Forte crescimento no preço de ações pode criar bolha de inteligência artificial, diz especialista
Economista-chefe da Azimut Brasil compara o crescimento meteórico das ações de empresas de IA com a bolha das "dotcom" dos anos 2000
No programa WW desta segunda-feira (5), o economista-chefe da Azimut Brasil, Gino Olivares, levantou preocupações sobre uma possível bolha no setor de inteligência artificial (IA), comparando a situação atual com a famosa bolha das empresas “dotcom” no final dos anos 1990.
Olivares destacou o crescimento meteórico do preço das ações de empresas ligadas à IA, especialmente as fabricantes de microchips.
“Muitas pessoas nem sequer sabem o que estão comprando, mas julgam que têm que ter [a ação] Nvidia”, exemplificou, referindo-se à popular fabricante de chips.
Trançando um paralelo com a declaração de Alan Greenspan em 1996 sobre a “exuberância irracional” do mercado, que precedeu em quatro anos o estouro da bolha das empresas de tecnologia, Olivares alertou que podemos estar vivenciando um episódio semelhante no setor de IA.
“Houve um excesso, e talvez esses excessos estarão a ser corrigidos”, argumentou Olivares, sugerindo que o mercado pode estar supervalorizando o potencial de crescimento contínuo dessas empresas.
“Talvez tenhamos visto apenas o trailer de um filme que veremos mais à frente.”
O especialista ressaltou que não seria o primeiro nem o último episódio na história em que tendências aparentemente inesgotáveis chegam ao fim. Embora tenha evitado fazer previsões definitivas.
“Não quero ser pessimista, pensar que estou antecipando a próxima queda da bolha, mas que tem cara de bolha, tem”, concluiu o economista.