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    Redução na taxa de juros foi decisão acertada do BC, diz Armínio Fraga à CNN

    Ex-presidente do Banco Central pediu confiança na área fiscal para gerar menos incertezas e permitir mais cortes

    Duda CambraiaTiago Tortellada CNN , São Paulo

    Em entrevista à CNN nesta quarta-feira (2), Armínio Fraga, ex-presidente do Banco Central (BC), avaliou como acertada a decisão do órgão de reduzir a taxa de juros em 0,5 ponto percentual, deixando a Selic em 13,25% ao ano.

    Fraga pontuou que houve unanimidade dos integrantes da diretoria para o corte, o que classificou como um ponto “consistente”, e que os “sinais de fora também apontam nessa direção”.

    Veja também: Temos compromisso com ajuste fiscal e combate à inflação, diz Haddad após queda dos juros

    Assim, ponderou que falta “um pouco de paz”, com confiança na área fiscal, para reduzir a incerteza, permitindo mais cortes, e que a política monetária segue bastante apertada.

    “O Banco Central obedece à lei e está fazendo isso com a cautela que um país repleto de incertezas como o nosso recomenda, mas diria que o sistema está funcionando”, colocou.

    Durante a entrevista à CNN, Armínio Fraga também afirmou que algumas taxas “já vem caindo” e que a economia dá sinais ambíguos, mas a inflação está ancorada.

    Comentando sobre a divisão na diretoria — foram 5 votos para redução de 0,5 ponto percentual e 4 para redução de 0,25 ponto percentual —, ele ressaltou que a sinalização de possibilidade de manter essa queda em reuniões futuras foi “ousada”, dado o grau de incerteza no Brasil e no exterior.

    Também disse que Fernando Haddad, ministro da Fazenda, tem sido “uma voz de bom senso”, auxiliando a acalmar expectativas para que o país possa ter esse “resultado desejado” com menor esforço.

    “O sinal maior de tudo que está aqui é que o Banco Central precisa de ajuda da área fiscal. Eu diria que, neste momento, o ministro Haddad está isolado defendendo essa postura, mas, felizmente, ele está sendo ouvido”, comentou.

    Assim, reforçou que a queda da taxa de juros poderia ser mais ousada se a situação fiscal estivesse mais controlada. Por fim, observou que a aproximação entre governo e Congresso seria “fantástica”, pontuando que uma possível reforma administrativa e início de discussão sobre a da previdência fariam as taxas caírem.

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