Incertezas econômicas se dissiparam, e BC deve cortar juros a partir de agosto, dizem especialistas
Projeção da ABBC indica que o Copom deve manter Selic em 13,75% ao ano na próxima reunião, mas que iniciará cortes em agosto
Economistas indicaram em entrevista à CNN neste domingo (18) que as incertezas econômicas responsáveis pela elevação da taxa de juros se dissiparam. Eles consideram que o Banco Central (BC) deve começar um ciclo de cortes na Selic em agosto.
A professora de Economia da Universidade Federal Fluminense (UFF) Julia Braga aponta que, no início de 2023, o aperto monetário do Federal Reserve (Fed) e a crise bancária dos Estados Unidos influenciaram as expectativas no Brasil.
Para a professora, contudo, estes fatores “não estão mais presentes”. “Ao que tudo indica, o Banco Central vai começar a sinalizar uma queda a partir da próxima comunicação e realizar de fato a queda a partir de agosto”, afirma.
Paulo Gala, professor da EESP/FGV e economista-chefe do Banco Master, reitera a expectativa de que o ciclo de corte se inicie em agosto, mas destaca que “mais importante é o BC reconhecer na próxima comunicação dele que a situação de inflação melhorou muito no Brasil”.
“Nos últimos meses, tivemos queda nas expectativas de inflação, nos preços de atacado, nos preços de consumidor”, afirma o especialista.
“O Banco Central nunca corta juros sem avisar antes. Agora, estamos na fase do aviso. Provavelmente, a reunião da próxima semana deve marcar essa comunicação”, completa.
Uma projeção da Associação Brasileira de Bancos (ABBC) indica que o BC deve manter a taxa Selic em 13,75% ao ano na próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), que acontece nos dias 20 e 21 de junho.
No entanto, a entidade acredita que o afrouxamento da política monetária pode acontecer a partir da reunião do mês de agosto.
*Produzido por Duda Cambraia e Manoela Carlucci; publicado por Danilo Moliterno
