Ações do Google saltam 8% após empresa divulgar bons resultados financeiros
Com dados impulsionados pela venda de anúncios, tendências podem tornar a Big Tech ainda maior, em momento de crescente escrutínio sobre seu poder e impacto na sociedade
Apesar de já ser um dos maiores gigantes da publicidade online, o negócio de anúncios do Google continua a crescer rapidamente.
As vendas de anúncios da empresa cresceram quase 33% ano a ano, para US$ 61,2 bilhões durante os três meses encerrados em dezembro, e contribuíram para um trimestre geral melhor do que o esperado para a controladora Alphabet.
A empresa divulgou na última terça-feira (1) lucro trimestral de US$ 20,6 bilhões, ou US$ 30,69 por ação, com receita de US$ 75,3 bilhões, bem acima do que analistas de Wall Street haviam projetado.
As ações da Alphabet subiram até 8% nas negociações após o expediente após o anúncio na terça-feira.
O aumento nas vendas de anúncios ocorre depois que a empresa já havia experimentado um rápido crescimento nos últimos trimestres, à medida em que as pessoas passavam mais tempo on-line enquanto ficavam em casa durante a pandemia – e as empresas gastavam mais dinheiro em anúncios on-line para alcançá-las lá.
Essas mesmas tendências parecem estar tornando a Big Tech ainda maior em um momento de crescente escrutínio sobre seu poder e impacto na sociedade.
“Está claro que muitos anunciantes mudaram seus investimentos para anúncios de busca e exibição on-line e isso não é uma tendência de curto prazo, é uma nova realidade”, disse Tom Johnson, diretor digital global da agência de mídia Mindshare Worldwide, por e-mail.
Além do negócio principal de anúncios, as outras unidades da Alphabet também tiveram um trimestre forte. Os smartphones Pixel da empresa atingiram um recorde de vendas trimestral durante o importante período de férias, disse o CEO da Alphabet, Sundar Pichai, apesar das restrições de fornecimento causadas pela escassez global de semicondutores. (O Google não divulga um número de vendas do Pixel.)
Os negócios de armazenamento em nuvem do Google, um foco crescente para a empresa, registrou um crescimento de receita de 45%, embora tenha perdido US$ 890 milhões. A força de vendas de nuvem da empresa mais do que triplicou desde 2019, disseram executivos em teleconferência com analistas na terça-feira.
O forte final do ano ajudou as vendas anuais totais da Alphabet a atingirem US$ 257,6 bilhões, a primeira vez que superou a marca de US$ 200 bilhões.
No entanto, houve algumas bandeiras vermelhas no relatório. Os custos de aquisição de tráfego do Google, ou seja, o valor que gasta para atrair usuários para suas plataformas, aumentaram cerca de US$ 3 bilhões durante o trimestre, uma tendência “preocupante” “que a Alphabet não quer que continue”, disse Johnson.
A receita do segmento “Outras Apostas” da empresa, que inclui seu esforço de carros autônomos Waymo, também registrou uma ligeira queda de receita ano a ano para US$ 181 milhões e uma perda de quase US$ 1,8 bilhão.
Pichai também comentou durante a teleconferência sobre uma série de projetos de lei que estão sendo considerados no Congresso que visam reprimir o poder dominante das grandes empresas de tecnologia.
Um projeto de lei, aprovado pelo Comitê Judiciário do Senado no mês passado, impediria grandes empresas de tecnologia de preferirem seus próprios produtos ou serviços em suas plataformas. Se aprovada, a lei pode proibir o Google de listar os resultados do Google Maps na parte superior de sua página de pesquisa, por exemplo.
“Estamos abertos a regulamentações sensatas e atualizadas. É importante que a tecnologia seja benéfica para a sociedade”, disse Pichai.
“Em algumas das propostas atuais, há áreas em que estamos genuinamente preocupados que possam quebrar uma ampla gama de serviços populares que oferecemos aos nossos usuários, todo o trabalho que fazemos para tornar nossos produtos seguros, em alguns casos, pode prejudicar a competitividade americana ao prejudicar apenas as empresas americanas.”
A empresa também anunciou na terça-feira um desdobramento de ações de 20 por 1, a ser executado em 15 de julho. A medida, que tornaria as ações mais acessíveis e poderia melhorar a liquidez do Google, está pendente de aprovação dos acionistas.
