Ibovespa fecha em alta de 0,27% com atenção nos EUA e IPCA; dólar se mantém em R$ 5,05
Ata do Federal Reserve mostra que trajetória futura da economia dos EUA está “altamente incerta”
O Ibovespa engatou a quarta alta seguida e o dólar fechou em queda nesta quarta-feira (11), após a publicação da ata do último encontro do Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc) do Federal Reserve (Fed, o BC dos EUA) mostrar que os dirigentes mantêm posição de cautela para setembro.
No cenário doméstico, os investidores repercutiram dados da inflação do mês passado, que vieram abaixo da expectativa dos analistas.
O principal índice da bolsa brasileira fechou com alta de 0,27%, aos 117.050 pontos, a quarta sessão no campo positivo.
Já dólar teve baixa de 0,12%, cotado a R$ 5,050 na venda, novamente sob a influência do exterior, numa sessão em que a moeda norte-americana oscilou em margens estreitas, com investidores se resguardando antes do feriado prolongado no Brasil.
Ata do Fomc
A ata da última reunião do Fomc revelou que a maioria dos membros enxerga a trajetória futura da economia do país como “altamente incerta”.
O colegiado manteve os juros na faixa de 5,25% e 5,5% na reunião do mês passado, mas reiterou que novos aumentos não são descartados para cumprir o objetivo de trazer a inflação de volta para a meta.
“A grande maioria dos participantes continuou a julgar a trajetória futura da economia como altamente incerta”, afirmou a ata do encontro em que o Federal Reserve concordou em manter as taxas estáveis.
Autoridades do Fed disseram que o desempenho estável da economia, apesar dos aumentos agressivos das taxas nos últimos 19 meses, manteve o desemprego baixo, mesmo com a inflação caindo dos picos observados em meados de 2022.
O debate é agora sobre se os preços continuarão a cair sem quaisquer aumentos adicionais das taxas, ou se será necessária uma política monetária ligeiramente mais restritiva.
IPCA abaixo do esperado
O Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) registrou alta de 0,26% em setembro, abaixo da expectativa do mercado, de 0,34%. O indicador é utilizado como medida oficial da inflação no país. No ano, a inflação acumulada é de 3,5%, dentro do teto da meta.
Conforme estipulado pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), a meta de inflação de 2023 é de 3,25%, com intervalo de tolerância de 1,5 ponto percentual para mais ou menos. Para ficar dentro da meta, o IPCA pode ficar entre 1,75% e 4,75% neste ano.
O dia também foi de divulgação de dados da inflação nos EUA. O Índice de Preços ao Produtor (PPI, na sigla em inglês) subiu 2,2% nos 12 meses encerrados em setembro, registrando alta pelo terceiro mês consecutivo.
Nos EUA, os preços ao produtor dos Estados Unidos aumentaram mais do que o esperado em setembro em meio aos custos mais altos da energia, mas as pressões inflacionárias subjacentes nos portões da fábrica continuaram a se moderar.
O índice de preços ao produtor para a demanda final aumentou 0,5% no mês passado, informou o Departamento do Trabalho hoje. Os dados de agosto não foram revisados e mostraram que o índice subiu 0,7%.
Numa base mensal, os preços subiram 0,5%, um ligeiro arrefecimento em relação ao aumento de 0,7% de agosto.
O conflito no Oriente Médio entre Israel e Hamas segue no radar dos investidores globais. Ainda que os atores envolvidos diretamente não sejam grandes produtores de petróleo, tensões na região chamam a atenção dos mercados.
O presidente dos EUA, Joe Biden, condenou os ataques do Hamas como terrorismo e se posicionou ao lado de Israel no conflito.
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*Com informações de Reuters