Saiba as ações mais recomendadas para maio; Vale é a principal indicação
Levantamento do CNN Brasil Business considera as indicações de 14 bancos e corretoras
Especialistas entrevistados pelo CNN Brasil Business apontam que, para o mês de maio, os investidores devem ficar atentos à alta na taxa de juros e a valorização no preço das commodities.
Na próxima quarta-feira (4), será definida a nova taxa Selic. Espera-se uma elevação de 1 ponto percentual por parte do Comitê de Política Monetária (Copom), o que eleva a taxa básica de juros em 12,75% ao ano. O movimento tende a enfraquecer o mercado de ações brasileiro e impulsionar os ativos atrelados aos juros ou à inflação.
Dessa forma, José Cassiolato, sócio da Nexgen Capital, sugere que o mercado busque por ações que se beneficiem do movimento da alta da taxa de juros e que tenham bastante liquidez.
“Os bancos, por exemplo, estão relativamente bem descontados considerando os preços do final de abril”.
Já Mario Mariante, analista-chefe da Planner Corretora, destacou que o preço de insumos e matérias-primas pesaram sobre boa parcela dos balanços divulgados até agora e não há uma tendência de redução no curto prazo.
Assim, para ele, as companhias de commodities não devem sair do radar dos investidores para maio.
Carteira recomendada
Para a construção da carteira recomendada de maio, o CNN Brasil Business considerou as indicações de 14 bancos e corretoras: Órama, XP, Genial, CM Capital, Toro, Santander, Warren, Guide, Ativa, Planner, Terra, Àgora, Elite e NuInvest.
O levantamento apontou que a mineradora Vale foi a mais indicada para maio. O analista da Terra Investimentos Regis Chinchila diz que a expectativa para a companhia é que os estímulos econômicos na China tenham reflexos na demanda por minério de ferro.
Além de uma potencial demanda de produtos para o reforço bélico, “[Assim] é preciso ficar de olho na guerra entre a Rússia e a Ucrânia”, disse.
Veja na lista abaixo os papéis mais indicados para este mês.
Saiba o que os analistas dizem sobre os papéis mais recomendados para maio:
Vale
Ação: VALE3
Comentário: Órama
O que estamos vendo no mundo neste momento são economias aquecidas, com ampla liquidez e atividade econômica robusta. Esses componentes seguram os preços das commodities no alto.
Além deste fator, vemos no horizonte estímulos vindo para reforma de infraestrutura nas economias desenvolvidas, o que vai aumentar a demanda por minério.
Esse crescimento de demanda tem impactado significativamente os preços da commodity e, consequentemente, beneficiado as mineradoras de forma geral.
A companhia possui algumas plantas paradas e, assim, mesmo que a demanda por minério aumente, será possível honrar os pedidos sem grandes problemas.
Seu robusto pagamento de dividendos semestrais ainda é um grande atrativo.
PetroRio
Ação: PRIO3
Comentário: Elite
A PetroRio segue demonstrando foco no operacional com ganhos na queda no custo de extração atrás de maiores volumes e eficiência. Com a manutenção de sua estratégia de investimentos em poços com reservas comprovadas e de custos de extração competitivos.
Assim, o investimento na empresa deve considerar seu potencial de crescimento e não as oscilações do valor do barril do petróleo no curto prazo.
O negócio da PetroRio envolve uma gestão ativa de seu portfólio: mudando seu foco para o pré-sal e a Petrobras se desfazendo de campos maduros. A PetroRio conseguiu criar um negócio que não existia no Brasil até recentemente: a petroleira que opera e revitaliza ativos cujos melhores dias já ficaram para trás. A companhia compra esses ativos e forma um cluster (mecanismos que operam os ativos de forma interligada).
Acreditamos que a empresa tem uma grande avenida de crescimento pela frente, seja devido à produção de novos poços do campos de Polvo e Frade, seja nos campos de Albacora e Albacora Lesta, na Bacia de Campos.
Petrobras
Ação: PETR4
Comentário: XP
Atribuímos a performance estável das ações da Petrobras aos preços do Brent também estáveis no mês de abril, o petróleo Brent chegou a ser negociado a US$ 104 o barril.
Adicionalmente, a Petrobras reportou seu Relatório de Produção e Vendas referente ao 1º trimestre em linha com as nossas estimativas. A produção de petróleo no Brasil apresentou um aumento.
As refinarias continuaram aumentando as taxas de utilização, enquanto a participação das importações mostrou tendência divergente do diesel contra a gasolina.
Fundada em 1954, a Petrobras é uma das maiores produtoras de óleo e gás do mundo tendo como atividade principal a exploração, produção, refino e geração de energia. A companhia agora controla ativos significativos de petróleo e energia em 16 países na África, América do Norte, América do Sul, Europa e Ásia. Adicionalmente, a Petrobras produz a maior parte do petróleo e gás do Brasil.
Suzano
Ação: SUZB3
Comentário: Santander
A Suzano é uma empresa líder no setor de papel e celulose, sendo a maior produtora global de celulose de eucalipto. Devido ao cenário de preços de papel e celulose para 2022, acreditamos que Suzano pode ter uma grande geração de caixa, exposição ao dólar e possibilidades de expansão por conta da sua rápida desalavancagem.
Com o nosso cenário para o dólar americano em R$ 5 para o fim deste ano, associado a um preço de celulose médio próximo de US$630 (tonelada) para 2022, a Suzano terá forte geração de caixa e proteção contra a desvalorização do real e uma geração de caixa que desalavanque a empresa dos 4,3 vezes a Dívida Líquida/EBITDA em 2020 para cerca de 2,3x em 2022.
Essa forte desalavancagem possibilitará o empreendimento em novos projetos que agregarão valor a empresa, além da possibilidade de aumento de escala.
Porém, enxergamos como risco a variação cambial além dos limites contratados de proteção pela empresa; restrições creditícias e quantitativas na China que possam impedir o bom funcionamento do mercado e atrapalhar a dinâmica de preços de celulose; anúncio de diversas entradas de capacidade de celulose no mundo; requisitos ambientais rigorosos; e arrefecimento econômico global.
WEG
Ação: WEGE3
Comentário: Terra Investimentos
A WEG é uma empresa multinacional brasileira com sede na cidade de Jaraguá do Sul, no estado de Santa Catarina. A empresa é uma das maiores fabricantes de equipamentos elétricos do mundo, atuando nas áreas de comando e proteção, variação de velocidade, automação de processos industriais, geração e distribuição de energia e tintas e vernizes industriais, entre outros produtos.
A entrada das ações na nossa carteira recomendada reflete a expectativa da recuperação industrial brasileira, com a desvalorização recente do dólar frente ao real e a redução do IPI.
No cenário internacional a empresa parece bem posicionada para tirar proveito da aceleração do recém-anunciado plano de transição energética da União Europeia(UE), que diminuirá sua dependência do petróleo e do gás importados da Rússia.
A WEG mantém sete plantas industriais em solo europeu. O foco da empresa na Europa concentra-se em geração, transmissão e distribuição de energia e em equipamentos industriais eletroeletrônicos.
JBS
Ação: JBSS3
Comentário: Planner
A JBS registrou em 2021 um lucro líquido de R$ 20,5 bilhões, sensibilizado pelo crescimento de receitas, notadamente nos EUA e a forte melhora do resultado operacional.
O consistente resultado operacional permitiu a redução da alavancagem, a realização dos investimentos e aquisições, e o aumento da remuneração aos acionistas.
A companhia tem a seu favor sua distribuição geográfica com forte presença no Brasil e nos EUA, aliado à liderança de mercado e escala de produção e de vendas. A demanda nos Estados Unidos, principal mercado da JBS, continua forte e a companhia vem aumentando o seu mix com produtos de maior valor agregado para fazer frente ao aumento dos custos, potencializados com o conflito no leste europeu.
O mercado global continua aquecido ratificando o bom momento para os exportadores de proteína animal.
Vale destacar ainda que as aquisições realizadas em 2021 vão adicionar US$ 2 bilhões em receita anual, contribuindo para o resultado e a estratégia de diversificação de portfólio de marcas.
*Com informações da Reuters