Ibovespa sobe 0,77% e renova máxima do ano com expectativa de antecipação no corte de juros; dólar vai a R$ 4,92
Bolsas globais fecham sem direção definida diante das preocupações com a recuperação da economia chinesa
O Ibovespa manteve o fluxo positivo e voltou a renovar a máxima em mais de seis meses nesta quarta-feira (7), impulsionado pela expectativa de antecipação do corte dos juros pelo Banco Central (BC) após nova surpresa positiva com dados da inflação.
O bom humor doméstico se sobressaiu ao clima tenso nas principais bolsas globais com dados mistos reforçarem o desafio da China em retomar um ritmo de crescimento sólido.
Apesar do cenário ameno, o dia também foi de ganho para as commodities, dando ainda mais força para a valorização do mercado doméstico.
Diante destas pressões, o principal indicador da bolsa brasileira encerrou com alta de 0,77%, aos 115.488 pontos, o melhor desempenho desde o início de novembro do ano passado.
O clima pouco favorável no mercado global e a busca por proteção antes do feriado reverteu a trajetória de alta do dólar, que voltou a fechar em alta ante o real. A moeda norte-americana fechou o dia com alta de 0,26%, negociada a R$ 4,924.
No cenário doméstico, investidores reagem aos dados de inflação, publicados nesta quarta pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) — índice oficial da inflação do país —, desacelerou para 0,23% em maio. Em abril, o indicador teve alta de 0,61%.
No acumulado de 12 meses, o indicador oficial da inflação cedeu para alta de 3,94%, dentro da meta perseguida pelo BC de 3,25% em 2023 — com margem para variar entre 1,75% e 4,75%.
A nova queda da inflação registrada em maio reforça as apostas do mercado financeiro na antecipação do corte dos juros pelo BC a partir do segundo semestre.
Se antes a trajetória do IPCA apontava para início da redução em setembro, a perda de fôlego na variação de preços antecipou as apostas para o início da queda da Selic para agosto.
O Comitê de Política Monetária (Copom) volta a se reunir entre os dias 20 e 21 de junho. O calendário do colegiado conta ainda com cinco reuniões ao longo de 2023, em um intervalo de 45 dias cada.
O pregão também foi influenciado pela alta das empresas com maior peso no Ibovespa, refletindo a valorização das commodities.
A Vale (VALE3) ganhou 1,58% após o minério de ferro fechar com alta de 0,06% no porto de Dalian, com a tonelada negociada em US$ 108,15.
O petróleo também teve um dia de ganhos, com o barril do tipo Brent, usado como referência na maior parte do globo, fechando com valorização de 0,87%, a US$ 76,95.
A alta deu força para os papéis da Petrobras. As ações preferenciais (PETR4) subiram 2,92%, enquanto as ordinárias (PETR3) valorizaram 3,11%.
*publicado por Pedro Zanatta, Sofia Kercher e Gabriel Bosa, da CNN. Com informações da Agência Reuters.