Saiba quais são as perspectivas para os fundos imobiliários em 2021
Especialista aposta que até mesmo alguns segmentos que sofreram mais no ano passado, como o setor de escritórios, possam ver uma retomada neste ano
Ao que tudo indica, o ano de 2021 vai ser de boas notícias para quem investe em fundos imobiliários. Apesar da queda de 10,2% do IFIX (Índice de Fundos de Investimentos Imobiliários) no fim do ano passado, os fundos desse setor, na verdade, foram se recuperando gradualmente ao longo do ano, e seus piores momentos foram mesmo no início da pandemia.
“O fundo imobiliário é sim um instrumento de fundo de renda variável e, por isso, ele pode ter oscilações ao longo do tempo. Mas um ponto positivo é que mesmo com essa oscilação um pouco maior, a gente viu o crescimento do número de investidores”, diz Felipe Vaz, analista de fundos imobiliários da Santander Corretora.
Ele destaca que 2020 começou com cerca de 700 mil cotistas e acabou com algo perto de 1,1 milhão. Sinal de que mesmo com o aperto da pandemia, muitos investidores viram uma oportunidade de retorno nesses fundos.
Para o analista da Santander Corretora, eles não fizeram um mau negócio e apostaram certo. “Em termos de expectativa, a gente trabalha com um cenário de que o IFIX possa se valorizar neste ano de 2021 alguma coisa entre 10% a 15%”, afirmou em entrevista ao podcast O que Eu Faço?.
Vaz aposta que até mesmo alguns segmentos dos fundos imobiliários que sofreram mais no ano passado, como o de escritórios, possam ver uma retomada neste ano. “À medida que a gente vai tendo uma recuperação da economia, a implementação do plano de vacinação e uma parte dos funcionários voltando, acreditamos que não vai ser o fim dos escritórios”.
Já aqueles que foram as maiores apostas dos investidores de fundos em 2020 continuam performando bem. O setor logístico, é claro, está na lista. Com as vendas do e-commerce em alta durante o ano passado, os galpões logísticos foram os fundos de investimento que mais se destacaram. Além disso, esse segmento tem uma particularidade que o torna mais defensivo em qualquer contexto, relembra Felipe Vaz, que é o fato de os contratos de locação serem mais longos.
Apesar das expectativas pelo fim da pandemia neste ano, o e-commerce — e consequentemente os fundos imobiliários em logística — continua com boas previsões para os próximos meses. O Santander fez uma estimativa de que as vendas eletrônicas vão dobrar nos próximos quatro anos. E, com isso, as varejistas precisariam de ainda mais galpões.
“Serão precisos nos próximos cinco anos alguma coisa perto de 3,7 milhões de metros quadrados de área de novos galpões, só para suportar esse crescimento do comércio eletrônico”, conclui.
Já em relação aos fundos imobiliários que provavelmente não vão se recuperar plenamente em 2021, Felipe Vaz deixa o alerta para o segmento de shopping centers. Com o desemprego ainda em alta e o fim do auxílio emergencial, é provável que os shoppings só voltem a performar melhor no ano que vem.
Essas e outras dicas sobre fundos imobiliários em 2021 estão reunidas no novo episódio do O que Eu Faço?, o podcast de finanças e investimentos da CNN apresentado por Luciana Barreto e Fernando Nakagawa.