Prime Time

seg - sex

Apresentação

Ao vivo

A seguir

    Ibovespa termina em queda com PEC dos precatórios e juros futuros; Dólar cai

    Moeda norte-americana encerrou o dia com desvalorização de 0,29%, cotada a R$ 5,594

    Artur NicoceliLigia Tuondo CNN Brasil Business*

    A sessão desta segunda-feira (22) terminou em queda tanto para o Ibovespa quanto para o dólar. O principal índice brasileiro fechou com desvalorização de 0,89%, aos 102.122,37 pontos e a moeda norte-americana recuou 0,29%, e terminou cotado a R$ 5,594.

    O principal índice brasileiro ficou no vermelho refletindo a preocupação dos investidores sobre a definição da PEC dos Precatórios, “além dos ativos financeiros e imobiliários que recuaram de maneira geral ao longo do dia”, afirma Bruno Madruga, Head de renda variável da Monte Bravo Investimentos.

    Madruga explica que os juros futuros valorizaram, o que puxa o mercado imobiliário para baixo. O IMOB fechou em queda de 2,86%, aos 711,95 pontos.

    O juros com vencimento em 2023 estavam em alta de 2,45%; para 2021, a 0,51%.

    Ao mesmo tempo, o Relatório Focus também divulgou um IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) acima do esperado pelo mercado.

    O levantamento semanal mostra que a previsão para inflação deste ano subiu pela trigésima terceira vez seguida, passando dos dois dígitos, para 10,12%. Também foi ajustada para o ano de 2022 para perto de 5%.

    Histórico

    Durante a manhã, o principal índice brasileiro subia influenciado pela disparada das commodities metálicas, principalmente o minério de ferro, que cresceu 6,2% em Dalian, na China. Às 17h57, a commodity custava US$ 92,78, com leve alta de 0,84%.

    O bom desempenho impulsionou a Vale (VALE3) como protagonista da maior alta da sessão de hoje; ao lado de Usiminas (USIM5) e Gerdau (GGBR4).

    Mais cedo, no melhor momento, o Ibovespa subiu a 104.613,07 pontos. O volume financeiro era de R$ 17,8 bilhões.

    PEC dos precatórios

    A proposta abre espaço no orçamento para o pagamento, entre outras coisas, do Auxílio Brasil, não é preferida do mercado, mas traz alguma definição para um cenário incerto para as contas públicas.

    O senador Fernando Bezerra, relator da PEC dos Precatórios, deve apresentar seu parecer na quarta-feira (24) na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ). A expectativa é que a votação aconteça nos próximos dias e a PEC vá a plenário na próxima semana. A consultoria Arko Advice aponta tendência de aprovação da PEC dos Precatórios até a primeira semana de dezembro.

    Dólar

    A moeda norte-americana se afastou das mínimas do pregão após a renomeação de Jerome Powell como chair do Fed (Federal Reserve, Banco Central dos Estados Unidos).

    Powell é considerado mais “hawkish” (de posicionamento menos inclinado à manutenção de condições monetárias estimulativas) do que Brainard, a outra principal opção considerada para o posto de chair. Sua manutenção no comando do Fed fez participantes do mercado anteciparem expectativas para aumentos de juros nos EUA, o que é amplamente visto como positivo para o dólar.

    A moeda norte-americana negociada no mercado interbancário vem de uma sequência de cinco valorizações diárias contra o real, período em que acumulou avanço de 3,84%. O dólar fechou a sessão de sexta-feira (19) a R$ 5,610 na venda.

    Segundo Alexandre Netto, chefe de câmbio da Acqua-Vero Investimentos, isso ajuda a explicar a recuperação do real neste pregão, uma vez que é normal haver ajustes no preço da moeda após movimentos expressivos na taxa de câmbio.

    Rodrigo Franchini, sócio da Monte Bravo Investimento, destaca ainda que “manter Powell no cargo garante que os patamares fiscais serão mantidos, e bons sinais no exterior fazem os mercados emergentes, como o Brasil, receberem fluxo de capital estrangeiro.” Quando mais dinheiro norte-americano, mais propício é a tendência do dólar cair.

    Agenda da semana

    Vários especialistas chamavam a atenção nesta segunda-feira também para a agenda da semana, que prevê divulgação de dados de inflação dos Estados Unidos e a publicação da ata da última reunião do Federal Reserve.

    O Bradesco explicou em relatório que o documento “poderá trazer mais detalhes sobre os planos do Fed em relação ao ritmo de redução do programa de compras de ativos (tapering)”.

    Há entre os investidores a percepção de que os cortes desse estímulo pelo banco central dos EUA precederão aumentos de juros na maior economia do mundo.

    Caso o Fed acelere o ritmo de redução de suas compras de títulos e eleve os custos dos empréstimos mais cedo do que o esperado, o dólar pode ser impulsionado globalmente, uma vez que isso aumentaria a rentabilidade dos títulos soberanos dos EUA.

    Sobe e desce da B3

    Veja abaixo quais foram as companhias com maior valorização e com menor rendimento no pregão desta segunda-feira (22):

    Maiores altas

    • Vale (VALE3) +5,56%
    • Bradespar (BRAP4) +4,46%
    • Usiminas (USIM5) +2,94%
    • Gerdau (GGBR4) +2,58%
    • Gerdau (GOAU4) +2,13%

    Maiores baixas

    • Banco Inter (BIDI11) -13,53%
    • Banco Inter (BIDI4) -12,65%
    • Locaweb (LWSA3) -9,24%
    • Méliuz (CASH3) – 7,56%
    • Lojas Americanas (LAME4) -6,79%

    *Com Reuters

    Tópicos