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    Poupança rende menos do que a inflação: para onde fugir?

    Títulos de renda fixa com vencimento longo são alternativas para longo prazo; para reserva de emergência, é possível ganhar um pouco mais em alguns CDBs

    Juliana Elias, , do CNN Brasil Business, em São Paulo

    Apesar de tradicional e segura, a poupança é uma das opções de renda fixa que têm a menor remuneração. Hoje, na prática, quem deixar dinheiro nela estará perdendo, já que a sua remuneração, que acompanha os juros do país, deve ficar um bom tempo ainda abaixo da inflação. 

    Para se ter uma ideia, nos 12 meses até setembro, a caderneta rendeu 2,7%, enquanto a inflação ficou em 3,1%. O resultado foi uma perda real de 0,46%, algo que não acontecia desde 2016

    Por essa razão, virtualmente nenhum especialista recomenda a poupança como o principal destino dos investimentos. Para as aplicações de médio e longo prazo, ainda dentro da renda fixa e de opções seguras, as recomendações passam por uma cesta variada de títulos com vencimentos mais longos e remunerações um pouco maiores. CDBs, LCAs, LCIs e títulos públicos, que têm opções com vencimentos que variam de 2023 a 2055, são as principais.

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    Já para o dinheiro de reserva de emergência – aquele que deve sempre estar à mão para imprevistos e usos do dia a dia –, é mais difícil fugir dos rendimentos baixos. Mesmo assim, há outras opções também seguras e que rendem um pouquinho mais do que a poupança. 

    “Para reserva de emergência, não pode pensar muito em rentabilidade, tem que pensar na segurança e na facilidade de poder resgatar a qualquer momento”, disse a planejadora financeira Letícia Camargo, certificada pela Planejar.

    A poupança, pela regra, rende atualmente 70% da Selic, a taxa de referência do país, que está atualmente em 2% ao ano. Com isso, a remuneração anual da caderneta está em 1,4%, ou 0,11% ao mês – o que significa que sempre a inflação passar disso (e ela quase sempre passa), o rendimento real terá sido negativo. 

    CDB com liquidez diária e 95% do CDI

    Para Camargo, a melhor alternativa à poupança, atualmente, são os CDBs com liquidez diária, ou seja, que podem ser resgatados a qualquer momento sem perdas. 

    “Hoje em dia já tem banco grande oferecendo CDB com liquidez diária e que paga 100% do CDI”, disse ela. Há opções de contas em bancos digitais que também oferecem a mesma remuneração. O CDI é uma taxa de referência dos bancos que anda muito perto da Selic (ele gira hoje em torno de 1,9% ao ano). 

    De acordo com a planejadora, é preciso que os CDBs remunerem pelo menos 95,2% do CDI (1,8% ao ano) para que o investidor ganhe com ele ao fim mais do que os 1,4% que ganhará da poupança. Isto por que os CDBs pagam imposto de renda, enquanto a poupança é livre de imposto. 

    A comparação leva em consideração o maior desconto possível de IR, que é de 22,5% para quem resgata o dinheiro do CDB em até seis meses depois da aplicação. Essa alíquota vai ficando menor conforme o prazo, o que vai ampliando a vantagem dos CDB sobre a poupança daí para frente. 

    Quanto à segurança, a proteção do CDB é a mesma que a da poupança: a solidez do banco onde investiu e o colchão do Fundo Garantidor de Crédito (FGC), que devolve até R$ 250 mil para os investidores caso o banco dono de suas aplicações quebre. 

    Tesouro Selic e fundos DI em crise

    Tradicional alternativa à poupança para reserva de emergência, o Tesouro Selic, título mais seguro e tradicional do Tesouro Direto, deve ser deixado um pouco de lado por ora, de acordo com Camargo. 

    Isto porque o aumento de gastos do governo e a crise gerada pela pandemia estão fazendo esses títulos terem oscilações inéditas no mercado – em setembro, o papel teve variação negativa, o que não acontecia desde 2002

    A mesma coisa está acontecendo com os fundos DI, fundos de renda fixa também bastante conservadores e muito buscados como reserva de emergência. Como boa parte dos investimentos desses fundos é em títulos do Tesouro, eles também estão tendo meses de perdas atípicas neste ano. 

    “Com toda essa incerteza, não dá, por enquanto, para colocar neles um dinheiro que vou precisar no curto prazo”, disse Camargo. “Daqui a alguns meses ou um ano a situação já deve estar mais tranquila.”

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