Financiamento descentralizado para criptoativos é ilusório, diz BIS
As DeFi tem potencial para complementar as atividades financeiras tradicionais, mas atualmente tem poucos usos na economia real, diz o Banco
O financiamento descentralizado para criptoativos pode prejudicar a estabilidade financeira se ganhar força e mais salvaguardas são necessárias, disse o Banco de Compensações Internacionais (BIS, na sigla em inglês) em sua revisão trimestral divulgada nesta segunda-feira (6).
As chamadas plataformas DeFi permitem que os usuários emprestem, tomem emprestado e guardem, geralmente em criptoativos e stablecoins, ao mesmo tempo que contornam os tradicionais e centralizados guardiões das finanças, como os bancos.
O DeFi tem potencial para complementar as atividades financeiras tradicionais, mas atualmente tem poucos usos na economia real e, na maior parte, apoia a especulação e arbitragem em vários criptoativos, disse o BI
A aplicação limitada de regras de combate à lavagem de dinheiro e avaliação de credibilidade de clientes, junto com o anonimato da transação, expõe o DeFi a atividades ilegais e manipulação de mercado, disse o fórum global para bancos centrais, com sede na Suíça.
A principal premissa da plataforma —reduzir custos por meio da remoção de intermediários— ainda não foi realizada, acrescentou o BIS.
“Há uma ‘ilusão de descentralização’ no DeFi, uma vez que a necessidade de governança torna inevitável algum nível de centralização e os aspectos estruturais do sistema levam a uma concentração de poder”, disse o BIS.
“Se o DeFi se espalhar, suas vulnerabilidades podem minar a estabilidade financeira.”