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    O Brasil está mais arriscado para investimentos, diz economista

    Armando Castelar, pesquisador da FGV, espera que a recuperação comece a mostrar mais força no terceiro trimestre do ano, mas será mais lenta em 2021

    Thais Herédiada CNN

    Abril pode ter sido o fundo do poço para a economia brasileira, assim como foi para os países europeus que enfrentaram o pior da pandemia um pouco antes do que o Brasil. Entretanto, aqui, a incerteza continua muito elevada, com risco de descontrole das contas públicas e piora da crise política. Este ambiente tem afugentando investidores internacionais, que deixam o Brasil à rodo deste o início da pandemia. 

    A opinião é do economista Armando Castelar, pesquisador da Fundação Getúlio Vargas, que concedeu entrevista exclusiva ao CNN Business. Para Castelar, apesar de os índices de confiança e de incerteza de empresários e consumidores calculados pela FGV terem apresentado leve recuperação em maio, ambos estão em patamares históricos, de baixa para confiança e de alta para a incerteza. 

    “Há uma enorme dúvida sobre como vamos lidar com a questão fiscal. O índice de incerteza está elevadíssimo e o Brasil acaba ficando mais arriscado para o investidor”, disse o economista. 

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    Armando Castelar espera que a recuperação da atividade econômica comece a mostrar mais força no terceiro trimestre do ano. Num primeiro momento com maior intensidade mas, a partir de 2021, em ritmo mais lento. No ano que vem, o setor público não estará mais carregando o país como está fazendo agora, no auge da paralisia da atividade econômica para controlar a curva de contágio do novo coronavírus. 

    Além disso, Castelar aponta que os consumidores estarão mais receosos e tendem a fazer poupança por precaução, segurando gastos. As empresas estarão com passivo muito grande em função dos empréstimos que fizeram para manter os negócios. Como a crise é inédita, de proporçoes sem precedentes, só o tempo vai revelar qual a capacidade da economia brasileira em reagir quando a pandemia acabar. 

    Sobre o IPCA-15 de Maio, que apresentou deflação de 0,59%, o pesquisador da FGV descarta o risco de o país entrar num quadro de deflação. O índice oficial deve terminar o ano em 1,5% e em 2021, já sobe para 3%. Um patamar que deve se manter por mais tempo, a não ser que acontece um desequilíbrio “suicida” na gestão fiscal do país. 

     

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