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    Integrantes do mercado dizem que discurso de Lula mostra que ‘pacificação está só no papel’ e reforçam cobrança sobre ministro da Fazenda

    Segundo eles, só a definição de quem comandará a Economia do país pode ser capaz de reverter o cenário ruim que começou a se desenhar ainda durante a fala de Lula

    Thais Arbexda CNN , Brasília

    A forte reação negativa do mercado ao discurso do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva nesta quinta-feira (10) reforçou a cobrança de agentes financeiros sobre o anúncio do ministro da Fazenda.

    Integrantes do mercado financeiro disseram à CNN, em caráter reservado, que os sinais passados por Lula durante a fala em Brasília indicaram que, diferentemente do que o petista disse, a pacificação do país não está na pauta de prioridades do governo eleito.

    Segundo eles, só a definição de quem comandará a Economia do país pode ser capaz de reverter o cenário ruim que começou a se desenhar ainda durante a fala de Lula. E mais: o nome do chefe da Fazenda precisa vir, na avaliação desses agentes, com um carimbo claro de responsabilidade fiscal e que o discurso do presidente eleito não será seguido à risca.

    “O pior do discurso do Lula nem são as barbaridades econômicas, elas tendem a se resolver com o choque de realidade ao assumir o governo. O pior é a carga de ressentimento e revanchismo”, afirmou à CNN um importante banqueiro.

    De acordo com ele, Lula ainda não desceu do palanque eleitoral e deu mostras que “o discurso de pacificar o país vai ficar só no papel”.

    “Lula deixou claro que seu caminho será o de manter a polarização bem viva”, afirmou à CNN.

    Em sua fala nesta manhã, Lula colocou responsabilidade fiscal e social em campos opostos. O presidente eleito fez críticas ao teto de gastos e à regra de ouro. “Regra de ouro é garantir que nenhuma criança vá dormir sem tomar um copo de leite”, disse o presidente eleito, em referência ao mecanismo que proíbe o governo de fazer dívidas para pagar despesas correntes.

    “Por que as pessoas são obrigadas a sofrer para garantir a tal da responsabilidade fiscal deste país? Por que toda hora falam que é preciso cortar gastos, é preciso fazer superávit, é preciso cumprir teto de gastos?”, questionou Lula, durante o discurso. “Vamos mudar alguns conceitos, muitas coisas consideradas como gasto, temos que passar a considerar em investimento”, afirmou o presidente eleito.

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