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    Com valor inicial de investimento 170% maior, mulheres atingem um quarto do mercado de renda variável, diz B3

    Em 2023 eram 1.253.375 investidoras, uma fatia que, em comparação ao público masculino, se mantém estagnada

    Conforme a B3, as mulheres têm mais de um produto na sua carteira de investimentos, porém os mais populares entre elas são as ações, somando 951,9 mil em dezembro
    Conforme a B3, as mulheres têm mais de um produto na sua carteira de investimentos, porém os mais populares entre elas são as ações, somando 951,9 mil em dezembro Freepik

    Marien Ramosda CNN*

    O número de mulheres que investem em renda variável aumentou 658% nos últimos 5 anos, com 1.253.375 investidoras em 2023, segundo estudo da B3 divulgado em coletiva nesta sexta-feira (8).

    Mas, quando comparado ao número total de homens investidores na mesma área — que também cresceu e registrou mais de 3 milhões — a fatia feminina se mantém estagnada em 25% (ou um quarto) desde o ano passado.

    Já na base do Tesouro Direto, o aumento é de 260%, com 903 mil em 2023.

    Christianne Bariquelli, superintendente de educação da B3, afirma que esse cenário se explica pelo aumento do conteúdo de educação financeira, principalmente nas redes sociais, e como trabalho da democratização dos investimentos.

    O perfil das investidoras em renda variável — que contém ações, BDRs, ETFs, Fundos de Investimento Imobiliário (FII) e outros — se concentra na faixa etária dos 25 a 39 anos, com 574.558, uma porcentagem de 46%.

    Um ponto de destaque é o aumento de 1.819,67% (de 4.464, em 2018, para 85.694) daquelas com 18 a 24 nos últimos 5 anos, mesmo que o valor investido por esse grupo seja ainda baixo, pois “essa faixa etária está no momento de conseguir seu emprego, começar a ter uma renda (…) onde a disponibilidade de dinheiro para investir é menor”, diz Bariquelli.

    Ela ainda acrescenta que mesmo assim, “hoje tem mais encorajamento para jovens experimentarem o mercado da renda variável”.

    Mulheres investem mais

    De 5 anos para cá, o valor médio do primeiro investimento feito pelas mulheres é maior que o dos homens, chegando a ser mais que o dobro em 2023, com R$ 167 do público feminino ante R$ 62 do público masculino. Uma diferença de 169,3%.

    Segundo a superintendente de educação da B3, existe uma “percepção que a mulher se prepara melhor, dedica mais tempo para aprender e economiza antes de fazer o primeiro investimento”.

    Contudo, houve uma queda nesses valores. Em 2018, o valor médio oferecido pelas mulheres para começar a investir em renda variável era de R$ 3.547, caindo quase pela metade no ano seguinte.

    Não só é maior o primeiro investimento, mas também o saldo médio das novas investidoras. O número é três vezes maior que a dos homens, com R$ 26 mil em 2023 das mulheres ante R$ 9,8 mil dos homens.

    Carteira das mulheres investidoras em renda variável

    Conforme a B3, as mulheres têm mais de um produto na sua carteira de investimentos, porém os mais populares entre elas são as ações, somando 951,9 mil em dezembro de 2023, com um estoque de R$ 85,2 bilhões.

    • Ações — 951,9 mil;
    • Tesouro Direto — 903,6 mil;
    • FII — 641,9 mil;
    • BDRs e BDR de ETF — 217,9 mil;
    • ETFs de RF e RV — 136,6 mil.

    FII chama atenção, ao ser o produto que mais cresceu (19,13%) entre as mulheres de 2022 para 2023, devido a “uma preferência do público feminino por previsibilidade, já que conhece a renda que gera”, afirmou Bariquelli.

    Enquanto isso, os BDRs e BDR de ETF apresentaram uma variação de -31,93% (negativa), explicado pela B3 por uma migração do produto com muitos investidores no ano passado.

    *Sob supervisão de Ligia Tuon