Ações da Ambev sobem com aumento das vendas de bebidas no Brasil
De acordo com a Confederação Nacional das Revendas Ambev e das Empresas de Logística da Distribuição, houve avanço de 35% das vendas de bebidas em agosto
De acordo com a Confederação Nacional das Revendas Ambev e das Empresas de Logística da Distribuição (Confenar), que responde por cerca de 30% das revendas da fabricante, houve aumento de 35% das vendas de bebidas em agosto e de 8% no acumulado do ano. A notícia animou os investidores da Ambev.
Às 12h30, as ações da companhia (ABEV3) eram negociadas em alta de 3,34%. Para Leandro Fontenesi, analista do Bradesco BBI, a notícia tem um quê positivo e outro negativo.
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“Por um lado, sugere que a demanda por cerveja continuou se recuperando no Brasil, o que é positivo para a Ambev. Por outro lado, reforça nossa visão de uma mudança estrutural em direção a um maior consumo de cerveja em casa, com a reabertura de bares e restaurantes por volta de junho no Brasil, o que é negativo para as margens da Ambev”, escreve o especialista em relatório.
Obviamente, o consumo e a produção foram impactados pela pandemia, mas menos do que o esperado por especialistas. E isso ajudou a Ambev a ter resultados melhores do que os imaginados – mas não necessariamente bons, na visão de analistas.
Diante de uma pandemia e uma crise sem precedentes, a maioria dos analistas se impressionou com o resultado – ainda mais diante de passos importantes rumo a digitalização. O aplicativo de entregas de cerveja Zé Delivery, por exemplo, registrou 5,5 milhões de pedidos no segundo trimestre – mais de 3,6 vezes do total registrado em todo 2019.
A falta do funcionamento de bares e restaurantes também preocupa a analista Diana Stuhlberger, da casa de análises Eleven Financial. “O desempenho de volume mostrou-se mais resiliente do que imaginávamos, mas nossa recomendação é de venda”, disse ela em relatório a clientes. Para mudar de ideia, a Eleven ainda acredita que é preciso observar melhor a dinâmica concorrencial e a adaptação aos padrões de consumo do “novo normal”, escreveu em relatório do fim de julho.
Em conferência com analistas, os executivos da Ambev acreditam que a empresa terá uma recuperação em V, tanto em volumes quanto em receitas, mas as margens devem continuar mais apertadas.
“Nós nos adaptamos rapidamente às mudanças trazidas pelo Covid-19 em termos de consumo e vemos os volumes melhorando sequencialmente desde abril”, disse o presidente da Ambev, Jean Jereissati.
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