Google e The New York Times fecham acordo de US$ 100 milhões para parceria de conteúdo, diz jornal
Notícia do acordo chega ao Brasil no momento em que o Congresso debate o chamado Projeto de Lei das Fake News, que, entre outros pontos, aborda a remuneração ao conteúdo jornalístico por plataformas online
O Google pagará ao jornal americano The New York Times (NYT) US$ 100 milhões (cerca de R$ 500 milhões) ao longo de três anos para exibir o conteúdo produzido pelo jornalístico em sua plataforma, revelou o Wall Street Journal (WSJ) na segunda-feira (8).
O acordo foi firmado em fevereiro. O jornal chegou a noticiar o acordo, mas não havia detalhado o valore, agora divulgados por uma fonte com conhecimento do assunto, disse o WSJ.
Segundo o próprio NYT, as empresas trabalharão juntas em ferramentas para distribuição de conteúdo e assinaturas, usando as ferramentas do Google para marketing, experimentação de produtos publicitários e, posteriormente, no Subscribe with Google (assinatura de notícia) e no Google Ad Manager (anúncios).
“A The Times Company e o Google já colaboraram anteriormente no uso de novas tecnologias para atender às necessidades de negócios, incluindo a transformação da infraestrutura de dados da empresa com o Google Cloud, expansão dos formatos de anúncios do The Times usando o Google Ad Manager, digitalização do arquivo de fotos e recortes do Times e aplicação de aprendizado de máquina de técnicas para moderação de comentários”, diz o comunicado do periódico.
Procurado para comentar, o Google respondeu que “Não compartilhamos detalhes de acordos comerciais confidenciais com parceiros”, mas destacou que a empresa remunera, globalmente, mais de 2.200 publicações em 21 países, por meio do Google Destaques, que é um programa de licenciamento de conteúdo.
No Brasil, diz a plataforma, são mais de 150 veículos de notícias em 20 estados brasileiros. “Somos um dos maiores financiadores do jornalismo no mundo por meio de nossos programas, parcerias e produtos”, afirmou a empresa.
PL das Fake News
A notícia do acordo chega ao Brasil no momento em que o Congresso debate o chamado Projeto de Lei das Fake News, que aborda a criação da Lei Brasileira de Liberdade, Responsabilidade e Transparência na Internet, e visa estabelecer obrigações a serem seguidas por redes sociais, aplicativos de mensagens e ferramentas de busca na sinalização e retirada de contas e conteúdos considerados criminosos.
O PL aborda justamente a remuneração ao conteúdo jornalístico, publicidade digital e regulações específicas para essas plataformas.
O texto seria votado na Câmara dos Deputados no final de abril, mas, diante ao aumento da oposição de parlamentares à proposta, ele foi retirado de pauta. O relator, Orlando Silva, agora busca consenso com deputados.
*Publicado por Ana Carolina Nunes