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    Ibovespa fecha em queda de 0,69%, em meio a preocupações com inflação; dólar cai

    Principal índice da B3 encerrou o dia aos 116.146,86 pontos, enquanto a moeda norte-americana desvalorizou 0,32%, cotada a R$ 4,676

    Artur Nicocelido CNN Brasil Business

    O Ibovespa fechou em queda de 0,69%, aos 116.146,86 pontos, nesta terça-feira (12), após atingir mínimas da sessão por volta das 15h e bater máximas de 118.615,38 pontos mais cedo. Essa é a terceira queda consecutiva do índice. Enquanto isso, o dólar caiu 0,32%, cotado a R$ 4,676. 

    O principal índice da B3 passou a cair nesta tarde, acompanhando movimento em Wall Street, após alta firme na abertura em reação a dados de inflação dos Estados Unidos. O setor financeiro pesou no índice, enquanto Petrobras avançou.

    Bruno Madruga, sócio e Head de Renda Variável da Monte Bravo Investimentos, em entrevista ao CNN Brasil Business, destacou que os mercados internacionais digeriram os dados inflacionários dos EUA e tiveram um movimento de inversão ao longo da tarde.

    As bolsas europeias, por exemplo, fecharam no negativo, e o mercado norte-americano trabalha no vermelho ao longo do dia.

    “Essa desaceleração é devido a uma expectativa de juros mais altos nos Estados Unidos [por parte do BC norte-americano] devido os dados inflacionários”.

    Para Regis Chinchila, analista da Terra Investimentos, o avanço do preço do petróleo “trouxe preocupações renovadas para a inflação e ofuscou o alívio trazido pelo núcleo do CPI (índice de inflação) dos EUA abaixo do esperado”.

    “A preocupação com inflação global volta a limitar a exposição ao risco das bolsas e o Ibovespa pesou junto a Nova York”, acrescentou ele.

    O petróleo Brent disparou mais de 6,5%, diante de notícia de que a produção diária de petróleo e condensado de gás russos caiu a níveis de 2020, disseram fontes à Reuters, em meio às sanções por causa da guerra na Ucrânia e dificuldades logísticas. A Opep alertou mais cedo que pode ser impossível substituir potenciais perdas na oferta de petróleo russo.

    Na última segunda-feira (11), a moeda norte-americana fechou com desvalorização de 0,43%, a R$ 4,69. Enquanto o principal índice da bolsa encerrou em queda de 1,16%, aos 116.952,85.

    Dólar

    “A história de inflação e movimentos de política monetária é o que está movendo (os mercados)”, disse Cleber Alessie, gerente da mesa de derivativos financeiros da Commcor DTVM. Segundo ele, o fluxo financeiro ao Brasil pode já começar a sentir os efeitos do aperto das condições de liquidez no exterior, ainda que do lado comercial os números devam seguir fortes, já que os preços das commodities continuam elevados.

    Na véspera, o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, alertou que uma aceleração no ciclo de aperto monetário nos Estados Unidos pode ter efeito sobre países emergentes e reverter fluxo de investimentos para essas nações, principalmente se a inflação continuar surpreendendo para cima.

    “Está caro apostar contra o real, por causa do ‘carry’ (retorno). Mas há esses fatores (de cautela). Então acredito que o dólar deva ficar nesse intervalo entre R$ 4,60 e R$ 4,80 por um tempo”, disse Alessie. Na semana passada, o dólar oscilou entre R$ 4,582 e R$ 4,796.

    Inflação nos EUA

    Os preços ao consumidor nos Estados Unidos avançaram 1,2% em março, a maior alta mensal desde setembro de 2005, informou o Departamento do Trabalho dos EUA.

    A subida da inflação consolida o caso de um possível aumento de 50 pontos-base na taxa de juros, que deve ser analisado pelo Federal Reserve (Fed, o banco central americano) no próximo mês, podendo ser mais agressivo em seu ciclo de aumentos de juros.

    Economistas destacaram também os núcleos da inflação (medidas que desconsideram alguns preços para mostrar melhor a tendência do índice) abaixo do esperado, o que trazia algum alívio frente a expectativas anteriores de um aperto monetário ainda mais agressivo pelo banco central norte-americano.

    Juros mais altos nos Estados Unidos tendem a beneficiar o dólar, uma vez que aumentam os retornos oferecidos pela moeda, considerada um ativo de segurança.

    Commodities

    Mais cedo, a alta das commodities, principalmente o petróleo Brent e o minério de ferro, puxaram o principal índice da B3 para cima, afirma Milena Araujo, especialista em renda variável na Nexgen Capital, em entrevista ao CNN Brasil Business.

    Nesta terça-feira, o preço do petróleo Brent subia mais de 6,5%, após Xangai reduzir restrições contra a Covid-19, o que aliviava temores sobre a demanda na China. Além disso, a Opep alertou que pode ser impossível substituir potenciais perdas na oferta de petróleo russo.

    A cidade chinesa de Xangai começou a afrouxar seu lockdown em algumas áreas na véspera (11), apesar de registrar um recorde de mais de 25 mil novas infecções por Covid-19, enquanto as autoridades se esforçam para fazer o centro comercial da China voltar às atividades após mais de duas semanas.

    Ao mesmo tempo, as companhias siderúrgicas apontavam acréscimo, após alta de 4,4% dos futuros do minério de ferro em Dalian, com suspensão de um lockdown geral na cidade de Tangshan, um centro siderúrgico chinês.

    Futuros do aço apontaram ganhos em Xangai, diante de incentivo do governo a potenciais medidas para garantir transporte dos materiais de produção.

    O vergalhão de aço mais ativo na Bolsa de Futuros de Xangai, para entrega em outubro, saltou 2,2%, para 5.035 iuanes (US$ 790,57) por tonelada no fechamento.

    Sobe e desce da B3

    Veja os principais destaques do pregão desta terça-feira:

    Maiores altas

    • Cogna (COGN3) +4,49%;
    • Cielo (CIEL3) +4,03%;
    • Ultrapar (UGPA3) +3,21%;
    • Assaí (ASAI3) +2,81%;
    • Americanas (AMER3) +2,14%

    Maiores baixas

    • Banco Inter (BIDI11) -8,54%;
    • Meliuz (CASH3) -5%;
    • Marfrig (MRFG3) -4,73%;
    • Yudqs (YDUQ3) -3,63%;
    • B3 (B3SA3) -3,56%

    *Com informações da Reuters 

     

     

     

     

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