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    Ibovespa cai 2,3% com inflação nos EUA; dólar valoriza quase 2% e vai a R$ 5,19

    Moeda norte-americana teve a maior valorização percentual diária desde o dia 2 de agosto, revertendo as perdas dos últimos dias

    João Pedro MalarFabrício Juliãodo CNN Brasil Business , em São Paulo

    O Ibovespa encerrou esta terça-feira (13) com queda de 2,3%, cotado aos 110.793,96 pontos. O resultado refletiu o desempenho negativo das bolsas no exterior após um indicador de inflação nos Estados Unidos surpreender o mercado e reforçar apostas em um ciclo de alta de juros mais agressivo no país, um cenário negativo para a renda variável.

    Já o dólar valorizou 1,80%, a R$ 5,19. A moeda norte-americana reverteu parte das perdas dos últimos dias e teve a maior valorização percentual diária desde o dia 2 de agosto, quando fechou em alta de 1,93%.

    Nesta terça-feira, o Índice de Preços ao Consumidor (IPC) de agosto desacelerou no acumulado de 12 meses para 8,3%, mas teve variação mensal positiva de 0,1%, enquanto o núcleo subiu. O dado frustrou o mercado, que projetava deflação de 0,1% na comparação mensal, e agora espera uma política monetária do Federal Reserve ainda agressiva.

    Após a última decisão do Fed, o mercado estava dividido entre uma alta de 0,50 ponto percentual e 0,75 p.p. Após discurso de Powell em tom mais duro no início do mês, a expectativa passou para uma terceira alta consecutiva de 0,75 ponto percentual na reunião do FOMC em setembro. Agora, um aumento de 1 ponto percentual nos juros americanos começa a ganhar mais força, apesar de o consenso ainda ser de uma subida de 0,75 p.p.

    Na segunda-feira (12), o dólar caiu 0,93%, aos R$ 5,098. Já o Ibovespa teve alta de 0,98%, aos 113.406,55 pontos.

    Sentimento global

    A aversão global a riscos dos investidores, desencadeada por temores sobre uma possível desaceleração econômica generalizada devido a uma série de altas de juros pelo mundo para conter níveis recordes de inflação, tem variado de intensidade dependendo das expectativas sobre o ciclo de alta de juros nos Estados Unidos.

    O processo de elevação da taxa norte-americana continuou em julho com uma nova alta de 0,75 ponto percentual. Entretanto, o Federal Reserve sinalizou que poderia realizar altas menores conforme a economia do país já dá sinais de desaceleração, buscando evitar uma recessão.

    Os juros maiores nos Estados Unidos atraem investimentos para a renda fixa do país devido a sua alta segurança e favorecem o dólar, mas prejudicam os mercados e as bolsas ao redor do mundo, inclusive as norte-americanas.

    Os investidores monitoram ainda a situação da economia da China, que também dá sinais de desaceleração ligados a uma série de lockdowns em cidades relevantes. A expectativa é que o governo chinês intensifique um esforço para estimular a economia, enquanto enfrenta dificuldades para reverter um quadro de baixo consumo pela população, o que impacta a demanda do país por commodities.

    Mesmo assim, o Ibovespa e o real encontraram espaço para recuperação com uma melhora de humor do mercado, apoiada nas perspectivas positivas para as commodities, um cenário econômico doméstico mais forte e uma redução da percepção de riscos em relação às eleições. O cenário, entretanto, pode mudar dependendo do grau de aversão a riscos no exterior.

    Sobe e desce da B3

    Veja os principais destaques do pregão desta terça-feira:

    Maiores altas

    • MRV (MRVE3): 0,9%
    • BB Seguridade (BBSE3): 0,67%

    Maiores baixas

    • Hapvida (HAPV3): 6,71%
    • Grupo Natura (NTCO3): 6,49%
    • Qualicorp (QUAL3): 6,15%
    • BRF (BRFS3): 5,77%
    • Dexco (DXCO3): 5,56%

    *Com informações da Reuters

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