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    ‘Homem de US$ 1 tri’ explica por que crise imobiliária pode atingir EUA novamente

    Dan Peña identifica que novos investidores estão cometendo mesmos erros que outros fizeram em 2008, embora de formas diferentes

    Tamires Vitoriodo CNN Brasil Business , em São Paulo

    Para o “homem de um trilhão de dólares”, o investidor Dan Peña, investidores do setor imobiliário nos Estados Unidos — sobretudo os mais novos — precisam se preparar para uma crise que pode atingir o país.

    Segundo ele, um “coquetel letal” de “débito excessivo, taxas de juros baixas artificiais, preço inflado, e muitos investidores não-qualificados” está encaminhando o setor para um desastre.

    “No mínimo teremos um recuo — nada no mercado sobe para sempre”, afirmou ele em entrevista ao Business Insider. “Além da recessão de 90 dias que tivemos no ano passado, os novos investidores nunca viram a queda de um mercado. Estamos tendo bons resultados há 12 anos em quase tudo. Eles não experimentaram o momento em que a merda bate no ventilador”, continuou.

    Peña ainda afirma que o grande investidor Warren Buffett, por exemplo, já guardou cerca de US$ 140 bilhões, antecipando uma correção no mercado. “Berkshire, Apple, e muitas outras companhias gigantes estão segurando mais e mais dinheiro porque eles sabem que o crash está vindo”, disse. “É inevitável.”

    Peña é fundador do consórcio de investimentos The Guthrie Group  e magnata do petróleo. A alcunha de “o homem de um trilhão de dólares” foi dada por ele mesmo quando relatos surgiram de que seus alunos de um programa de coaching executivo haviam gerado US$ 1 trilhão de valor desde 1993.

    Uma forte crise no mercado financeiro norte-americano não acontece desde 2008, quando a bolha do mercado imobiliário estourou.

    Com o pior cenário financeiro desde a Grande Depressão de 1929, a ‘crise do subprime’, como ficou conhecida, começou logo após o pedido de falência do banco Lehman Brothers. O banco ficou sem dinheiro para empréstimos, pagar funcionários ou até mesmo contas básicas, após o estouro de uma bolha que envolvia títulos podres do setor imobiliário. O anúncio passou a contaminar as maiores economias do mundo.

    O esquema que antecedeu a icônica falência — e que foi seguido em larga escala por grandes bancos — envolveu um grande número de pessoas hipotecando suas casas, seguido por um salto na inadimplência.

    Esse cenário volta a preocupar o grande investidor agora, porque, segundo ele, muitas pessoas tem hipotecado suas casas para comprar ações ou investir em criptomoedas. No entanto, “os retornos não são garantidos e existe um risco de não dar certo”, alerta Peña. “É fácil falar ‘compre na queda e venda nas altas. Se você tão simples assim, todo mundo faria zilhões de dólares”, diz.

    Para ele, acima de tudo, vale maior cautela na hora de investir.

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