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    Expectativa por corte nos juros abre janela para revisão nas carteiras de investidores, dizem analistas

    Banco Central divulga na quarta-feira (2) a decisão sobre a Selic, com a maior aposta do mercado em uma redução de 0,50 ponto percentual (p.p), a 13,25% ao ano

    Iasmin Paivada CNN , São Paulo

    A expectativa com o início do ciclo de queda dos juros pelo Banco Central (BC) a partir da próxima semana abre uma janela para a revisão da carteira de investidores, dizem analistas ouvidos pela CNN.

    O Comitê de Política Monetária (Copom) do BC divulga na quarta-feira (2) a decisão sobre a Selic, com a maior aposta do mercado em uma redução de 0,50 ponto percentual (p.p), reduzindo a taxa para 13,25% ao ano.

    O nível dos juros é fundamental na decisão dos investidores por mexer diretamente nas demandas do mercado.

    Tradicionalmente, Selic elevada aumenta a atratividade na renda fixa, como o Tesouro Direto e os CDBs, por trazer mais retorno com menos risco.

    Já um cenário de juros baixos gera efeito reverso, com o fluxo de dinheiro direcionado para opções de renda variável, sobretudo o mercado de ações.

    “Estamos na véspera de uma mudança importante na taxa de juros, todo mundo precisa repensar sua carteira [de investimentos]”, avalia Rodrigo Gaeta, planejador financeiro CPF. 

    O atual cenário da economia com juros acima dos dois dígitos deixou os papéis da bolsa brasileira mais atrativos pela queda dos preços na média histórica e em comparação com outros mercados emergentes, diz o analista.

    “O melhor momento para entrar na bolsa é no momento em que o investidor acredita que a taxa de juros vai cair”, afirma.  

    Apesar dessa mudança de cenário favorecer a classe de investimentos variáveis, o analista destaca a regra básica do mercado em sempre diversificar os investimentos.

    Neste contexto, Gaeta recomenda aos investidores conservadores uma carteira com 85% em títulos pós-fixados, 10% em fundos de investimento de multimercado e 5% em opções atreladas à inflação.

    Já para pessoas com perfil mais agressivo, os aportes podem ser divididos em 45% em produtos e multimercado e alternativos, 30% na renda variável (doméstica e internacional), 20% de opções atreladas à inflação e 5% em pós-fixado.

    Hora de vender a renda fixa? 

    Apesar do cenário de juros em queda abrir espaço para opções variáveis, Matheus Pizzani, economista da CM Capital, afirma que a renda fixa segue atrativa, já que a Selic permanecerá acima dos dois dígitos. 

    Dados do Boletim Focus, a pesquisa semanal que o BC faz com agentes do mercado financeiro, apontam para a Selic em 12% ao fim deste ano.

    Para 2024 e 2025, as previsões são de juros em 9,5% e 9%, respectivamente.

    “A nossa taxa real [que subtrai a inflação do valor dos juros] segue como a maior do mundo, sem sombra de dúvidas, [a renda fixa] é uma classe muito rentável para o investidor”, explica.  

    Clayton Calixto e especialistas de portfólio do Santander Asset Management elaboraram um estudo sobre os títulos de renda fixa que melhor aproveitam o momento de queda da taxa Selic.  

    O levantamento concluiu que os fundos de renda fixa ativos, que investem no mercado de juros futuros, são os que mais rendem nesses momentos.  

    Segundo o estudo, títulos prefixados atrelados à inflação apresentaram um desempenho melhor na maioria dos anos em que o Banco Central (BC) iniciou movimento de corte de juros.

    Partindo do Índice de Duração Constante Anbima (IDkA) como referência, a pesquisa do Santander explica que esse desempenho ocorre porque estes fundos conseguem se antecipar à variação dos juros, ganhando entre a expectativa e o corte de fato. 

    “O principal motivo para a boa performance é que esses fundos conseguem se posicionar de forma ativa, antes do movimento ocorrer, capturando de forma mais eficaz a queda de Selic”, explica Calixto.  

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