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    Quer investir nas ações com menos riscos sociais? Veja as melhores e piores

    Ranking feito pela consultoria Sustainalytics para a CNN mostra o nível de riscos ESG de 160 companhias brasileiras

    Juliana Elias, , do CNN Brasil Business, em São Paulo

    Metalúrgica Gerdau, Bradespar (sócia da mineradora Vale) e a siderúrgica Usiminas são as companhias brasileiras que mais têm risco de provocar impactos sociais ou ambientais tendo em vista a maneira como administram seus negócios. É o que mostra um ranking das empresas brasileiras de capital aberto feito pela consultoria Sustainalytics, especializada em análise de riscos sócio-ambientais, com exclusividade para o CNN Business.

    Na outra ponta da lista, aparecem a locadora de veículos Localiza, o grupo de educação Cogna (dono das Faculdade Anhanguera) e a varejista de roupas Lojas Renner como as companhias que oferecem os menores riscos aos seus colaboradores, seu entorno e, em última instância, seus investidores. 

    O ranking avaliou 165 empresas e leva em consideração a nota de risco ESG de cada uma delas, isto é, qual o tamanho da possibilidade de que essas empresas tenham uma má gestão e possam causar algum impacto ambiental, social ou de governança – os três pilares que compõem a sigla ESG, em inglês. Veja o ranking completo ao fim.

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    A nota de risco ESG, ou “ESG Risk Rating”, é um indicador desenvolvido pela Sustainalytics para mensurar a propabilidade dessas empresas causarem impactos negativos nessas frentes. Mais de 12 mil empresas são acompanhadas no mundo todo, e as notas são revisadas todos os anos. A Sustainalytics é o braço de sustentabilidade da empresa de dados financeiros Moningstar.
        
    A ideia é bem parecida com o que já fazem as tradicionais agências de rating, como Moody’s e S&P, que dão notas para os países e empresas de acordo com o seu risco de crédito, ou seja, de dar calote. A diferença é que a nota da Sustainalytics avalia os riscos ligado à gestão e à sustentabilidade. 

    A intenção é servir de referência aos investidores na hora de decidir em quais empresas colocar seus dinheiro: para aqueles que têm interesse em ter uma carteira mais “limpa”, priorizando companhias com melhor gestão e também mais responsáveis com questões sociais e ambientais, a nota de risco ESG é um bom ponto de partida.

    Ainda engatinhando no Brasil, o conceito ESG ganha espaço rápido em mercados maduros, como o europeu. O entendimento é que empresas que tenham protocolos rigorosos com essas questões são menos suscetíveis a passar por imprevistos como acidentes, denúncias de fraude ou crises de imagem, que reduzem seu valor e prejudicam os acionistas.

    As notas da Sustainalitycs são dadas em pontos – quanto mais baixa a pontuação, menos riscos tem aquela empresa; quanto maior, mais riscos. Não há uma pontuação máxima, mas o grau de risco está dividido em categorias de acordo com a nota: insignificante, baixo, médio, alto e severo. Notas abaixo de 10 vão para a categoria de risco insignificante, enquanto as maiores que 40 já são consideradas risco severo. 

    Dona da nota mais baixa no Brasil e única classificada com risco ESG “insignificante”, a Localiza tem uma pontuação de 8,6. A Metalúrgica Gerdau, com a mais alta, tem 59,7.

    Comparações no mesmo setor

    É normal, explica a Sustainalytics, que empresas da indústria pesada e de setores invasivos como mineração e energia estejam nos rankings mais altos de risco. Isto por que elas já têm atividades naturalmente mais agressivas – neste caso, o que vai diferenciá-las é a maneira como trabalham para evitar ou reduzir os impactos.

    Entre as piores notas do Brasil há ainda construtoras, mineradoras e siderúgicas como Andrade Gutierrez (55,2), CSN (53,2), Vale (52) e Gerdau (51,8). 

    Já entre as mais leves é comum encontrar as companhias de tecnologia, serviços, varejo ou bancos, que têm atividades naturalmente menos nocivas. Cia Hering (13,1), CCR (13,2) e Smiles (13,2) são outras que aparecem entre as dez menos expostas a riscos. 

    “Nós avaliamos primeiro o grau de exposição da empresa a riscos ESG concretos e, depois, determinamos se ela administra bem essa exposição”, explicou a consultoria ao CNN Business, por e-mail. “Uma companhia que está numa indústria que tem alta exposição a riscos ESG pode ter um bom trabalho no sentido de adminsitrá-los.”

    Uma maneira de medir a diferença, indica a Sustainalytics, é comparar a nota entre companhias do mesmo setor. Entre os grandes frigoríficos, por exemplo, a BRF (37,8) e a Marfrig (39,9), que estão na banda de risco alto, têm notas melhores que o Minerva (42,6) e a JBS (49,6), avaliadas com risco severo. Entre as construtoras, as notas vão de 16,3, caso da MRV, até 24,9, para a Trisul.

    No site da consultoria é possível também comparar empresas do mesmo setor em várias partes do mundo. A Vale, por exemplo, dona da 6ª pior nota no Brasil – 52,1 – é também a pior entre as principais mineradoras do mundo: concorrentes como Rio Tinto (32,3), BHP (31,2) e Anglo American (23,3) têm pontuações da banda dos 30 para baixo. 

    Na prática, significa que, embora todas tenham atividades igualmente agressivas, umas estão trabalhando melhor que outras para evitar ou reduzir os impactos.

    “Investidores que têm um foco em impacto podem construir portfolios com pouca participação dos setores que têm riscos ESG maiores ou podem excluir empresas que tenham certos produtos nocivos, como tabaco”, explica a Sustainlytics. 

    “De toda maneira, investidores prudentes não devem perder de vista princípios tradicionais de investimentos como a diversificação.”

    Veja a seguir o ranking completo: 

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