Mercados abrem de olho em Petrobras e crise de energia na Europa
Índices europeus caíam com a disparada do preço do gás natural, que acumula alta de 500% em doze meses na Europa

Os mercados começaram a terça-feira (28) de olho na crise de energia da Europa e na Petrobras.
Os índices europeus caíam com a disparada do preço do gás natural. Depois das baixas históricas na pandemia, o gás acumula alta de 500% em doze meses na Europa.
No Reino Unido, o preço subiu 300%, enquanto e 90% dos postos secaram ontem com britânicos correndo para abastecer. Com o aumento da demanda no inverno, a crise pode piorar.
Com o aumento da demanda por combustíveis acima do esperado e a demora na recomposição da oferta, o Goldman Sachs disse que o barril de petróleo do tipo Brent pode subir para 90 dólares este ano. A alta reforça a tese de desaceleração global e deixa investidores cautelosos.
O presidente do Banco Central americano, Jerome Powell, disse ontem que os gargalos duraram mais que o esperado e a inflação nos Estados Unidos ainda fica alta nos próximos meses antes de voltar à meta de 2%.
Futuros americanos abrem em queda com falas de ontem de dois membros do Fed, que defenderam a redução de estímulos.
O Banco Central chinês disse que vai trabalhar para manter o mercado imobiliário saudável e aliviou as tensões com a Evergrande.
Brasil
O presidente da Petrobras precisou fazer uma coletiva ontem para negar mudanças na política de preços da empresa, depois que o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) falou que tinha conversado com o ministro de Minas e Energia sobre como diminuir o preço dos combustíveis.
A valorização do petróleo aumenta o risco de interferência política na estatal. Apesar da alta ontem com os panos quentes de Silva e Luna, as ações da Petrobras caem 0,18% no mês.
Há destaque também para a Vale: 39 funcionários estão presos em uma mina da empresa no Canadá desde domingo. Uma escavadeira se desprendeu e bloqueou o transporte de trabalhadores. Apesar do novo susto envolvendo a vale, o resgate já começou e o grupo passa bem.
Na política, senadores aprovaram projeto de lei que permite usar a reforma do Imposto de Renda, mesmo sem ter sido concluída, como fonte para a criação do Auxílio Brasil, o Bolsa Família ampliado.
O ministro da Cidadania, João Roma, disse ontem que o governo estuda prorrogar o auxílio emergencial. O Auxílio Brasil aumentaria de 14 para 17 milhões os beneficiários do Bolsa Família, mas seriam 25 milhões de pessoas a menos do que os 39 milhões que recebem o auxílio emergencial hoje.
Analistas avaliam que a medida visa aumentar a popularidade em baixa do governo e elevar o risco fiscal.
Agenda do dia
O Comitê de Política Monetária do Banco Central divulgou a ata da última reunião, no qual elevou a taxa Selic de 5,25% para 6,25% ao ano.
O texto reforça que o BC deve subir a Selic em dois pontos percentuais nas próximas duas reuniões, mas deixa mais aberta a possibilidade de fazer altas maiores se a inflação não ceder.
A ata também sinaliza que o BC considerou subir os juros acima de um ponto.
O Tesouro Nacional divulga o resultado das contas públicas do governo de agosto.