dos anos e em 2021 caíram 22% em relação aos níveis de 2017. As ações recuaram mais de 80% desde o início do ano.