Ômicron, insumos e investimentos vão afetar setor industrial, diz economista
Setor industrial terminou 2021 com ganho acumulado de 3,9%, depois de contrações de 1,1% em 2019 e de 4,5% em 2020
A indústria brasileira encerrou 2021 com crescimento depois de dois anos seguidos de quedas, mas ainda ficou abaixo do patamar pré-pandemia em meio ao desabastecimento e aumento dos custos de produção que dificultam uma retomada mais sólida.
Em entrevista à CNN, a economista da Fundação Getúlio Vargas (FGV) Claudia Perdigão disse que a variante Ômicron, a escassez de insumos e a falta de investimentos ainda vão afetar o setor industrial no primeiro semestre de 2022. “O começo deste ano ainda vai ser de muita cautela”.
Apesar de estudos sobre a variante Ômicron apontarem que a nova linhagem é de fato menos agressiva que as anteriores, a maior afinidade entre as células das vias aéreas superiores parece ter conferido um poder de disseminação maior. “Assim, a falta de funcionários por atestado médico tem impacto a produção das companhias”, declara Claudia.
Com relação aos insumos, o “setor automobilístico teve diversos gargalos no decorrer dos anos, como a paralisação do segmento para obter chips”, explica especialista. E, para ela, esse impasse ainda estará presente entre janeiro e junho de 2022.
“E o Brasil tem um investimento em infraestrutura muito fraco, o que acaba por dificultar a expansão e a instalação de novas indústrias”, afirma a economista.
Claudia acredita que o mercado deve se recuperar apenas no segundo semestre deste ano.