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    Ibovespa fecha em alta de 0,81% com PIB e Petrobras; dólar sobe a R$ 5,24

    Principal índice da B3 terminou o dia aos 110.405,30 pontos, enquanto a moeda norte-americana valorizou 0,73%

    João Pedro Malardo CNN Brasil Business* , em São Paulo

    O dólar fechou em alta de 0,73%, a R$ 5,238, nesta quinta-feira (1º), favorecido por uma intensificação da aversão global a riscos em meio ao reforço de temores sobre uma desaceleração econômica global, mesmo com dados domésticos positivos após o Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil vir acima do esperado.

    Esse foi o maior valor da moeda desde 3 de agosto (R$ 5,278). E, em três dias, a cotação acumulou ganho de 4,09%, o mais forte para o período desde 14 de junho (4,42%).

    Já o Ibovespa encerrou com ganhos de 0,81%, aos 110.405,30 pontos, revertendo a queda registrada na maior parte da sessão em um dia negativo no exterior.

    O índice foi apoiado pelo PIB, que teve um avanço de 1,2% registrado no segundo trimestre de 2022, e pela Petrobras, após a estatal anunciar mais um corte no preço da gasolina, em linha com sua política de preços, o que é bem visto pelos investidores.

     

    Banco Central também realizou neste pregão leilão de até 15 mil contratos de swap cambial tradicional para fins de rolagem do vencimento de 3 de outubro de 2022. A operação do BC ajuda a dar liquidez na moeda, mas especialistas consultados pelo CNN Brasil Business apontam que o órgão poderia atuar mais para conter a volatilidade do câmbio.

    Na quarta-feira (31), o dólar teve alta de 1,74%, a R$ 5,20. Já o Ibovespa encerrou em queda de 0,82%, aos 110.430,64 pontos.

    No radar

    Apesar do Ibovepsa fechar em alta, houve uma piora do sentimento no mercado, desencadeada pelo discurso do presidente do Federal Reserve, Jerome Powell, com um tom mais duro no combate à inflação que o esperado, reforçando apostas em uma alta de juros maior em setembro e em uma recessão no país.

    O mau humor externo também piorou após a divulgação de dados industriais da China que indicaram um aprofundamento da desaceleração econômica do país, o que tende a prejudicar em especial exportadores de commodities, pela perspectiva de demanda menor.

    Além disso, a inflação recorde na zona do euro em agosto e dados indicando um mercado de trabalho ainda aquecido nos Estados Unidos deram forças a apostas em ciclos de alta de juros mais agressivos, um cenário ruim para a economia mundial.

    Sentimento global

    A aversão global a riscos dos investidores, desencadeada por temores sobre uma possível desaceleração econômica generalizada devido a uma série de altas de juros pelo mundo para conter níveis recordes de inflação, tem variado de intensidade dependendo das expectativas sobre o ciclo de alta de juros nos Estados Unidos.

    O processo de elevação da taxa norte-americana continuou em julho com uma nova alta de 0,75 ponto percentual. Entretanto, o Federal Reserve sinalizou que poderia realizar altas menores conforme a economia do país já dá sinais de desaceleração, buscando evitar uma recessão.

    Os juros maiores nos Estados Unidos atraem investimentos para a renda fixa do país devido a sua alta segurança e favorecem o dólar, mas prejudicam os mercados e as bolsas ao redor do mundo, inclusive as norte-americanas.

    Os investidores monitoram ainda a situação da economia da China, que também dá sinais de desaceleração ligados a uma série de lockdowns em cidades relevantes. A expectativa é que o governo chinês intensifique um esforço para estimular a economia, enquanto enfrenta dificuldades para reverter um quadro de baixo consumo pela população, que impacta a demanda do país por commodities.

    Mesmo assim, o Ibovespa e o real encontraram espaço para recuperação com uma melhora de humor do mercado, apoiada nas perspectivas positivas para as commodities, um cenário econômico doméstico mais forte e uma redução da percepção de riscos em relação às eleições. O cenário, entretanto, pode mudar dependendo do grau de aversão a riscos no exterior.

    Sobe e desce da B3

    Veja os principais destaques do pregão desta quinta-feira:

    Maiores altas

    • MRV (MRVE3) +7,59%;
    • Cyrela (CYRE3) +6,92%;
    • Banco Pan (BPAN4) +5,45%;
    • JHSF (JHSF3) +5,16%;
    • Cogna (COGN3) +4,03%

    Maiores baixas

    • IRB Brasil (IRBR3) -14,63%;
    • Pão de Açúcar (PCAR3) -5,26%;
    • Petz (PETZ3) -2,49%;
    • Embraer (EMBR3) -2,39%;
    • Bradespar (BRAP4) -1,78%

    *Com informações da Reuters

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