Investimentos estão vindo para o Brasil, diz Guedes
Em entrevista à rádio Itatiaia, ministro da Economia também falou sobre o combate da inflação no país, com a alta dos juros tendo se iniciado antes e, agora, já chegando ao fim do ciclo de alta, diferentemente de alguns países desenvolvidos
Em entrevista na noite desta quinta-feira (22) à rádio Itatiaia, o ministro da Economia, Paulo Guedes, disse que o Brasil está “está melhorando” e tem se tornado um “porto seguro para investimentos” em meio à situação da guerra da Ucrânia.
“Todos os investimentos do mundo estão procurando um porto seguro. E como lá fora está a maior confusão, está uma confusão porque a inflação tá subindo, porque está tendo recessão, porque está tendo guerra, e no Brasil é o contrário”, afirmou.
O ministro cita os últimos resultados da economia para atrair investimentos. “Tem crescimento, a inflação está caindo, geração de emprego, o desemprego caindo, 100 milhões de brasileiros trabalhando, o PIB crescendo 3%. Então, os investimentos vêm pro Brasil”, disse.
Guedes também falou sobre o combate à inflação no país, com a alta dos juros tendo se iniciado antes e, agora, já chegando ao fim do ciclo de alta, diferentemente de alguns países desenvolvidos, com os Estados Unidos e o Reino Unido, que subiram recentemente suas taxas de juros.
“O Brasil está agora com a inflação descendo, toda hora você vê que é revista para baixo a inflação. Nós vamos ter a maior deflação trimestral da história, três meses seguidos de queda de inflação. Então os preços aqui estão começando a descer, a inflação descendo e os juros já pararam de subir preparando para descer logo lá na frente. Enquanto eles ainda tão subindo juros lá fora”, disse.
Guedes também falou sobre a diminuição do desemprego e o aumento da expectativa de crescimento, com uma perspectiva positiva até o final do ano. “Daqui até o fim do ano vem Black Friday, Copa do Mundo, Natal. Então o Brasil pode chegar a 3% de crescimento. O mundo está começando a afundar e o Brasil está subindo. O Brasil está melhorando.”
O ministro comentou ainda sobre a expectativa de superávit para este ano. “Nós tínhamos previsto esse ano também um déficit e está dando um superávit, primeiro superávit em treze anos. Então nós conservadoramente estamos prevendo um ligeiro déficit para o ano que vem, mas temos muita esperança de que vai acontecer como sempre, a gente prevê o déficit vem superávit”, afirmou.
Ao falar sobre a situação das empresas estatais, Guedes disse que hoje elas dão lucro. “Recuperamos essas empresas, começamos a privatizar essas empresas e pegamos esses recursos e estamos justamente transferindo para os mais frágeis. Estamos devolvendo ao povo brasileiro os recursos que eram do povo brasileiro, em vez disso ser desviado na má política, na corrupção”, afirmou.
A imagem do Brasil no exterior foi outro tema abordado por Guedes. “O presidente ia falar ontem na ONU [na conferência da Organização das Nações Unidas], anteontem na ONU, estavam projetando figuras do presidente lá fora. Sabotando a imagem do Brasil, falando mal do Brasil, na ONU, né? Então, é de uma falta de patriotismo, uma sabotagem, é um absurdo. São inimigos do país, não estão ajudando o país, não é? Então, essa imagem ruim lá fora existia no início, mas eles foram percebendo aos poucos que na verdade o Brasil está se esforçando para consertar esses problemas todos.”
O ministro destacou que o Brasil alimenta um bilhão de pessoas e está ajudando o mundo inteiro a sobreviver à guerra e crises humanitárias.
Sobre a entrada do Brasil na OCDE (Organização para Cooperação do Desenvolvimento Econômico), o ministro afirmou que o país “preencheu o maior número de requisitos para ser promovido”. “O Brasil está em primeiro lugar na corrida para ter acesso à organização de países avançados que é a OCDE. Está em primeiro lugar, foi quem preencheu o maior número de requisitos para ser promovido.”
O ministro afirmou que a redução de impostos que está ocorrendo, como do ICMS (Imposto Sobre Circulação de Mercadorias e Serviços) sobre transporte, telecomunicações e combustíveis, facilita a entrada de investimentos estrangeiros e facilita a posição na OCDE.
Teto de gastos
O ministro comentou sobre o teto de gastos e quais são os objetivos dessa regra fiscal. “O teto foi mal construído. Para transferir dinheiro para estados e municípios durante a crise da Covid eu não podia, para transferir o dinheiro do petróleo para estados e municípios, e eu não podia furar o teto para pagar o judiciário não podia. Então foi um teto mal construído. E o que que nós estamos fazendo? Consertando o teto. Nós vamos reparar esse teto para ele atingir seus objetivos corretamente. Não deixar o governo federal inchar, ponto.”
A respeito das fontes de recursos para manter o Auxilio Brasil em R$ 600, Guedes citou que poderia fazer “ainda este ano” uma reforma administrativa e tributária. Podemos fazer ainda este ano a reforma administrativa e essa parte da tributária que teremos que fazer para poder garantir os R$ 600, para garantir os R$ 200 adicionais”, afirmou.
Ainda sobre ações para 2022, lembrou do plano para a privatização do Porto de Santos. “Vamos tentar fazer ainda esse ano, tem aeroportos ainda sendo vendidos também, nós seguimos trabalhando.”
Arena Eleições Especial Economia
A CNN mostrou, no Arena Eleições que foi ao ar nesta quinta (22), as propostas para a Economia dos candidatos à Presidência. Foram convidados os representantes de campanha para a área econômica dos quatro candidatos mais bem colocados nas pesquisas, de acordo com o agregador Locomotiva/CNN.
Estiveram presentes no programa, Guilherme Mello, coordenador do programa econômico do candidato Luiz Inácio Lula da Silva (PT), Elena Landau, coordenadora do programa econômico da candidata Simone Tebet (MDB) e Mauro Benevides Filho, coordenador do programa econômico do candidato Ciro Gomes (PDT).
A CNN convidou um representante da campanha de Jair Bolsonaro (PL) mas não houve retorno. O Ministério da Economia também foi procurado, mas a resposta foi a que ministro Paulo Guedes não pode participar de debates por conta do período eleitoral.
No programa, que foi ancorado por Raquel Landim e teve a participação dos analistas Fernando Nakagawa, Thais Herédia e Priscila Yazbek, foram discutidos o financiamento de programas sociais, o arcabouço fiscal, a inflação, as privatizações, as reformas e mercado de trabalho.