COVID-19: Gilead avança com o medicamento remdesivir e anima bolsas no mundo
A farmacêutica americana Gilead anunciou, nesta quarta-feira (29), que o seu remédio antiviral experimental remdesivir ajudou pacientes a apresentar melhoras


A corrida pela vacina do novo coronavírus continua e animando as bolsas no Brasil e no exterior. Desta vez, a farmacêutica americana Gilead anunciou, nesta quarta-feira (29), que o seu remédio antiviral experimental remdesivir ajudou pacientes a apresentar melhoras. Uma das principais novidades é de que o medicamento pode funcionar melhor no combate à COVID-19 quando utilizado no início da infecção.
Não por acaso, as ações da Gilead operavam em forte alta no pregão desta quarta, com uma valorização perto de 7%. Durante o ano, a alta das ações da empresa já está em 30%, enquanto o S&P teve uma queda de quase 9%, assim como o Dow Jones tem perdas de cerca de 13%.
Já a Nasdaq, que reúne as empresas de tecnologia, e que também tem a Gilead como uma das companhias listadas, tem valorização de 2,7% desde janeiro.
A notícia bastou para animar os mercados no pregão desta quarta-feira. Às 15h48, os principais índices de Nova York subiram acima de 2%. No caso da bolsa brasileira, a valorização era de 2,57%, fazendo o Ibovespa ultrapassar os 83.000 pontos.
Não por acaso, os resultados do medicamento são aguardados com muita ansiedade. Não só da Gilead, é claro. A Vaxart e a Pfizer também estão nessa corrida e com resultados que estão animando os investidores.
O que faz o remdesivir?
Na sexta-feira, o principal pesquisador do teste disse à Reuters que os resultados podem sair em meados de maio, e que conclusões preliminares são possíveis ainda antes.
Informações mais detalhadas sobre este estudo serão disponibilizadas em uma data futura, disse a farmacêutica.
A Gilead também forneceu dados de um estudo que realizou em dezenas de centros médicos que não compara o uso do remdesivir com um placebo.
Neste teste, a Gilead disse que 62% dos pacientes tratados rapidamente com o remdesivir tiveram alta do hospital, e 49% dos pacientes que foram tratados mais tarde.
“Isto é uma boa notícia para a Gilead e o mercado”, disse Michael Yee, analista da consultoria Jefferies, em relatório.
O teste incluiu 397 pacientes e avaliou a segurança e a eficiência de regimes de doses de cinco dias e 10 dias de remdesivir em pacientes hospitalizados com manifestações graves da Covid-19.
“O estudo demonstra o potencial de se tratar alguns pacientes com um regime de cinco dias, o que poderia ampliar significativamente o número de pacientes que poderiam ser tratados com nosso suprimento atual de remdesivir”, disse Merdad Parsey, médico-chefe da Gilead Sciences, em comunicado.
* com informações da Reuters