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    Inter reduz projeção da inflação para 4,75% em 2023 e vê corte da Selic em agosto

    Para o ano que vem, instituição prevê IPCA em 4%

    Da CNN*

    O Inter divulgou nessa quarta-feira (21), em carta ao mercado, a revisão da projeção de Índice de Preços do Consumidor Amplo (IPCA) para este ano. A expectativa do medidor oficial da inflação foi de 5,1% para 4,75% em 2023. Para 2024, foi mantido em 4%.

    A recente queda das commodities e dos preços aos produtores resultou em uma desaceleração mais rápida da inflação ao consumidor.

    “Esperamos deflação em junho, de cerca de 0,15%, o que deve reduzir o IPCA do ano para 4,75%, também reduzindo o risco de inércia para 2024”.

    Referente à taxa de juros, o Inter manteve a expectativa do primeiro corte da Selic para agosto, terminando 2023 em 12%, e 2024 em 9,5%.

    Na semana passada, o Inter também revisou a projeção do crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil em 2% para 2023. A elevação das estimativas foi puxada pelo avanço de 1,9% das atividades no primeiro trimestre deste ano.

    O documento destaca que projeção “é praticamente o resultado já realizado, e o crescimento marginal nos próximos trimestres deve ficar próximo de 0 ou até negativo”.

    Segundo o comunicado, o crescimento acima do esperado no primeiro trimestre, principalmente devido ao agro, deve resultar em um crescimento mais robusto em 2023.

    “Apesar do PIB maior, a demanda doméstica segue mais enfraquecida e também contribui para a mudança na direção da política monetária”.

    A projeção do cenário internacional também é de melhora, apesar da expectativa de juros maiores por mais tempo. A lenta queda da inflação nos Estados Unidos deve manter juros mais elevados lá fora por mais tempo.

    Com o crescimento da China desapontando, o risco de recessão deve continuar no radar dos investidores.

    Cenário inflacionário

    O mercado se surpreendeu com os indicadores de inflação e a queda mais rápida em maio e junho deve resultar IPCA menor em 2023, segundo o Inter.

    “A queda dos preços de alimentos e combustíveis deve resultar em deflação em junho e o câmbio, que acumula valorização de 10% no ano, também contribui para menor pressão nos custos das matérias-primas”.

    O Inter ressalta que a inflação de serviços continua elevada, mas também mostra tendência de baixa. A queda das medidas de inflação mais impactadas pela política monetária, como a média dos núcleos e serviços, também tiveram queda nos últimos meses.

    A expectativa é de que a inflação de serviços termine 2023 próxima de 5,5%, ante 7,5% em 2022.

    O IC-Br, prévia do índice de commodities, acumula queda de 20% em 12 meses, e o IGP-M, indicador do aluguel, tem variação negativa de 4,5% no mesmo período.

    Corte na taxa de juros

    Assim como a grande maioria dos analistas de mercado, o Inter também manteve a projeção do início da redução da Selic a partir de agosto, terminando o ano com a taxa em 12%.

    A queda da inflação abaixo do esperado, juntamente com a redução nas expectativas, devem permitir o início do afrouxamento monetário pelo Copom a partir da próxima reunião.

    A expectativa é que os cortes podem seguir ao longo de 2024 até 9,5%. A velocidade da redução pode ser maior caso o novo marco fiscal aprovado e sua implementação em 2024, traga resultado primário melhor que o esperado, contribuindo para nova redução na expectativa de crescimento da dívida pública e, assim, reduzindo o risco ainda embutido na taxa de juro neutra estimada pelo BC.

    “O fim do ciclo também dependerá da evolução do cenário ao longo de 2024 e convergência final da inflação para a meta em 2025. Em um cenário mais otimista, poderíamos voltar a ter Selic neutra de 7%, com a inflação na meta em 3%”.

    Cenário externo

    O documento do Inter mostra que o Federal Reserve (Fed — o BC dos EUA) pausou o ciclo de elevação dos juros, mas ainda indica mais duas altas em 2023.

    As projeções de juros nos EUA tiveram nova revisão de alta para 2023 com a expectativa do mercado de mais uma alta na reunião de julho e cortes apenas em 2024.

    “Mesmo as taxas mais longas também se elevaram e voltaram para próximo de 4%. Ainda assim, o apetite a risco dos investidores aumentou nas últimas semanas, beneficiando o fluxo para emergentes e demais ativos de risco”.

    *Publicado por Diego Mendes

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