Japão não vê contradição entre afrouxamento pelo BC e intervenção cambial
Autoridades se preocupam sobre impacto de iene fraco no custo de vida
O ministro das Finanças do Japão, Shunichi Suzuki, disse nesta terça-feira (25) que não há contradição entre a compra de ienes de seu ministério para apoiar a moeda e o Banco do Japão imprimir dinheiro para sustentar sua política monetária ultrafrouxa.
“O afrouxamento monetário visando aumentos de preços sustentáveis e estáveis, incluindo crescimento salarial, e a intervenção cambial em resposta a movimentos excessivos do mercado são diferentes em termos de objetivos e, portanto, não são contraditórios”, disse Suzuki.
A política do banco central busca a estabilidade de preços, sem visar moedas, disse ele.
Suzuki fez as observações em uma entrevista coletiva quando perguntado se o afrouxamento monetário do banco central pode causar enfraquecimento excessivo do iene e se a combinação de políticas entre o governo e o banco central estava tendo os efeitos pretendidos.
O Banco do Japão deve manter os juros ultrabaixos em sua reunião de política monetária que termina na sexta-feira para apoiar a economia frágil, mesmo ao custo de acelerar uma queda indesejada do iene para novas mínimas de 32 anos.
Autoridades expressaram preocupações sobre o impacto de um iene fraco no custo de vida. E investidores consideram o banco central japonês como uma exceção por buscar juros ultrabaixos, enquanto os bancos centrais de outros países aumentaram as taxas para conter a inflação crescente.
O Japão vem realizando intervenções de compra de ienes para defender a moeda contra quedas acentuadas, que foram causadas pela crescente divergência entre as taxas de juros japonesas e norte-americanas.
O país deve ter gastado até 900 bilhões de ienes (US$6 bilhões) na segunda-feira (24) em seu segundo dia consecutivo de uma suposta intervenção cambial, elevando o total de compras de ienes desde o mês passado para 9,2 trilhões de ienes, mostram estimativas do mercado.