Ibovespa fecha com queda de 0,26% com mau humor global e à espera do marco fiscal; dólar estabiliza em R$ 4,97
Bolsa brasileira fica abaixo dos 110 mil pontos pela primeira vez desde a semana passada com pressão negativa dos EUA
O Ibovespa voltou ao campo negativo nesta terça-feira (23), pressionado pelo mau humor global com a falta de definições para o imbróglio sobre o teto da dívida nos Estados Unidos a menos de 10 dias para um possível calote histórico.
A falta de acordo afundou as bolsas em Wall Street. O Dow Jones fechou com queda de 0,64%, enquanto o S&P 500 perdeu 1,07% e a Nasdaq retraiu 1,23%
Na cena local, as atenções seguem nos bastidores em Brasília para a aprovação do novo marco fiscal pela Câmara dos Deputados nesta quarta-feira (24). Mais cedo, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou que espera que o projeto passe com mais de 308 votos favoráveis.
Diante destes cenários, o principal indicador da bolsa brasileira fechou a sessão com queda de 0,26% aos 109.928 pontos. É a primeira vez que o pregão fica abaixo dos 110 mil pontos desde a quarta-feira da semana passada, dia 17.
As indefinições entre democratas e republicanos manteve o dólar em alta durante a maior parte do dia. A moeda norte-americana perdeu força ainda na manhã, com a entrada de investidores estrangeiros no país, e fechou estável, com leve alta de 0,01%, negociada a R$ 4,972
No Brasil, as atenções estão voltadas para a tramitação da nova regra fiscal, que pode ser votada no Congresso na quarta-feira (24). Na semana passada, a Câmara dos Deputados aprovou a urgência do projeto. A medida faz com que a matéria vá ao plenário sem precisar passar pelas comissões da Casa.
Após a aprovação da Câmara, o texto segue para a chancela do Senado. Em abril, o presidente da Casa, senador Rodrigo Pacheco (PSD-MG), já havia indicado que também pretende dar celeridade aos trâmites.
No exterior, o dólar também sustentou ganhos ante outras divisas de países emergentes e exportadores de commodities, com investidores à espera de um desfecho para as negociações sobre o teto da dívida dos Estados Unidos.
Nesta segunda-feira (22), a reunião entre Joe Biden e o presidente da Câmara americana, Kevin McCarthy, terminou sem um acordo. De um lado, o congressista republicano pressiona a Casa Branca para cortar mais gastos no orçamento — medida considerada “extrema” por Biden. Em outra ponta, os democratas querem impôr novos impostos sobre os mais ricos, caminho rejeitado pela oposição.
O país tem até 1º de junho — ou seja, menos de 10 dias —, para evitar um calote histórico e com grande possibilidade de jogar a maior economia do mundo em recessão, segundo analistas.
*publicado por Pedro Zanatta, Sofia Kercher e Gabriel Bosa, da CNN, com informações da Reuters.