Em dia turbulento no mercado, bolsas da Europa têm pior queda em quase 7 anos
Anúncio de pacotes para proteger a economia não são o suficiente para evitar o receio dos investidores
As bolsas europeias registraram seu pior encerramento em quase sete anos nesta quarta-feira (18). O resultado é reflexo dos efeitos do coronavírus: as recentes medidas de estímulos anunciadas por governos não foram o suficiente para aplacar investidores – que seguem preocupados.
O índice FTSEurofirst 300 caiu 4,13%, a 1.096 pontos, enquanto o índice pan-europeu STOXX 600 perdeu 3,92%, a 280 pontos, devolvendo todos os ganhos de terça-feira (17), quando um plano de estímulo do governo espanhol provocou compras em ações regionais.
O STOXX 600 perdeu um quarto de seu valor em março, e caminha para o pior mês na história após o epicentro do vírus ter passado da China para a Europa.
As ações de petróleo e gás, que estão entre as mais afetadas pelo surto, por conta da queda dos preços do petróleo com a menor demanda, encerraram em mínima de 24 anos.
O setor industrial marcou perdas acentuadas em meio a pedidos de resgate de US$ 60 bilhões da indústria aeroespacial dos EUA, com analistas do JP Morgan afirmando que levará anos para o setor se recuperar.
Dado que vários players europeus dependem da demanda norte-americana por serviços e peças de engenharia, uma desaceleração da atividade industrial nos EUA provocará ondulações em toda a Europa.
“Acho que provavelmente já estamos em recessão. Não vejo como evitar isso em ambos os lados do Atlântico”, disse Cameron Brandt, diretor de pesquisa do provedor de dados de fluxo de fundos EPFR.
Em LONDRES, o índice Financial Times recuou 4,05%, a 5.080 pontos.
Em FRANKFURT, o índice DAX caiu 5,56%, a 84.441 pontos.
Em PARIS, o índice CAC-40 perdeu 5,94%, a 3.754 pontos.
Em MILÃO, o índice Ftse/Mib teve desvalorização de 1,27%, a 15.120 pontos.
Em MADRI, o índice Ibex-35 registrou baixa de 3,44%, a 6.274 pontos.
Em LISBOA, o índice PSI20 desvalorizou-se 5,04%, a 3.641 pontos.