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    Segurança em ativos digitais depende de bom senso do investidor, diz CEO da Stonoex

    Em entrevista ao programa CNN Soft Business, Ricardo Azevedo fez alerta para a falta de proteção dos investimentos em ativos digitais, especialmente NFT

    Fernando NakagawaPhelipe Sianido CNN Brasil Business , em São Paulo

    Se a diversificação dos investimentos é uma máxima do mundo das finanças, no mercado de ativos digitais não é diferente. Mas como uma peculiaridade: a escolha e a aposta do ativo digital dependem muito mais de bom senso do investidor do que de mecanismos de proteção e regulação. O alerta foi feito por Ricardo Azevedo, CEO da Stonoex, em entrevista ao programa CNN Soft Business sobre a negociação de arquivos digitais com selo NFT, que tem movimentado fortunas pelo mundo.

    “Esses gatilhos que permitem você atuar no mercado financeiro de uma forma um pouco mais segura, é que faltam muito no mundo das criptomoedas, NFT e Sporting. Porque você não assina nenhum tipo de declaração, isso depende só do seu bom senso, de que você pode investir 1 milhão naquilo e, se você perder, você quebrou, né?”, afirma Azevedo, à frente da empresa que lida com aplicações financeiras de tecnologia no Brasil.

    Ricardo Azevedo diz acreditar no mercado de NFTs e na tecnologia por trás dessa novidade, mas ele reconhece que a avaliação do valor financeiro desses ativos não é trivial, e, inclusive, pode não se sustentar. “Se vai continuar nesse valor? Depende muito talvez do trabalho desse artista, do poder de convencimento, da capacidade artística e do próprio valor artístico daquelas obras”.

    Veja trechos da entrevista do executivo da Stonoex, Ricardo Azevedo, aos apresentadores do CNN Soft Business, Phelipe Siani e Fernando Nakagawa:

    Bom senso como garantia

    “Existe hoje um conceito, e essa é uma das particularidades da tecnologia blockchain, de fracionamento. Então, em vez de investir bastante dinheiro em um ativo, investir frações de diversos ativos. E o grande ponto, e é claro, envolve muita energia para estudar que ativos são esses, mas a grande aposta é nesse ativo, de que vale 3 centavos e vai valer 9 centavos daqui a 6 meses, ou que vale 10 centavos e vai valer 20 daqui a um ano. E, eventualmente, você vai investir em ativos que vale 1 real que vai valer zero também.”

    “Então, a carteira de ativos precisa realmente ser inteligente, ela precisa ser bem processada. Agora a proteção do investidor, que é o que acontece no mundo real, em que você precisa declarar que, quando vai investir em bolsa, está preparado para perder dinheiro. Você precisa declarar que tem dinheiro para investir ali, exatamente como forma de proteção. Acho que são esses gatilhos que permitem você atuar no mercado financeiro de uma forma um pouco mais segura é que faltam muito no mundo das criptomoedas, NFT e Sporting. Porque você não assina nenhum tipo de declaração, isso depende só do seu bom senso, de que você pode investir 1 milhão naquilo e, se você perder, você quebrou.”

    Mercado tradicional x mercado digital

    “Para o mercado tradicional existem as instituições de controle, de regulação. No caso dos ativos digitais, especialmente NFTs, a grande instituição de controle é a blockchain, que é um projeto de coordenação. Então, ela não tem um dono, ela não tem uma empresa que é a responsável por ela. Ela é um projeto de coordenação global. Inclusive, ela exige essa multiparticipação. Neste sentido, eu acho que é algo super democrático com relação a quem lança qualquer produto, e obtenha um valor, de considerar isso um negócio lícito e altamente regulado, por quê? Porque foi o mercado que atribuiu aquele valor ao produto, né?”

    Regulação em construção

    “O mercado cripto atua com um modelo de autorregulação, obviamente de constante conversa com CVM, Banco Central aqui no Brasil e o mesmo em outras instituições lá fora. Mas não existe uma orientação definitiva dizendo que isso pode, isso não pode. Na verdade, não se sabe o que pode e o que não pode. Então, preferimos aguardar um pouco mais com relação a essa exploração de diversos ativos no mundo blockchain, no mundo dos tokens e, assim, a arte não passa por esse dilema, mas a maioria dos ativos passa por esse dilema, sim. É algo bastante crítico e que precisa ser analisado caso a caso, mas que a tecnologia entrega essa possibilidade, isso é plenamente factível.”

    Valor do “NFT” no tempo

    “O grande dilema que a gente vive é o seguinte: será que esse valor se mantém ao longo do tempo? Porque obviamente você tem um valor naquele momento do lançamento ou se mantém. Mas ao longo do tempo como vai ser isso? Então é uma dúvida, é uma pergunta obviamente que depende muito dessa construção social. As pessoas têm que acreditar que aquilo vale. Por que a obra digital vale US$ 90 milhões, como foi o caso do NFT mais caro já vendido? Como isso pode ser possível?”

    “Bem, alguém acredita que aquilo vale, o mercado, e pagou. Se vai continuar nesse valor? Depende muito talvez do trabalho desse artista, do poder de convencimento, da capacidade artística e do próprio valor artístico daquelas obras. Mas eu tiraria um pouco de pressão desse dilema, se vale ou não vale. No fim do dia, se alguém pagou determinado valor por um produto, vale. E esse é o objetivo.”

    Veja a íntegra do programa CNN Soft Business:

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