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    Ibovespa sobe 1,99% e fecha no maior patamar em 7 meses com Fed; dólar recua a R$ 4,81

    Autoridade monetária interrompeu a alta dos juros e manteve a taxa entre 5% e 5,25%, porém sinalizou que a pausa é momentânea e que novos aumentos devem ocorrer ainda neste ano

    Da CNN , em São Paulo

    Após devolver parte dos ganhos após o anúncio do Federal Reserve (Fed, o banco central dos EUA), o Ibovespa voltou a ganhar força e fechou em alta firme nesta quarta-feira (14), beneficiado pela valorização das empresas com maior peso no mercado.

    A autoridade monetária interrompeu a alta dos juros e manteve a taxa entre 5% e 5,25%, porém sinalizou que a pausa é momentânea e que novos aumentos devem ocorrer ainda neste ano. Além disso, o comunicado indicou que o corte dos juros deve ocorrer apenas a partir do ano que vem.

    Em um primeiro momento, a previsão de novos aumentos das taxas da maior economia do mundo repercutiu negativamente nas bolsas, já que juros altos mantêm o incentivo aos investidores deixarem o dinheiro em renda fixa.

    O presidente do Fed, Jerome Powell, amenizou parte do pessimismo ao afirmar que o caminho para a alta dos juros está perto do fim, apesar de ainda ver riscos altos para a inflação.

    O Ibovespa encerrou o pregão com alta de 1,99%, aos 119.068 pontos, o maior patamar desde 21 de outubro do ano passado.

    O arrefecimento das tensões também deu nova força para a queda do dólar. A moeda norte-americana encerrou a sessão com perda de 1,06%, a R$ 4,810 na venda, mantendo o câmbio no patamar mínimo desde junho do ano passado.

    O Comitê de Política Monetária (Fomc) do Fed anunciou nesta quarta-feira que decidiu pela manutenção da taxa de juros do país, que fica entre 5% e 5,25% ao ano.

    É a primeira vez que o Fed não altera a taxa desde março de 2022, após dez aumentos. Em sua última decisão, a taxa subiu 0,25 ponto percentual e estava, à época, no intervalo de 4,75% a 5%.

    Contudo, o comunicado da instituição aponta que o ciclo de aperto pode retornar nas próximas reuniões.

    A decisão seguiu a expectativa do mercado, que era por manutenção da taxa. A divulgação dos dados de inflação no país na terça-feira (13) reforçou a projeção de manutenção.

    Os preços ao consumidor nos Estados Unidos subiram moderadamente em maio, informou o Departamento do Trabalho, levando ao menor aumento anual da inflação em mais de dois anos.

    O índice de preços ao consumidor (CPI na sigla em inglês) aumentou 0,1% no mês passado com queda dos preços da gasolina, depois de avanço de 0,4% em abril. Nos 12 meses até maio, o índice subiu 4,0%, menor patamar nessa base de comparação desde março de 2021, ante aumento de 4,9% em abril.

    Powell afirmou que a alta dos juros pode estar chegando ao fim, apesar de reconhecer que os riscos de inflação na maior economia do globo ainda apontam para cima.

    “É razoável ir mais devagar conforme nos aproximamos do destino final dos juros”, afirmou Powell em coletiva de imprensa após a publicação dos dados.

    Segundo o presidente, a decisão de interromper a escalada das taxas foi compartilhada pela maior parte dos diretores do Fed.

    A maioria do mercado aposta que o Fed já retoma a alta dos juros na próxima reunião, em 26 de julho, segundo levantamento da plataforma CME.

    S&P revisa perspectiva do país

    Próximo do fim do pregão, o S&P Global Ratings melhorou a perspectiva da nota do Brasil pela primeira vez desde 2019, segundo relatório.

    A atualização mudou a classificação do país de “estável” para “positiva”, informou a agência.

    Segundo os analistas, apesar do país ainda apresentar grandes déficits fiscais, o crescimento contínuo do Produto Interno Bruto (PIB) e a organização da política fiscal “podem resultar em um aumento menor do ônus da dívida do governo do que o inicialmente esperado”.

    *publicado por Pedro Zanatta e Gabriel Bosa, da CNN, com informações da Reuters.

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