Veja as ações mais recomendadas por bancos e corretoras para o mês de abril
Papeis da Vale lideram ranking de recomendações, seguida por Itaú, Multiplan e Arezzo
O mês de março foi turbulento para o mercado financeiro. Nas primeiras semanas, os investidores foram surpreendidos pela notícia de que bancos, nos Estados Unidos e Europa, estavam em apuros, sendo os mais icônicos os casos da falência do Silicon Valley Bank (SVB) e a crise do Credit Suisse, que levou a sua compra pelo UBS, para evitar consequências piores no sistema financeiro.
No ambiente doméstico, o Banco Central (BC) decidiu pela manutenção da Selic em 13,75% ao ano e exibiu, em ata, um tom bastante duro sobre o cenário econômico local e global, com alguns analistas interpretando a mensagem como um recado ao governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que vem repetidamente criticando o patamar dos juros no país, com mensagens diretas ao presidente da instituição, Roberto Campos Neto.
No final do mês, o governo apresentou o tão aguardando projeto do novo marco fiscal, liderado pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad, que agradou diferentes setores – como políticos, empresários e o mercado – pela concretização da promessa de uma nova proposta de controle das contas públicas após a aprovação da Pec do Estouro, mas deixou ainda muitas dúvidas de como será colocada em prática e a ânsia por detalhamentos.
No último pregão de março, o Ibovespa fechou em queda de 1,77%, aos 101.882,2. No mês, o índice de referência brasileiro registrou queda de 1,16%.
No radar em abril
Com base neste cenário, bancos e corretoras consultadas pela CNN recomendaram as ações com maior potencial para o mês de abril. Para a montagem desta carteira, participaram: XP, Warren, Guide, Genial, Ativa, Terra, Órama e Banco do Brasil.
De acordo com as avaliações, em abril ainda existem incertezas a respeito do movimento da taxa Selic para este ano, da implementação e desempenho das políticas fiscais por parte do governo e a reancoragem das expectativas.
Além disso, tanto os juros como a inflação em um contexto mais negativo, geram uma maior pressão também nos resultados esperados para as empresas ao longo de 2023.
Sendo assim, as instituições permanecem com uma visão cautelosa e recomendam uma carteira mais diversificada, contendo empresas mais defensivas e com uma estratégia visando menos impactos da conjuntura macroeconômica.
Nesse sentido, se destacaram os seguintes setores: financeiro, varejo, tecnologia, mineração e transportes.
Liderando as recomendações aparece a Vale, com 7 sugestões para investimentos. Em seguida, com 6 recomendações aparece Itaú Unibanco.
Veja a lista
Destaques para o mês
Veja o que os analistas comentaram sobre os papéis mais indicados para abril:
Vale
Ticker: VALE3
Comentário: Terra Investimentos
Na avaliação da Terra, o minério de ferro na China deve manter o cenário volátil, enquanto o governo do gigante asiático continua analisando políticas de estímulos que tendem a aumentar a demanda pelo produto.
Ainda assim, a expectativa para retomada para níveis históricos da demanda do aço. O fator de risco, segundo a consultoria, continua associado as restrições do combate à Covid-19 e sinais de interferência em Taiwan.
“A empresa continua apresentando resultados operacionais fortes apesar das últimas revisões de produção. Outro fator de longo prazo, é a guerra entre Rússia e Ucrânia, que deve gerar maior demanda por metais para reposição de armamento bélico”, diz.
A consultoria estima um preço alvo em 12 meses de R$ 100.
Itaú Unibanco
Ticker: ITUB4
Comentário: Banco do Brasil
Em um mês marcado pela crise bancária mundial, a avaliação do Banco do Brasil é de impacto limitado domesticamente, especialmente por conta da rápida resposta dos órgãos reguladores nos países mais afetados.
Apesar disso, o banco menciona dados divulgados pelo BC relativos a fevereiro que apontam uma retração pontual no crédito PJ. A instituição considera se tratar de incremento por parte dos bancos na seletividade por conta do caso Americanas, ocorrido em janeiro, “o que sugere potencial desaceleração no crédito de forma ainda mais significativa do que se esperava para esse ano”.
“Na esteira desses acontecimentos, optamos pela manutenção do Itaú, que possui, na nossa visão, o conjunto operacional mais equilibrado para o enfrentamento da crescente sensibilidade quanto ao setor bancário”, conclui a instituição.
Multiplan
Ticker: MULT3
Comentário: Guide Investimentos
A Guide destaca os resultados da Multiplan, dizendo que a companhia divulgou números bons e dentro do esperado pelo mercado. A receita líquida foi de R$ 456 milhões (+41% A/A), impulsionada por maiores receitas de locação e estacionamento, fruto do menor impacto da pandemia nos negócios da empresa.
A Multiplan atualmente é uma das principais empresas de shoppings centers do país, com mais de 45 anos de atuação. O modelo da empresa é bastante verticalizado, uma vez que atua no planejamento, desenvolvimento e administração dos seus ativos.
Ao final de setembro de 2022, a Multiplan detinha 20 shopping centers com Área Bruta Locável (ABL) total de 876 mil m² (sendo 706 mil m² de ABL própria).
Assaí
Ticker: ASAI3
Comentário: XP
Em março, as ações do Assaí tiveram desempenho acima do Ibovespa. A companhia anunciou recentemente o follow on do Casino de R$ 4 bilhões e a redução da influência do Casino (com apenas um assento, contra cinco anteriormente). Apesar disso, a XP considera que a empresa sofreu com ruídos ao redor de uma possível oferta primária, que foi negada pela companhia.
Para a XP, o papel permanece como preferência no setor, uma vez que, segundo a expectativa da corretora, o formato de atacarejo ganhe participação de mercado no varejo alimentar, boas perspectivas com os resultados de curto-prazo devem se concretizar, e novos anúncios em direção à melhoria de governança corporativa e redução da influência do Casino na companhia.
“Reiteramos nossa recomendação de compra e preço-alvo de R$ 27 por ação”.