Ouro versus bitcoin: guerra reacende disputa entre investimento mais seguro
Analistas do JPMorgan calcularam que, se os investidores começarem a tratar o bitcoin como ouro, seu valor poderá subir para US$ 150 mil


Os defensores do bitcoin há muito afirmam que a criptomoeda tem muito em comum com o ouro.
Eles vislumbram um mundo em que os comerciantes migram para ele em tempos de estresse e o usam para armazenar valor ao longo do tempo.
Agora, a guerra da Rússia na Ucrânia, que agitou os mercados, está testando esse argumento em tempo real. O problema? Apoiadores e céticos dizem que isso prova seu ponto de vista.
O preço do ouro subiu quase 5% desde a invasão da Ucrânia há duas semanas. Em pouco tempo, pode superar a alta histórica de US$ 2.072 por onça troy alcançada em agosto de 2020.
O Bitcoin está sendo negociado cerca de 4% mais alto. Ele subiu na quarta-feira (9) depois que o presidente Joe Biden assinou uma ordem executiva instruindo o governo dos EUA a examinar os riscos e benefícios da criação de um dólar digital.
Ainda assim, está registrando oscilações muito maiores do que o ouro e permanece mais de 40% abaixo do recorde registrado em novembro passado.
As criptomoedas resistiram melhor que ações tradicionais desde o início da guerra. No passado, as negociações eram mais correlacionadas.
Isso porque sanções agressivas que cortam a Rússia do acesso ao sistema financeiro global aumentaram as apostas de que alguns países e instituições começarão a olhar mais seriamente para formas alternativas de movimentar dinheiro ao redor do mundo. As redes criptográficas se beneficiam.
“A razão pela qual ele manteve um pouco [seu valor] é que o mercado o vê como uma alternativa às finanças tradicionais”, me disse Lux Thiagarajah, chefe de negociação do BCB Group.
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Manifestantes seguram placas com mensagens como "Pare a Guerra" e "Estamos com a Ucrânia" em um protesto em Munique, na Alemanha, no dia 3 de março de 2022 • Felix Hörhager/picture alliance via Getty Images
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Ucranianos, vivendo em Istambul na Turquia, juntam-se para protestar contra os ataques da Rússia à Ucrânia. Os manifestantes traziam cartazes com dizeres como "Vida Longa à Ucrânia" e "Sem Guerra" • Mehmet Eser/Anadolu Agency via Getty Images
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Protestos da Associação Democrática de Todos os Estudantes da Índia, levando cartazes e imagens de Vladimir Putin e Joe Biden com críticas à guerra entre a Rússia e a Ucrânia • Jit Chattopadhyay/SOPA Images/LightRocket via Getty Images
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Participantes da manifestação em Wesel, Alemanha, levantam cartazes. A organização Fridays For Future marchou em diversas cidades no dia 3 de março de 2022 contra a invasão russa da Ucrânia
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Manifestantes mostram apoio à Ucrânia em frente ao parlamento da Escócia, em Edimburgo, no dia 3 de março de 2022 • Jeff J Mitchell/Getty Images
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Pessoas levantam bandeiras e cartazes durante protesto contra o ataque russo à Ucrânia em frente à embaixada da Rússia em Vilnius, capital da Lituânia. A Lituânia é uma ex-república soviética e sofre pressão da Rússia • Paulius Peleckis/Getty Images
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Um grupo de apoiadores da organização de caridade Sunflower of Peace deixam girassóis do lado de fora da Embaixada da Rússia em Londres, marcando a primeira smeana da invasão da Ucrânia, no dia 3 de março de 2022 • PA Images via Getty Images
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Manifestantes anti-guerra se reúnem na Times Square, uma das principais vias da cidade de Nova York, nos EUA, em 2 de março de 2022 • Anadolu Agency via Getty Images
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Manifestantes levantam cartazes contra a invasão russa à Ucrânia, na Times Square, em Nova York, em 2 de março de 2022, que marcou o 7º dia da guerra • Tayfun Coskun/Anadolu Agency via Getty Images
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Manifestação contra a guerra na Ucrânia, na praça de Terlizzi, na Itália, em 2 de março de 2022 • Davide Pischettola/NurPhoto via Getty Images
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Membros da comunidade ucraniana no México protestam do lado de fora da Embaixada da Rússia na Cidade do México, em 2 de março de 2022 • Gerardo Vieyra/NurPhoto via Getty Images
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Cerca de 3.000 pessoas manifestaram-se contra a guerra na Ucrânia em Barcelona, na Espanha, em 2 de março de 2022 • NurPhoto via Getty Images
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Manifestantes mostram placas dizendo "Reze pela Ucrânia" em frente à Casa Branca, sede do governo dos Estados Unidos, em Washington D.C. • dpa/picture alliance via Getty Images
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Pessoas se manifestam em apoio à Ucrânia, na Avenida Paulista, em São Paulo, no dia 1º de março de 2022 • Anadolu Agency via Getty Images
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Protestos em Madrid em apoio à Ucrânia • Mari Palma e Phelipe Siani/CNN
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O número de negociações que trocam rublos russos por bitcoin aumentou desde a invasão, de acordo com dados da Arcane Crypto.
Embora ainda seja apenas uma pequena parte das transações globais, suporta uma narrativa mais ampla de que as criptomoedas têm valor real.
“Definitivamente, podemos ver que alguns russos estão usando bitcoin como hedge e para proteger suas economias”, disse Marcus Sotiriou, analista da GlobalBlock. Isso reforça “a ideia de que o bitcoin pode atuar como ouro digital”, acrescentou.
Mas Thiagarajah, do Grupo BCB, tem opinião contrária. Ele enfatizou que os russos que se voltam para o bitcoin é muito diferente dos investidores que o veem como uma aposta segura. Seu preço continua extremamente volátil, o que não inspira confiança entre as instituições que querem manter a riqueza.
“Nós não vemos o bitcoin como ouro digital”, disse ele. “O ouro é, por definição, um porto seguro.”
Analistas do JPMorgan calcularam que, se os investidores começarem a tratar o bitcoin como ouro, seu valor poderá subir para US$ 150 mil, aproximadamente quatro vezes seu nível atual.
No entanto, a guerra na Ucrânia não parece ser um momento decisivo, à medida que o debate continua.