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    Número de mulheres na bolsa de valores atinge recorde, mas ainda é baixo

    A analista de Economia da CNN Thais Herédia explica que o Brasil já avançou muito na questão da diversidade, mas ainda é um país muito patriarcal

    Thais HerédiaPriscila Yazbekda CNN , Em São Paulo

    O número de pessoas físicas que atualmente investem na bolsa de valores está perto de 4 milhões. Para se ter uma ideia, há oito anos, este número era de pouco mais de 500 mil. Mas, dentro desse universo, a participação feminina entre os investidores brasileiros ainda é pequena, com cerca de 29%, segundo dados divulgados pela B3.

    O número é o maior já atingido na série histórica, que sempre contou com uma participação menor das mulheres na bolsa de valores.

    Histórico de mulheres na bolsa
    Histórico de mulheres na bolsa / Reprodução / CNN

    Ainda de acordo com os dados, as mulheres tendem a diversificar bastante seus investimentos. Segundo informações de 2021, 25% das mulheres têm investimentos em BDRs, assim como também 25% investem em ações e fundos imobiliários.

    A média do primeiro valor investido por mulheres também é maior do que a média investida por homens pela primeira vez. Enquanto elas investem cerca de R$ 418, eles investem R$ 303.

    Mulheres na bolsa
    Mulheres na bolsa de valores / Reprodução / CNN

    Para a analista de Economia da CNN Thais Herédia, o fato de as mulheres ainda investirem pouco na bolsa de valores tem a ver com aspectos sociais e culturais, específicos do Brasil e que estão muito correlacionados com países e economias emergentes.

    No Brasil, cerca de 45% dos lares são comandados por mulheres. A responsabilidade financeira costuma ser delas, o que mostra que a responsabilização feminina pela condição da família é muito grande no Brasil. Ao mesmo tempo, as mulheres ganham cerca de 74% do salário dos homens. Portanto, a responsabilização é maior e o salário é menor.

    Ainda que o Brasil tenha avançado muito na questão da diversidade, ainda é um país muito patriarcal, que acaba inibindo as decisões das mulheres em relação ao dinheiro.

    Para Priscila Yazbek, também analista de economia da CNN, as mulheres não deveriam ter medo da bolsa de valores, já que várias pesquisas mostram que elas costumam investir melhor do que os homens, devido à cautela que as mulheres têm com os investimentos.

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