Dólar desaba com ação do BC e fecha a R$ 5,50; Ibovespa encerra em alta
Na última sessão, na segunda-feira, o dólar spot teve alta de 0,42% atingindo a máxima desde 20 de abril; bolsa sobe 1,31% e chega aos 113 mil pontos
O dólar fechou em baixa nesta quarta-feira (13), a primeira significativa em mais de dez dias, sendo puxado de máximas acima de R$ 5,57 por uma intervenção surpresa do Banco Central no mercado de câmbio quando o real liderava as perdas entre os pares globais.
Ainda assim, a cotação encerrou acima da linha psicológica de R$ 5,50, tida como um termômetro de maior aversão a risco depois de eventos recentes que catapultaram a moeda acima desse patamar.
O dólar à vista caiu 0,55%, a R$ 5,508 na venda, maior desvalorização percentual diária desde o dia 1º deste mês(-1,47%).
Ao longo da jornada, a divisa oscilou de R$ 5,5743 (+0,65%) a R$ 5,4997 (-0,70%).
US$1 bi no mercado de câmbio
O Banco Central despejou 1 bilhão de dólares no mercado de câmbio por meio de uma venda surpresa de contratos de swap cambial tradicional, provocando uma reviravolta no dólar, que despencou após o anúncio do leilão e aprofundou as perdas após a divulgação do resultado.
O volume injetado nesta quarta-feira foi o dobro do colocado na última vez que o BC recorreu a esse instrumento de forma extraordinária, em 30 de setembro.
O BC vendeu 20 mil contratos de swap cambial tradicional nesta quarta, pegando de surpresa um mercado que havia empurrado poucos minutos antes das 15h o dólar à vista acima de 5,57 reais e o dólar futuro já para perto de 5,59 reais.
O vencimento 1º de fevereiro de 2022 abarcou 3.400 contratos, enquanto os 16.600 restantes foram negociados para 1º de junho de 2022.
O anúncio do leilão de swap ocorreu num dia em que o real estava visível e negativamente descolado de seus pares. No pior momento do dia, a moeda brasileira era a de desempenho mais fraco numa curta lista de três divisas que caíam frente ao dólar na sessão. Os demais 30 principais pares da moeda norte-americana se valorizavam ou mostravam estabilidade.
Com o anúncio da oferta e a posterior divulgação de seu resultado, o dólar desabou e foi à mínima do dia de 5,4997 reais (-0,70%). Na máxima, alcançada pouco antes do informe da operação de swaps, a divisa havia batido 5,5743 reais (+0,65%).
O swap é um derivativo que permite troca de taxas ou rentabilidade de ativos financeiros. No caso do swap cambial tradicional, o título paga ao comprador a variação da taxa de câmbio acrescida de uma taxa de juros (cupom cambial). Em troca, o BC recebe a variação da taxa Selic.
O objetivo do BC com esse instrumento é evitar movimento disfuncional do mercado de câmbio, provendo hedge cambial –proteção contra variações excessivas do dólar em relação ao real– e liquidez aos negócios. A colocação de contratos de swap tradicional, portanto, funciona como injeção de dólares no mercado futuro.
Ibovespa
O principal índice da bolsa brasileira subiu nesta quarta-feira (13), seguindo a tendência global de maior apetite por risco e apoiado sobretudo em ações ligadas ao mercado doméstico.
De acordo com números preliminares, o Ibovespa subiu 1,31%, aos 113.653,06 pontos, montado principalmente sobre ações de empresas de consumo, construtoras, e de comércio eletrônico.
O giro financeiro da sessão, marcada pelo vencimento dos contratos de futuros, somava R$ 29,7 bilhões.
Ao longo do dia, o Ibovespa sustentou-se no azul nesta quarta-feira pós-feriado, mas a influência positiva das bolsas do exterior era contrabalançada por perdas das ações de maior relevância na carteira.
Às 12:10, o Ibovespa mostrava alta de 0,98%, aos 113.285,41 pontos. O giro financeiro da sessão, marcada pelo vencimento do contrato de futuros de índice, somava 10,25 bilhões de reais.
Os principais índices das bolsas de Nova York subiam após o início da temporada de balanços do terceiro trimestre, com JPMorgan superando projeções, mas apoiados também em ações de gigantes de tecnologia.
O movimento se refletia também na bolsa paulista, com papéis de bancos digitais e de empresas de comércio eletrônico, que vinham acumulando fortes perdas nas últimas semanas. Grupos ligados a consumo de forma geral eram destaques positivos.
Esse movimento era contrabalançado por perdas das ações de maior peso no Ibovespa, sobretudo de empresas ligadas a metais, casos de Vale e siderúrgicas, além dos grandes bancos.