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    Fintechs: entenda o que são, onde atuam e impactos no mercado

    Fintechs consistem em uma solução para o mercado financeiro que agrega tecnologia e inovação nos serviços; saiba o que são, como funcionam e onde atuam

    Da CNN

    A tecnologia bancária traz com ela muitos termos estrangeiros para explicar novos processos no mercado.

    Fintech é uma dessas palavras que têm sido muito usadas, mas que nem todos entendem o que significa.

    A seguir, entenda o que são essas empresas, porque elas estão crescendo, onde as fintechs atuam e quais os exemplos de empresas no Brasil.

    O que é fintech?

    Fintech nada mais é do que uma combinação de tecnologia e finanças — por isso, o nome financial technology — para oferecer soluções financeiras inovadoras.

    Por meio de plataformas online, aplicativos e outras tecnologias, as fintechs conseguem oferecer produtos e serviços financeiros de forma ágil e totalmente digital, seja no desktop ou no smartphone.

    Isso é feito também com menores custos, o que beneficia tanto os consumidores quanto as próprias empresas. A ideia é que isso transforme o mercado financeiro, incentivando a competição e a constante inovação das empresas.

    As fintechs atuam em diversas áreas financeiras. Pagamentos, empréstimos, investimentos, seguros e gestão financeira são algumas delas.

    Fintech vs Startup: quais são as diferenças?

    Existe uma certa sobreposição entre os termos “fintech” e “startup”, mas não se pode considerá-los sinônimos.

    Uma startup é uma empresa em estágio inicial que busca solucionar um problema específico no mercado, geralmente por meio da inovação e do uso da tecnologia.

    Já uma fintech é uma empresa que tem como foco principal a criação e oferta de soluções financeiras, também com base na tecnologia.

    Enquanto uma startup pode atuar em diversas áreas, incluindo a financeira, uma fintech tem sua atuação diretamente ligada ao setor financeiro.

    De forma mais simples, se pode dizer que a maioria das fintechs são startups, mas nem todas as startups são fintechs.

    Ou seja, embora haja certa interseção entre os termos, eles não se equivalem: o primeiro é uma parte do segundo termo.

    Por que as fintechs estão crescendo no Brasil e no mundo?

    / As fintechs têm crescido no Brasil e no mundo / Pexels / Anna Nekrashevich

    Fintech é um termo em alta justamente porque apresenta um considerável nível de crescimento, tanto no Brasil como fora dele.

    O Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) relatou que o setor fintech da América Latina experimentou um crescimento de 112% entre 2018 e 2021.

    Existem cerca de 2.500 empresas de tecnologia financeira operando na região — representando mais de 20% de todas as fintechs globais.

    Além disso, o Brasil é conhecido por ser o país com as mais abundantes tecnologias de ponta da América do Sul.

    Ele compõe 31% de todas as empresas, projetos e startups existentes dentro deste setor, seguido pelo México, com 21%, e pela Colômbia, com 11%, de contribuição.

    No mundo, como um todo, o crescimento não é diferente: o valor total dos investimentos em empresas fintech em todo o mundo aumentou drasticamente entre 2010 e 2019, atingindo US$ 216,8 bilhões, segundo dados da Statista.

    E, apesar da pandemia, continua sendo um mercado para se acompanhar.

    Elas vieram para ficar?

    O mercado de fintechs tem se mostrado em um processo de consolidação, principalmente por ser uma solução de democratização do acesso aos bancos.

    Esse é um desafio longo, pois, como mostram dados de estudo do Instituto Locomotiva, em relação a 2021, 10% dos brasileiros não tinham conta em banco (16,3 milhões).

    Ao mesmo tempo, 11% (17,7 milhões) das pessoas não movimentaram a conta no mês anterior. Isso representa 21% do total com pouco uso. Considerando janeiro de 2020, essa parcela era de 29% do total.

    Outros fatores, como o auxílio emergencial, também contribuíram para o processo, mas a facilidade que um banco digital apresenta para as pessoas também pode ajudar a pavimentar esse caminho.

    Em relação ao Brasil, estamos falando de um dos três países com maior participação de clientes e com crescimento mais rápido na adesão do modelo de bancos digitais, segundo levantamento do banco digital N26 em parceria com a Accenture.

    Pensando nos usuários de smartphones, segundo dados da pesquisa da Quanto, em parceria com a Costellation, 75% das pessoas entrevistadas possuem conta em mais de um banco e a tendência é que isso continue.

    62% das pessoas têm preferência por um banco digital — que pode ser uma fintech —, mas ainda tem uma conta em um banco tradicional para manter dados sobre movimentações financeiras — questão onde o open banking deve entrar como solução.

    Quais são as vantagens das fintechs?

    / As principais vantagens das fintechs / Imagem: Shuterstock / File404

    As fintechs se destacam justamente porque usam a tecnologia para trazer benefícios tanto aos negócios como aos usuários. Entre os principais, podemos destacar:

    Maior agilidade e praticidade

    Com o uso de plataformas online e aplicativos, é possível realizar operações bancárias com mais rapidez e facilidade.

    Para as empresas, essa vantagem se traduz em processos financeiros mais eficientes, com menor tempo de espera para realizar operações e maior rapidez no recebimento de pagamentos.

    Menores taxas e tarifas

    As fintechs costumam oferecer taxas e tarifas mais baixas do que as instituições financeiras tradicionais.

    Para as empresas, isso se traduz em custos financeiros menor e, para os clientes, essa vantagem se traduz em maior acessibilidade a serviços financeiros.

    Inovação e personalização

    As fintechs são conhecidas por sua capacidade de inovar. Para as empresas, essa vantagem pode significar a possibilidade de contar com serviços financeiros mais adequados às suas necessidades específicas, ou seja, maior personalização. Logo, os clientes ganham com isso.

    As fintechs são seguras?

    Assim como as demais empresas do mercado financeiro, as fintechs precisam seguir as regras do Banco Central para atuar. Ou seja, as operações precisam estar em conformidade com as leis e regulamentos aplicáveis ao setor financeiro.

    Considerando isso, as startups são tão seguras como os bancos tradicionais. Na verdade, por usarem tecnologia de ponta, em alguns casos, podem até ter protocolos de segurança ainda mais rígidos do que as instituições financeiras tradicionais.

    A segurança é um dos principais fatores que garantem a confiança dos usuários em suas plataformas.

    Algumas ferramentas que podem dar apoio para isso são criptografia de ponta a ponta, autenticação de dois fatores e firewalls, além de equipes de segurança dedicadas a monitorar constantemente as plataformas em busca de possíveis vulnerabilidades.

    Onde as fintechs atuam?

    Falamos antes que essas empresas podem atuar nos mais diversos campos do universo financeiro, mas onde as fintechs atuam, de fato?

    Desde área de pagamento até bitcoins, há inúmeros serviços financeiros a serem oferecidos por elas.

    A seguir, entenda um pouco mais sobre essas operações e os tipos de fintechs que existem.

    Pagamento

    Estas empresas oferecem soluções de pagamento para pessoas físicas e jurídicas, como cartões de crédito ou maquininhas de cartão. A ideia é trazer soluções inovadores para as operações de compra e venda.

    Investimento

    Entre os tipos de fintech, também existem as de investimento. Essas empresas oferecem produtos financeiros e digitais para a negociação de ações, títulos e outros ativos do mercado financeiro.

    Controle financeiro

    Estas startups oferecem ferramentas inovadoras para gerenciar dinheiro, tais como planejadores de orçamento ou acompanhamento de despesas. O objetivo é ajudar indivíduos e empresas a controlarem melhor suas finanças.

    Empréstimo

    Essas startups oferecem serviços de empréstimo para pessoas físicas e jurídicas. A ideia é tornar o processo de empréstimo mais fácil, mais rápido e mais acessível aos clientes. As análises de crédito acontecem a partir de soluções tecnológicas.

    Crowdfunding

    Esse tipo de fintech oferece ferramentas para ajudar empresas e indivíduos a levantar capital através do crowdfunding.

    Isso acontece por meio de plataformas para investidores apostarem em projetos e, assim, empresários receberem o dinheiro necessário para iniciar um negócio.

    Bitcoins

    Finalmente, há fintechs que lidam com o comércio de bitcoin. Estas startups oferecem serviços para facilitar o acesso a esta moeda digital. A moeda serve como um método de pagamento de bens e serviços ao redor do mundo.

    / Exemplos de fintechs / Imagem: Pexels / Mikhail Nilov

    As fintechs podem engolir os bancos tradicionais?

    As fintechs surgiram como uma alternativa às instituições financeiras tradicionais, oferecendo serviços mais ágeis, simples e acessíveis, principalmente para pessoas que antes não tinham acesso ao sistema financeiro.

    O grande ponto aqui não é inviabilizar os bancos tradicionais, mas trazer melhorias que estimulem a competitividade, para que todo o mercado financeiro se atualize.

    Desta forma, com maior concorrência no mercado, todos os clientes poderão ter acesso a bons produtos. Logo, as empresas que não acompanham isso podem se prejudicar.

    As fintechs devem ser regularizadas?

    As fintechs devem ser regulamentadas e estar em conformidade com as leis relativas ao setor financeiro.

    O Banco Central é quem regulariza o mercado das fintechs. O Conselho Monetário Nacional (CMN) do Banco Central aprovou as Resoluções nº 4.656 e nº 4.657 em 2021, e, com isso, se tem um marco regulatório para o setor.

    A regulamentação é necessária para garantir a segurança dos consumidores e a estabilidade do sistema financeiro como um todo.

    Por isso, é fundamental para o mercado de fintechs também.

    E, para não terminar aqui, continue lendo também outros temas sobre economia.

    Publicado por Thâmara Kaoru

    Leia também o que significa Open Finance e como funciona.

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