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    Grandes bancos concederam carência a R$ 235 bilhões em empréstimos

    Itaú, Bradesco, Banco do Brasil e Santander adiaram prazos de pagamento ao equivalente a cerca de 10% de suas carteiras de crédito

    Os quatro maiores bancos listados do Brasil deram meses de prazo extra para consumidores e empresas pagarem R$ 235 bilhões em empréstimos pendentes, como resultado de medidas para compensarem os impactos da pandemia de Covid-19 no país.

    Os empréstimos sujeitos aos programas de prorrogação, que variam do equivalente a 13% da carteira de empréstimos do Santander Brasil a 10% da carteira do Itaú Unibanco, são indicadores de possíveis inadimplências futuras.

    O Banco do Brasil ofereceu extensões a empréstimos que totalizam 11,6% de sua carteira, enquanto o Bradesco concedeu o benefício para uma parcela de 12,75%.

    Ainda é bastante incerto quantos dos devedores poderão voltar a pagar suas dívidas assim que os períodos de carência terminarem.

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    As extensões concedidas entre março e junho variam de 60 a 180 dias, dependendo do banco.

    A situação se assemelha à vivida pelos bancos nos Estados Unidos, que já reconhecem que mais empréstimos podem sofrer calotes à medida que os prazos de prorrogação expirem.

    Os executivos dos bancos se recusaram a fazer projeções mais firmes de perdas futuras quando discutiram os resultados do segundo trimestre com analistas e jornalistas nas últimas duas semanas. Eles disseram que a inadimplência pode ser menor do que se temia inicialmente, apontando para sinais preliminares de uma certa recuperação da economia brasileira.

    Ainda assim, os presidentes dos bancos foram unânimes em prever que os índices de inadimplência de 90 dias aumentarão no final do ano ou no início de 2021, quando os períodos de carência terminam. Hoje, o indicador esta em cerca de 3% para os maiores bancos do país.

    Os executivos se mostraram divididos sobre o quão ruim as coisas podem ficar. O presidente do Itaú Unibanco, Candido Bracher, espera que os índices de inadimplência atinjam níveis históricos, enquanto o presidente do Bradesco, Octavio de Lazari, disse que é provável que fique em torno de 3,7%.

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    “A taxa de inadimplência deve ficar pior do que nas crises anteriores, mas a recuperação também deve ser mais rápida”, disse o analista do Goldman Sachs Tito Labarta.

    As baixas taxas de juros de referência do Brasil, cortadas novamente na quarta-feira para um recorde de 2% ao ano, podem tornar os encargos da dívida mais gerenciáveis ??do que no passado, acrescentou Lazari.

    Em 2016, em meio à recessão mais recente do Brasil, as taxas básicas de juros estavam em 14,25% ao ano.

    Os quatro maiores bancos do Brasil já reservaram R$ 18,9 bilhões de reais em provisões extraordinárias relacionados à Covid-19 nos últimos dois trimestres, reduzindo os lucros.

    “Na América Latina, os bancos brasileiros devem ter o melhor desempenho em meio à crise do coronavírus, pois já aumentaram muito as provisões”, disse Labarta.

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